
ANÁLISE
Sonic the Hedgehog: Triple Trouble
Por Nuno Nêveda a
Sonic, na década de 1990, era sinónimo de velocidade e de qualidade, sempre associadas aos jogos da série na Mega Drive. A carismática mascote da Sega teve também direito a uma série de lançamentos na Master System e na Game Gear. Sonic Triple Trouble foi um dos títulos lançados na portátil da Sega. Passados 18 anos, tem uma nova oportunidade para se mostrar, fazendo parte do primeiro trio de jogos Game Gear agora lançados na Consola Virtual da 3DS.
Como é natural nos jogos do ouriço azul, a história é só um móbil para mais um jogo de plataformas. Aqui, Dr. Robotnik conseguiu apanhar todas as “Chaos Emeralds”, mas um acidente na fase de testes da sua última arma, o “Atomic Destroyer”, fez com que todas as esmeraldas se espalhassem pela ilha. Sonic e Tails lançam-se numa aventura para as recuperar, mas Knuckles está convencido de que os nossos amigos pretendem, simplesmente, roubá-las. No meio disto, surge uma personagem nunca mais vista na série, o ladrão Back the Weasel, que quer vender as cobiçadas esmeraldas. Neste jogo é possível jogar com Sonic ou Tails. Como é natural, o primeiro foca-se mais na velocidade, enquanto Tails aproveita a sua cauda dupla para pequenos voos, apesar de ser mais lento e, em certos momentos, ter um controlo mais impreciso.

Como é sabido, a principal característica de qualquer jogo da série Sonic é a sua velocidade, mas esta encontra-se diluída em Triple Trouble devido a limitações inerentes ao hardware da Game Gear. Outro ponto negativo acaba por ser a física das personagens, que torna alguns saltos menos controláveis. Nota-se ainda uma perda de velocidade no início de algumas subidas e de “loopings”. Associada a uma fluidez inconsistente, isto afecta a qualidade global do jogo de forma irremediável. O desenho dos níveis tem alguma qualidade, mesmo sem a capacidade de oferecer cenários na mesma escala dos títulos da Mega Drive. O grafismo e o leque de cores encontram-se acima da média para um jogo da geração de 8-bits. Esta versão para a Consola Virtual dá a possibilidade de criar pontos de gravação, facilitando ainda mais a tarefa do jogador, num título que está longe de ser difícil.
Em cerca de uma hora terão completado Triple Trouble, mesmo com a adição de níveis especiais. Estes servem para encontrar as seis “Chaos Emeralds” e estão divididos em dois tipos. O primeiro trata-se de um nível de "side-scroll" 2D, cheio de molas, em forma de labirinto e cronometrado. É desafiante e mais uma vez o ponto de gravação acaba por ser bastante útil. O segundo, é um nível onde nos encontramos num biplano em pseudo-3D e temos de apanhar anéis, evitando as bombas que surgem no ar. A inclusão de duas personagens jogáveis aumenta a diversidade de jogo, mas a dificuldade é baixa para os fãs mais experientes da série. A banda sonora tem o toque típico de jogos Sonic e existem algumas músicas para desfrutar ao longo da aventura.
Conclusão
No geral, Sonic the Hedgehog: Triple Trouble é um jogo sólido, mas tem algumas deficiências que não se podem ignorar. As limitações da Game Gear fizeram mossa no conjunto do jogo, hipotecando a sua fluidez. É verdade que é a primeira aparição do ouriço na Consola Virtual da 3DS e isso, por si só, é capaz de agradar aos fãs. Mas se procuram um jogo de plataformas de topo, optem por Super Mario Bros. ou Super Mario Land 2.
O melhor
- Sonic e Tails jogáveis
- Grafismo de qualidade para um jogo de 8-bits
O pior
- Ausência da velocidade característica de Sonic
- Acessível para os veteranos/li>