
ANÁLISE
The Elder Scrolls V: Skyrim
Um vasto mundo em qualquer lugar.
Por Nuno Nêveda a
Lançado originalmente em 2011, The Elder Scrolls V: Skyrim é um dos jogos mais importantes na história da Bethesda, tendo acumulado enormes vendas através de versões em diferentes plataformas e de uma unanimidade positiva junto da crítica. Tendo isso em conta, foi com especial agrado que os fãs da Nintendo vislumbraram The Elder Scrolls V: Skyrim há mais de um ano, no primeiro vídeo de revelação da Nintendo Switch. Um dos grandes pesos pesados da última década estava finalmente a caminho de uma plataforma Nintendo!
Para quem não conhece (provavelmente esteve ausente em Marte ou num buraco), The Elder Scrolls V: Skyrim é um jogo de acção e aventura com fortes elementos RPG, ao bom estilo das produções da Bethesda. A história principal, mesmo sendo interessante, está repleta de lugares-comuns típicos de obras inspiradas em épicos medievais nórdicos com pitadas de fantasia. O grande segredo aqui acaba por estar na exploração de um enorme mapa, na busca de pequenas histórias, interacção com os habitantes e no desenvolvimento de inúmeras missões que vão surgindo como cogumelos.Assim sendo e numa breve contextualização da história, Skyrim é uma região de Tamriel e o protagonista, que pode ser definido dentro de diversas classes e raças, surge no meio de uma fatídica disputa entre os Stormcloaks, forças revoltosas, e as forças Imperiais. No início, Ulfric, líder dos Stormcloaks foi capturado pelo Império para ser executado. O protagonista, numa obra do acaso, aparece ao lado de de Ulfric e outros prisioneiros a caminho da morte. Quando tudo aponta para um desfecho trágico, um dragão aparece, os prisioneiros fogem e a guerra continua. Contudo, desenrolam-se outros acontecimentos de maior importância, nomeadamente a relação entre o protagonista e os dragões.
A campanha principal pode não ser das mais épicas de sempre mas a partir dos momentos iniciais, abre-se um mundo e em cada esquina de Skyrim há algo para ser feito. É possível perder dezenas de horas sem desenvolver as etapas da história principal. A abordagem à aventura é extremamente flexível com inúmeras masmorras e ruínas para descobrir, bandidos para matar e ainda mais interessante, entrar em guildas e abordar lados mais negros. Nesse campo, a Dark Brotherhood é um dos grupos de maior destaque, com missões que obrigam a assassinar, de forma mais ou menos criativa, adversários que se intrometem pelo caminho. Existem outros grupos como a guilda dos ladrões ou os Companions. Muita variedade a ter em conta.Os três grandes conteúdos adicionais lançados, Dawnguard, Hearthfire e Dragonborn, estão incluídos no jogo. O primeiro adiciona um líder dos vampiros à região de Skyrim com novas missões a entrar no enredo. Igualmente com mais missões a entrar no enredo encontra-se Dragonborn, que leva o jogador à ilha de Solstheim ao encontro do Dragonborn original, de nome Miraak. Por fim, Hearthfire permite a compra de terras e a construção de casas. A presença destes três pacotes é sem dúvida uma mais valia para The Elder Scrolls V: Skyrim. Somando todo o conteúdo à disposição, é jogo para muito mais de cem horas.
O sistema de combate não é dos mais profundos, desafiantes e estratégicos do género mas cumpre o seu propósito e funciona na Nintendo Switch como sempre funcionou desde o jogo original. Aqui a grande novidade está na utilização do giroscópio dos Joy-Con. Através de controlos por movimentos pode-se substituir os comuns ataque e defesa. O mais notável está reservado para o controlo da mira do arco. Mesmo assim, funciona como uma curiosidade que não revoluciona o jogo. Por outro lado, a componente HD Rumble tem uma utilização interessante do seu potencial na abertura de fechaduras. Esta entrada na Nintendo Switch traz ainda a compatibilidade com figuras amiibo The Legend of Zelda. Uma vez por dia é possível obter indumentária e equipamento inspirado na série. Pode-se ainda utilizar outras figuras amiibo compatíveis para receber uma arca com pilhagens. Diga-se que isso pode ser obtido mesmo sem um amiibo mas de uma forma mais complexa.O grande trunfo deste The Elder Scrolls V: Skyrim reside na portabilidade que a Nintendo Switch oferece, sem grandes constrangimentos. Tecnicamente o jogo situa-se entre as versões XBox 360/PlayStation 3 e as versões melhoradas entretanto lançadas no ano passado. Obviamente que o jogo já acusa alguma idade, algo que se nota sobretudo em algumas texturas e animações e quando por vezes surgem erros e bugs característicos da Bethesda. Felizmente o jogo corre a 30 fotogramas por segundo constantes e a 900p em modo estável. Já em modo portátil a resolução é de 720p mas dinâmica e com redução de objectos à distância. No fundo, trata-se de uma adaptação bem conseguida de uma obra de grande magnitude numa consola como a Nintendo Switch.
Conclusão
Há que elogiar o trabalho da Bethesda em trazer um jogo deste calibre para a híbrida da Nintendo. Repleto de conteúdo, The Elder Scrolls V: Skyrim até pode estar datado em alguns aspectos (seis anos de existência fazem mossa) mas não deixa de ser um dos melhores jogos de aventura e RPG de sempre. A portabilidade aqui introduzida traz um novo brilho a este jogo magnífico que merece ser rejogado ou jogado pela primeira vez. Contudo há um reverso da medalha, o preço. Pedir €59,99 por um jogo com tantos anos de existência é demasiado e pode, legitimamente, afastar alguns interessados.
O melhor
- Skyrim em toda a sua glória
- Portabilidade traz um novo brilho a um velho clássico
- Jogo imenso com todos os conteúdos adicionais anteriormente lançados
O pior
- Preço excessivamente alto
- Alguns erros ocasionais
Nota: Esta análise foi efectuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Nintendo.
16 de Novembro, 2017, 23:27