
ANÁLISE
Castle Conqueror Revolution
Por Fábio Pereira a
No que toca a jogos de guerra, temos normalmente duas opções. Ou avançamos pelas fileiras inimigas de arma em riste, ou mandamos os outros fazer o trabalho duro no campo de batalha. Nestas duas funções distinguem-se géneros, e para mandar há que ser receptivo às particularidades dos jogos de estratégia que tanto diferem entre si. A estratégia em tempo real conheceu o seu apogeu nos jogos para computador e poucos transitaram para as consolas, ainda menos para portáteis. Felizmente que existem produtoras com vontade de inovar e às vezes não é preciso complicar muito para se conseguir um jogo de estratégia fácil de aprender e divertido. Reúnam as tropas, vamos à conquista do castelo!
Castle Conqueror: Revolution é uma proposta diferente que se estreou no DSiWare, após o original Castle Conqueror. O jogador escolhe um de dois generais, masculino ou feminino, para comandar um exército revolucionário numa era que fica entre o fantástico e medieval. O termo revolução dá sempre um tom especial à conquista.


Às armas!
O tutorial tenta explicar a mecânica simples do jogo mas complica mais do que ajuda. Nada que o instinto de jogador não resolva. Em cada cenário temos um ou mais castelos iniciais, com um número que indica a quantidade de tropas disponíveis nesse castelo. Espalhados pelo terreno estão outros castelos abandonados e os castelos tomados pelo inimigo. Cada um destes edifícios tem um número em cima, constantemente a aumentar e que precisa de ser reduzido a zero pelas nossas tropas a fim de os tomar para o nosso lado. Com o estilete indicamos a direcção que as tropas devem seguir. Frustrante nas primeiras tentativas, pois é necessário deixar pressionado durante algum tempo e à velocidade com que as coisas se processam gera alguma confusão.
Ao enviarmos tropas o número de unidades no castelo desce e volta a subir lentamente. Mas é também esse número que representa a resistência aos ataques inimigos, por isso se esse castelo estiver a ser atacado o número desce, e se chegar a zero perdemos o comando da unidade. Conquistar os outros castelos é fundamental para aumentar a nossa força, por isso é necessário gerir as tropas e enviar parcelas de 10 unidades de um para o outro castelo afim de aumentar a resistência quando indispensável.


A guerras ganham-se com ouro.
Tudo isto se desenrola à velocidade da luz, com os primeiros segundos da batalha fulcrais para a vitória. Até porque a prestação do inimigo, por vezes impiedoso, outras sem qualquer noção de estratégia, depende muito da vontade do jogo. Visto que esta eficácia é aleatória, um nível pode correr muito mal da primeira vez, com a derrota logo após os primeiros cinco segundos de batalha, e muito bem numa segunda tentativa. O esquema não se altera e os elementos adicionais, como castelos aliados controlados pelo jogo, não influenciam tanto o decorrer das batalhas, tornando-se repetitivo a médio prazo. As opções de personalização exigem ouro para aumentar estatísticas como defesa, ataque ou velocidade das tropas, obrigando a repetir os mesmos níveis se quisermos angariar fundos suficientes.
Ao estilo de Advance Wars, existem habilidades especiais que aumentam o poder do nosso exército durante algum tempo Bastante úteis durante a conquista. O general ao subir de nível pode aceder a tropas supostamente mais fortes, mas em batalha não se nota praticamente diferença nenhuma. Parece antes que o inimigo perde aptidão para a batalha. O jogo começa muito difícil e vai ficando visivelmente mais fácil, o que não é de todo costume nos videojogos.
No aspecto visual o jogo conta com um traço tipo japonês. Revolution utiliza um 2D simpático, com as unidades e castelos a apresentarem pequenas diferenças entre cada um. Já no campo sonoro, tirando o terrível som do trombone que antecede a batalha, o jogo faz o suficiente para não destruir os ouvidos do jogador.
Conclusão
Castle Conqueror: Revolution é uma boa escolha para quem procura um jogo de estratégia desprovido da complexidade que afasta muitas pessoas do género. Nota-se que tem capacidade para muito melhor. Podia oferecer mais variedade, mais personagens, mais elementos de batalha, mas tratando-se de uma produção para o DSiWare não se pode esperar a mesma quantidade de conteúdo do que num cartucho. Ideal também para curtas sessões de jogo, não vai desiludir aqueles que não passam sem a sua pequena revolução diária.
O melhor
- Simples e original
- Ideal para sessões curtas
O pior
- Torna-se demasiado fácil
- Repetitivo a médio prazo