
ANÁLISE
Yoshi's Island: Super Mario Advance 3
Por João Silva a
Depois do pouco consensual Yoshi’s New Island, a Nintendo decide relançar no mesmo ano e na eShop da Wii U a versão do Game Boy Advance de Super Mario World 2: Yoshi’s Island, intitulado Super Mario Advance 3: Yoshi’s Island. Trata-se para muitos da versão mais apurada do clássico de 1995 da Super Nintendo, já que compromete muito poucos aspectos do original e introduz uma mão-cheia de níveis totalmente novos. Apesar da passagem dos anos, Yoshi’s Island não envelheceu nem um pouco e mantém-se uma referência no género dos jogos de plataformas.
A narrativa de Yoshi’s Island conta que há muito tempo atrás, uma cegonha que transportava bebés no seu bico pelos céus e a grande velocidade foi atacada por Kamek, vilão que pretendia roubar os bebés para os seus planos maléficos. Um deles acaba por escapar e cair, com muita sorte, em cima de um Yoshi que confuso com a chegada súbita de um bebé dos céus, vê o mapa que acompanhava o pequeno e decide pedir ajuda aos seus amigos Yoshi para carregar o Bebé Mario ao longo da Yoshi’s Island para salvar o seu irmão Luigi, derrotando as forças de Kamek pelo seu caminho.
Visualmente é simplesmente fantástico. Muito colorido e vibrante, a ilha dos Yoshi e o seu estilo que faz parecer que foi totalmente desenhada com lápis de cor com linhas de um contraste muito forte ainda hoje impressiona. A ilha encontra-se ainda repleta de pequenos detalhes como borboletas pousadas em flores a bater as asas que tornam este pequeno local em algo mais real, como se se tratasse de um mundo verdadeiramente vivo. A componente sonora acaba por complementar de forma exímia o aspecto alegre do título tão bem quanto os (poucos) momentos de alguma tensão. Infelizmente na transição para o Game Boy Advance estes dois aspectos foram os que mais sofreram. Em comparação com o original, as cores parecem deslavadas e em alguns (poucos) momentos notam-se quebras drásticas de fluidez, em relação ao som apresenta uma qualidade inferior comparado com o original e os efeitos sonoros característicos da personagem de Yoshi dos anos 90 foram substituídos pela voz reconhecível hoje em dia. Ainda assim e apesar destes contratempos, esta versão de Yoshi’s Islandcontinua a oferecer uma experiência formidável.Experiência formidável é igualmente controlar Yoshi. Bastante semelhante a outros jogos do género, saltar e apanhar objectos é muito simples, até a forma de correr de Yoshi é automática após este ganhar balanço. Tudo funciona perfeitamente e inicialmente aparenta ser muito simples mas Yoshi’s Island tem algumas mecânicas particulares que criam camadas de complexidade. A primeira é o facto de Yoshi ser invencível, a não ser que caia num abismo. Yoshi nunca pode ser derrotado. A condição para perder em Yoshi’s Island é deixar que Mario seja apanhado por um grupo de Toadies que surge sempre que Yoshi embate contra um inimigo. Os ditos inimigos levam o pequeno Mario após alguns segundos se Yoshi não o apanhar. Outra mecânica que necessita de alguma perícia e que se torna essencial para muitos dos puzzles do jogo é o arremesso de ovos. Utilizados primariamente para derrotar inimigos ou apanhar objectos, estes podem fazer ricochete um certo número de vezes dependendo da cor e são o único modo de ataque contra certos inimigos. Estas particularidades tornam a tarefa de apanhar todas as estrelas, moedas vermelhas e flores sorridentes distribuídas por cada nível em algo mais recompensador e divertido.
Níveis esses que merecem ser destacados não só devido ao brilharete visual que os acompanha mas também pela forma como cada um está desenhado. A aventura de Yoshi é pautada por um ritmo mais lento que aquele encontrado nos títulos principais da série Mario. Em Yoshi’s Island existe um maior incentivo à exploração de todos os recantos de cada fase para encontrar todos os segredos subtilmente denunciados pela forma como os próprios níveis foram criados. Outra característica de Yoshi’s Island é a forma como apresenta cada tipo de inimigo presente no jogo. O nome de muitos deles é incorporado de forma inteligente nos títulos de cada uma das fases e estas são desenhadas à volta de cada um deles, sendo que uma vez apresentados deste modo ao jogador são posteriormente usados noutras ocasiões.
É deste modo que o jogo consegue afastar a monotonia ao longo dos cinquenta e quatro níveis que compõem o modo principal, sendo ainda possível aceder a mais seis ao completar cada mundo e a outros seis uma vez terminado o jogo, exclusivos da versão do Game Boy Advance. Outro extra presente em todos os Super Mario Advance é o remake de Mario Bros. da NES com um visual mais agradável e pequenas melhorias a nível de controlos mas, infelizmente, sem modo multijogador. Não deixa de ser um belo brinde para os fãs da Nintendo e um reforço extra para os €6,99 pedidos por Super Mario Advance 3.
Conclusão
Super Mario Advance 3: Yoshi’s Island conseguiu resistir ao teste do tempo não apenas através do seu fantástico estilo gráfico como também pelo desenho das fases que impõe um ritmo mais lento, incentivando a exploração. Apesar de uma notável perda a nível visual e sonoro na transição para o Game Boy Advance, esta continua a ser uma excelente forma de relembrar, ou de descobrir, um dos grandes clássicos intemporais da Super Nintendo.
O melhor
- Estilo artístico intemporal
- Controlos simples e intuitivos
- Variedade do desenho dos níveis
- Banda sonora
- Longevidade bastante satisfatória
O pior
- Qualidade visual e sonora inferior à versão original da Super Nintendo
22 de Maio, 2014, 17:53
Bom lançamento. O preço é que...