
ANÁLISE
Star Fox 2
Mais de duas décadas depois...
Por Sérgio Mota a
O anúncio do lançamento de Star Fox 2 foi recebido com bastante surpresa. Originalmente previsto para 1996, o jogo foi cancelado devido ao aspecto datado que apresentava na Super Nintendo quando comparado à concorrência feroz da PlayStation e da Sega Saturn. Apesar de ser uma proposta ousada para o hardware da época, a Nintendo decidiu retirar o tapete à produção de forma a não prejudicar a sua prestação, ao mesmo tempo que provocou uma enorme desilusão junto dos fãs do jogo original.
Com a chegada da consola SNES Nintendo Classic Mini, a Nintendo dirige-se aos seus seguidores de longa data, capitalizando os clássicos que fizeram a sua história e dando uma oportunidade ao público mais jovem de fazer parte dela. E é assim que mais de duas décadas depois, Star Fox 2 faz a sua estreia, representando uma das atracções do já de si atraente conjunto incluído na SNES Classic Mini.
O jogo deve ser observado como um título do seu tempo e como tal, visualmente apresenta apontamentos muito interessantes para a época mas é patente que o hardware da consola é de facto muito limitado para o esforço dos seus produtores, tendo eles realizado um trabalho muito meritório que infelizmente não foi suficiente para sobressair face à concorrência da época.Se o ambiente gráfico é no geral aceitável e com momentos até surpreendentemente bons, o mesmo não se poderá dizer dos controlos. A Nintendo sempre primou por uma jogabilidade perfeita nas suas entregas e ainda que seja perfeitamente possível experienciar este titulo, encontram-se algumas dificuldades neste campo que, juntamente com a baixa fluidez, não tornam a experiência tão memorável como se gostaria. É a nível sonoro que as limitações de hardware perdem a sua proeminência, com uma banda sonora memorável, ao bom estilo dos anos 90, que cria um estranho sentimento de nostalgia num título que se está a jogar pela primeira vez.
A longevidade de Star Fox 2 é surpreendentemente curta. Apesar de apresentar vários níveis de dificuldade, o modo “Normal” caracteriza-se por um facilitismo tão grande que quase que pode ser considerado como um tutorial encapotado, sendo que no modo “Hard” encontra-se um desafio mais à altura das expectativas. Os níveis são curtos e simplistas, mesmo para os padrões da época e apesar de apresentarem variações alternativas para voltarem a ser jogados, em poucas horas consegue-se experienciar todos os conteúdos disponíveis.
Conclusão
Após mais de duas décadas percebe-se que de facto a Nintendo tomou a decisão certa em cancelar o seu lançamento, assim como tomou a decisão certa em deixar os jogadores experimentar este fragmento de história, premiando a ambição dos produtores da época que fizeram um trabalho tão meritório mas que devido às limitações óbvias do hardware disponível, nunca poderia ser experienciado pelos fãs do jogo original. Carregado de boas ideias, a sua versão final adiciona valor ao fantástico catálogo da SNES Classic Mini pelo seu contexto histórico, uma vez que como jogo em si é uma experiência marcada por controlos limitativos, fluidez reduzida, ambiente gráfico que varia entre o muito bom e o muito mau, passando do oito ao oitenta numa questão de segundos.
O melhor
- Possibilidade de finalmente jogar este marco histórico de nostalgia Nintendo
- Vertente sonora
- Por vezes o ambiente gráfico
O pior
- Por vezes o ambiente gráfico...
- Controlos desadequados
- Quebras de fluidez constantes
- Mapas vazios e insípidos
- Bosses finais pouco desafiantes
26 de Novembro, 2017, 14:35