
ANÁLISE
Hollow
Algo correu mal...
Por Nuno Nêveda a
Desde a dupla Outlast, passando por Layers of Fear: Legacy e terminando em Hollow, o género de terror começa a estar representado na Nintendo Switch com alguns títulos de maior ou menor nomeada. Pegando agora em Hollow, uma espécie de réplica desinspirada de Alien: Isolation, encarna-se a pele de um dos pilotos da Shakhter-One, nave que transporta valiosos recursos entre Júpiter e a Terra. Um dia, o protagonista acorda numa cápsula de emergência à deriva. Com uma forte amnésia, sem saber quem é, apenas se lembra de um código de atracagem para o porto da cápsula 6.
Depois de uma volta a bordo da Shakhter-One, torna-se óbvio que algo correu mal. A tripulação desapareceu e a nave depara-se agora com gravíssimos problemas de energia. À medida que se avança, são desvendados segredos terríveis. Infelizmente a história tem demasiados lugares-comuns e rapidamente se torna previsível e entediante, apenas com um ou outro momento mais empolgante.
Hollow joga-se numa perspectiva na primeira pessoa, ao longo de cenários inóspitos, em grande parte vazios, embora com inimigos que vão aparecendo amiúde. A progressão pelas cerca de meia-dúzia de horas de aventura, mais algum tempo para encontrar o final alternativo, é algo complicada, não pelos puzzles em si ou pela dificuldade do jogo mas sobretudo por problemas próprios da jogabilidade. Se por um lado a movimentação da personagem é lenta, tentando criar momentos de tensão, o controlo da mira apresenta problemas. Também a navegação pelos menus está longe de ser brilhante. Tudo isto torna os combates algo erráticos, juntando-se à escassez de munições e elementos de cura, o que aumenta a dificuldade de forma artificialmente injusta.Os produtores tentaram recriar cenários detalhados em Hollow que fossem capazes de apresentar um ambiente tenso, opressivo e desolador mas algo correu mal nesta transição para a Nintendo Switch. O filtro adicionado é excessivo, estragando parte da beleza visual. Seria preferível um visual mais limpo, mesmo que menos ambicioso. Pior ainda, a fluidez tem enormes golpes, nomeadamente, em modo portátil. Por fim, Hollow apresenta algumas falhas que comprometem a qualidade do produto final. Do lado positivo estão os excelentes efeitos sonoros que merecem a utilização de um bom conjunto de altifalantes para uma melhor experiência.
Conclusão
Hollow poderia ser uma proposta interessante, dado o seu potencial. Contudo, a entrada na híbrida da Nintendo revela falhas evidentes na optimização e uma jogabilidade algo problemática. Uma desilusão maior que o medo que provoca aos jogadores.
O melhor
- Ambiente tenso
- Efeitos sonoros interessantes
O pior
- Enredo genérico
- Jogabilidade lenta e pesada
- Quebras notórias de fluidez
- Inúmeros problemas técnicos
Nota: Esta análise foi efectuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Forever Entertainment.
15 de Maio, 2018, 23:55