
ANÁLISE
Rayman
Por Manuel Morais a
Depois do sucesso do Rayman original, faz parte da ordem natural das coisas que se tenha tentado criar um novo título da série para as consolas portáteis. No ano 2000, já depois do lançamento de Rayman 2, a Ubisoft trouxeRayman ao Game Boy Color, que apesar de partilhar a história e as personagens com o original, é totalmente diferente em tudo o resto.

São poucos os ambientes que retornam do original.
O objectivo de Rayman é simples, sendo a história praticamente inexistente. Temos apenas de derrotar o Mr. Dark (o único boss em todo o jogo) e salvar os Toons que se encontram pelo caminho, aprisionados em jaulas. Cada nível segue uma estrutura perfeitamente convencional, onde podemos andar, saltar e atacar para podermos alcançar o final, tendo ainda espaço para mais umas habilidades que se desbloqueiam com o tempo. O desenho dos níveis não é, contudo, totalmente horizontal, ou seja, não estamos sempre a andar para a direita. Acabamos por dar várias voltas, em alguns casos aproveitando até o mesmo segmento várias vezes, algo que é sempre agradável para criar alguma complexidade. Apesar de os cenários mudarem, os elementos são praticamente sempre os mesmos. Os inimigos são muito semelhantes entre si, e as plataformas que encontramos não diferem de zona para zona.
Não obstante as limitações do Game Boy Color, a realização gráfica faz um excelente trabalho em tentar recriar o ambiente do Rayman original, com cenários que apresentam uma quantidade considerável de detalhe. Um desenho medíocre destes causa, porém, um problema, uma vez que existem diversos momentos onde facilmente se confunde um cenário fixo com secções que podemos atravessar, o que leva a que facilmente se percam vidas repetidamente por não conseguirmos ver uma parede, ou por pensarmos que podíamos saltar para um certo sítio que não se encontra acessível.

Nem sempre é fácil de decifrar o cenário.
Apesr de tudo, o nível de dificuldade é bastante equilibrado, começando em níveis bastante curtos e simples para nos irmos habituando, e aumentando progressivamente até ao final, sendo os últimos níveis dignos de algumas mortes, mas sem nunca atingir o absurdo que encontramos nas versões de 32-bits. Tendo em conta que o título ainda tem alguma dimensão, o nosso percurso é gravado em passwords de dez caracteres, que incluem maíusculas, minúsculas e até símbolos como asteriscos ou cardinais. Não existe razão absolutamente nenhuma para um jogo, produzido no ano 2000, não ter uma memória interna capaz de salvaguardar o nosso percurso. Em vez disso, temos de anotar a password à medida que avançamos. Neste caso específico, na 3DS temos sempre a possibilidade de gravar através das funcionalidades da Consola Virtual e esta característica acaba por não constituir um problema. Mesmo tendo em conta os baixos padrões de qualidade técnica que temos de ter para um jogo no Game Boy Color, a componente sonora é terrível, sendo principalmente composta por sons agudos e repetitivos, que em nada trabalham para formar músicas que façam justiça à brilhante banda sonora do jogo das-32 bits.
Conclusão
Rayman para o Game Boy Color é um título prefeitamente razoável e com um bom aspecto gráfico, tendo em conta as limitações da consola. No entanto, a dúvida incide no preço, e quanto a isso, tendo uma banda sonora de meter medo ao susto e não apresentando mais nada que o torne verdadeiramente notável, apenas se recomenda a interessados na série ou para satisfazer sentimentos nostálgicos, já que é possível encontrar jogos mais dignos de valer seis euros na Consola Virtual.
O melhor
- Dificuldade bem estruturada
- Bom grafismo para a consola
O pior
- Péssima banda sonora
- Cenários difíceis de decifrar
- Apenas um boss
- Sistema de passwords