
ANÁLISE
Alien Storm
WII
VC
Por João Tavares a
Ahhh... a década de 90. A era dourada dos 16-bit reluzia ao ponto de deixar os nossos olhos em lágrimas, e a evolução tecnológica que trouxe consigo era um factor de desculpa para todos quererem dar uma voltinha na nova plataforma de entretenimento. Se houve um género que singrou no campo do scrolling horizontal, foi claramente o dos Beat 'em up. Alien Storm foi um dos primeiros passos nesse campo na Mega Drive, mas se na altura este clássico se apresentou como uma opção a ter muito em conta, hoje em dia a Virtual Console já está preenchida com muita concorrência. Que dizer então desta proposta da Sega?
Deixando por um pouco as alternativas de lado, neste jogo teremos de parar uma invasão alienígena ao planeta Terra. Homens, mulheres, crianças... nada está a salvo deste impetuoso ataque de outro mundo, e rapidamente as ruas e habitações estão repletas de bichos roxos, vermelhos e verdes. Felizmente existem três habitantes dispostos a repelir esta invasão, não em nome da lua, mas em prol da humanidade e da sua preservação como bem a conhecemos. Temos então ao nosso dispor esses guerreiros: um homem capaz de electrocutar tudo no seu caminho, uma mulher quente, não por ser jeitosa mas por estar munida de um útil lança-chamas, e um robot com um braço artilhado capaz de impor respeito a qualquer verme. Nenhum deles acaba por afectar a jogabilidade em si, pelo que a vossa escolha terá um significado puramente estético.

Alien Storm envelheceu mal.
O conceito é simples. Agarrem na vossa personagem de eleição e limpem tudo que vos ouse enfrentar, à medida que percorrem cenários da esquerda para a direita. Depois de limparam uma secção da rua, a seguinte fica desbloqueada para um pouco mais de exterminação. No entanto, e ao contrário do que é habitual no género, Alien Storm não se limita a oferecer este tipo de jogabilidade. Existem também fases em que disparamos na primeira pessoa, o que ocorre sempre que entramos dentro de uma habitação, passando ainda por alturas em que estamos perante um verdadeiro Shoot 'em up, com a personagem a correr sozinha, relegando para o jogador a simples missão de manter o ritmo de fogo constante. Esta variação é muito bem-vinda e acaba por dar a Alien Storm uma personalidade bastante única, ainda para mais por ter sido uma das primeiras tentativas do género na era 16 bit.
No que diz respeito a controlos, temos à nossa disposição três diferentes acções, com um botão normal de ataque, um outro de esquiva e o cliché especial, que varia consoante o herói que estamos a guiar. Garth chama um avião, Karen espeta com um belo de um míssil no meio do cenário e o robot Scooter deixa uma série de bombas convenientemente espalhadas pelo chão. A IA inimiga está muito bem concebida, obrigando o jogador a alguma estratégia e agilidade de movimentos, bem como a uma pensada utilização dos seus poderes. Para além da barra de vida, é imperioso mantermos um olho na barra de energia, que naturalmente confere combustível à nossa arma. Um ataque normal consome uma pequena quantidade dessa energia, mas o ataque especial já dá uma trinca bem grande na nossa fonte de poder essencial. Assim que chegar ao fim, teremos de recorrer a pancadaria velha, o que, escusado será dizer, é um tanto ou nada fraca e que nos deixa numa posição crítica. Felizmente os monstros vão generosamente deixando alguns suplementos nutritivos que nos ajudam a manter a forma, mas até nas próprias habitações temos a possibilidade de partir tudo o que é mobília e parede para obtermos igual ajuda.

Cada personagem tem o seu próprio ataque especial.
Voltando ao combate em si, o flanqueamento a que estamos constantemente sujeitos não dá espaço para grandes brincadeiras, podendo resultar nalguns casos num desolante ecrã de Game Over. A variedade de inimigos é mínima e apenas a sua cor roda consoante avançamos nas oito missões de jogo (demasiado curtas, diga-se), até chegarmos ao desafio final em que mandamos a raça alienígena desta para melhor. Os bosses apresentam-se como uma barreira mais complicada de ultrapassar, mas infelizmente não exigem grande táctica de combate, acabando por ser desafios menos interessantes do que os que vamos encontrando pelas ruas. Se ainda assim acharem tudo demasiado complicado para a vossa veia heróica, nada como convidar um amigo para dar uma mãozinha na limpeza de gosma. É aqui, também, que o jogo ganha outro encanto. Fica, contudo, a nota para a falta de variedade de ataques existentes e que rapidamente nos atira para os braços da repetitividade.
Graficamente, Alien Storm está muito longe de impressionar, apresentando texturas pobres, despidas e de pouco detalhe. A única situação em que realmente podemos arregalar os olhos é nas fases das habitações, onde tudo o que está delimitado pelo ecrã da nossa televisão é destrutível. Entrar numa loja de electrodomésticos e mergulhar numa fase "trigger happy" é um deleite para a fome de acção do nosso ser, mas mais um passo atrás na nossa lucidez mental. Felizmente o jogo não nos prejudica por partirmos demasiado as instalações de um pobre desgraçado, bem pelo contrário, até nas paredes estão escondidas latas energéticas e estojos de primeiros socorros. O arquitecto foi mesmo conveniente! Já as personagens em si, essas possuem uma panóplia de animações interessantes e em quantidade razoável, mas são incapazes de equilibrar a balança qualitativa.

Além de um grafismo pobre, somos ainda obrigados a suportar um campo sonoro fraco, com efeitos sonoros capazes de fazer corar a bela da Mega Drive, e música que peca por falta de um trabalho melhor. Uma palavra de apreciação para o ritmo rápido das faixas, que ajudam a empolgar o jogador nas fases aceleradas de Alien Storm, mas havia espaço para mais, especialmente se olharmos para o que de melhor foi feito no sistema. Mas o mundo não é um sítio perfeito, e temos de nos sujeitar a baixar um pouco o volume da televisão.
Deixando por um pouco as alternativas de lado, neste jogo teremos de parar uma invasão alienígena ao planeta Terra. Homens, mulheres, crianças... nada está a salvo deste impetuoso ataque de outro mundo, e rapidamente as ruas e habitações estão repletas de bichos roxos, vermelhos e verdes. Felizmente existem três habitantes dispostos a repelir esta invasão, não em nome da lua, mas em prol da humanidade e da sua preservação como bem a conhecemos. Temos então ao nosso dispor esses guerreiros: um homem capaz de electrocutar tudo no seu caminho, uma mulher quente, não por ser jeitosa mas por estar munida de um útil lança-chamas, e um robot com um braço artilhado capaz de impor respeito a qualquer verme. Nenhum deles acaba por afectar a jogabilidade em si, pelo que a vossa escolha terá um significado puramente estético.

Alien Storm envelheceu mal.
O conceito é simples. Agarrem na vossa personagem de eleição e limpem tudo que vos ouse enfrentar, à medida que percorrem cenários da esquerda para a direita. Depois de limparam uma secção da rua, a seguinte fica desbloqueada para um pouco mais de exterminação. No entanto, e ao contrário do que é habitual no género, Alien Storm não se limita a oferecer este tipo de jogabilidade. Existem também fases em que disparamos na primeira pessoa, o que ocorre sempre que entramos dentro de uma habitação, passando ainda por alturas em que estamos perante um verdadeiro Shoot 'em up, com a personagem a correr sozinha, relegando para o jogador a simples missão de manter o ritmo de fogo constante. Esta variação é muito bem-vinda e acaba por dar a Alien Storm uma personalidade bastante única, ainda para mais por ter sido uma das primeiras tentativas do género na era 16 bit.
No que diz respeito a controlos, temos à nossa disposição três diferentes acções, com um botão normal de ataque, um outro de esquiva e o cliché especial, que varia consoante o herói que estamos a guiar. Garth chama um avião, Karen espeta com um belo de um míssil no meio do cenário e o robot Scooter deixa uma série de bombas convenientemente espalhadas pelo chão. A IA inimiga está muito bem concebida, obrigando o jogador a alguma estratégia e agilidade de movimentos, bem como a uma pensada utilização dos seus poderes. Para além da barra de vida, é imperioso mantermos um olho na barra de energia, que naturalmente confere combustível à nossa arma. Um ataque normal consome uma pequena quantidade dessa energia, mas o ataque especial já dá uma trinca bem grande na nossa fonte de poder essencial. Assim que chegar ao fim, teremos de recorrer a pancadaria velha, o que, escusado será dizer, é um tanto ou nada fraca e que nos deixa numa posição crítica. Felizmente os monstros vão generosamente deixando alguns suplementos nutritivos que nos ajudam a manter a forma, mas até nas próprias habitações temos a possibilidade de partir tudo o que é mobília e parede para obtermos igual ajuda.

Cada personagem tem o seu próprio ataque especial.
Voltando ao combate em si, o flanqueamento a que estamos constantemente sujeitos não dá espaço para grandes brincadeiras, podendo resultar nalguns casos num desolante ecrã de Game Over. A variedade de inimigos é mínima e apenas a sua cor roda consoante avançamos nas oito missões de jogo (demasiado curtas, diga-se), até chegarmos ao desafio final em que mandamos a raça alienígena desta para melhor. Os bosses apresentam-se como uma barreira mais complicada de ultrapassar, mas infelizmente não exigem grande táctica de combate, acabando por ser desafios menos interessantes do que os que vamos encontrando pelas ruas. Se ainda assim acharem tudo demasiado complicado para a vossa veia heróica, nada como convidar um amigo para dar uma mãozinha na limpeza de gosma. É aqui, também, que o jogo ganha outro encanto. Fica, contudo, a nota para a falta de variedade de ataques existentes e que rapidamente nos atira para os braços da repetitividade.
Graficamente, Alien Storm está muito longe de impressionar, apresentando texturas pobres, despidas e de pouco detalhe. A única situação em que realmente podemos arregalar os olhos é nas fases das habitações, onde tudo o que está delimitado pelo ecrã da nossa televisão é destrutível. Entrar numa loja de electrodomésticos e mergulhar numa fase "trigger happy" é um deleite para a fome de acção do nosso ser, mas mais um passo atrás na nossa lucidez mental. Felizmente o jogo não nos prejudica por partirmos demasiado as instalações de um pobre desgraçado, bem pelo contrário, até nas paredes estão escondidas latas energéticas e estojos de primeiros socorros. O arquitecto foi mesmo conveniente! Já as personagens em si, essas possuem uma panóplia de animações interessantes e em quantidade razoável, mas são incapazes de equilibrar a balança qualitativa.

Podemos entrar em certas habitações, onde o jogo muda para uma perspectiva na primeira pessoa.
Além de um grafismo pobre, somos ainda obrigados a suportar um campo sonoro fraco, com efeitos sonoros capazes de fazer corar a bela da Mega Drive, e música que peca por falta de um trabalho melhor. Uma palavra de apreciação para o ritmo rápido das faixas, que ajudam a empolgar o jogador nas fases aceleradas de Alien Storm, mas havia espaço para mais, especialmente se olharmos para o que de melhor foi feito no sistema. Mas o mundo não é um sítio perfeito, e temos de nos sujeitar a baixar um pouco o volume da televisão.
Conclusão
Alien Storm é visto como um dos clássicos da Sega na era 16-bit. Porém, grande parte dessa nomeação vem certamente de efeitos nostálgicos, que usualmente cegam um pouco a visão criteriosa dos jogadores e demais. Agora, vinte anos depois, e percorrendo a lista de Beat 'em up disponíveis na Virtual Console, este título fica um pouco esmagado pela forte e impiedosa ameaça de jogos como Streets of Rage, Final Fight ou até Golden Axe. É uma questão de prioridades. Se já jogaram os melhores dentro do género, então podem dar uma vista de olhos a Alien Storm com segurança, mas se procuram investir os vossos primeiros pontos numa experiência clássica deste tipo, tentem primeiro olhar para as alternativas.
O melhor
- Vários tipos de jogabilidade numa só
- Modo multijogador divertido
O pior
- Longevidade curta
- Graficamente e sonoramente fraco e datado
- Pouca variedade de movimentos