
ARTIGO
Antevisões Wii U 2012
Por Ivan Lopes a
A convite da Nintendo Portugal, o FNintendo esteve presente no evento de Lisboa Pós-E3, onde tivemos acesso a demonstrações dos primeiros jogos que acompanharão a Wii U nos seus primeiros meses de vida.
Foi possível conhecer melhor as diferentes ofertas e ter uma ideia das potenciais surpresas, boas apostas e possíveis desilusões. Entre esses jogos testados, destacamos Zombie U, New Super Mario Bros. U, Rayman Legends e Nintendo Land.
Batman Arkham City: Armored Edition
Já não existem dúvidas que Arkham City é capaz de agradar os fãs de Batman e que se apresenta como um jogo de grande qualidade. Por esta razão, e por formaa abranger novas plataformas, a Warner Bros decidiu lançar Arkham City: Armored Edition, uma versão melhorada do jogo e alterada para interagir com o Wii U Gamepad.
A demonstração a que tivemos acesso estava muito bem estrutrada, mostrando um pouco do funcionamento de cada mecânica do título. Um dos aspectos mais surpreendentes é que existem várias formas de alcançar cada objectivo. Há um segmento em que chegamos a uma sala com vários inimigos e podemos escolher como derrotá-los: ou entrando à bruta e iniciar combate, ou contornando a sala através de condutas de ar, de forma a posicionar explosivos que, quando detonados, levem à morte todos os inimigos presentes.
Apesar de o título continuar igual às versões originais, todos os "gadgets" de Batman são agora acedidos através do ecrã táctil e utilizando as diversas funcionalidades do comando. Um bom exemplo é o Batarang. Quando o lançamos, na televisão Batman fica a olhar para o seu braço, onde tem um pequeno visor, ao passo que no ecrã táctil vemos uma câmara posicionada dentro do bumerangue e utilizamos o sensor de movimentos do comando para o controlar. Outro exemplo é que, quando chegamos a uma porta, para a desbloquear temos de resolver um pequeno minijogo no gamepad, que representa o processo de a piratear. São pequenas diferenças que, no todo, oferecem enorme variedade e interactividade.
Convém ressalvar que os controlos parecem confusos numa primeira abordagem. Talvez mais do que os de um comando tradicional, mas nada que não dê para habituar. Não se duvida do que foi apresentado, simplesmente nunca poderíamos estar muito expectantes relativamente a um título que quem quiser já tem disponível noutras plataformas desde o final de 2011. Para os que possuem apenas consolas Nintendo, têm aqui uma boa proposta.
Game and Wario
Ao contrário do que poderia parecer inicialmente, Game and Wario não partilha das mecânicas de WarioWare. Em vez disso, apesar de utilizar as mesmas personagens, por agora é uma simples compilação de minijogos, algo que não sabemos se pode vir a mudar.
Estes minijogos têm como propósito tentar mostrar o potencial do GamePad, e relativamente a isso apresentam algumas ideias curiosas. Exemplos são um jogo em que temos de procurar criminosos numa cidade e onde no ecrã da nossa televisão é mostrada toda a urbe, enquanto que se olharmos para a televisão através do GamePad podemos fazer zoom. Outro exemplo é um minjogo em que colocamos o comando na vertical, apontado para o ecrã, e com o auxílio do ecrã táctil lançamos flechas para defender um local, sendo a direcção definida pela forma como apontamos para a televisão.
Fica também a nota que das quatro experiências disponíveis, apenas uma tinha capacidade para vários jogadores. Nenhum dos minijogos apresentados deu o sentimento de algo minimamente profundo, o que faz crer que esta é uma experiência que fica muito aquém da criatividade de WarioWare. Não que não seja interessante de se jogar, mas deixa a dúvida se irá ter profundidade e conteúdo suficiente para ser dignamente vendido a retalho.
Just Dance 4Just Dance foi um dos maiores sucessos da Wii e foi com naturalidade que se assistiu ao anúncio do quarto capítulo da série para a Wii U.
O jogo mantém a fórmula que catapultou a série para o sucesso. Muitas músicas pop com coreografias acessíveis a qualquer pessoa. Basta pegar no Wii Remote para se começar a dançar. Sem dúvida que para grupos de amigos, esta pode ser das melhores propostas do início de vida da consola.
Uma das novidades é a apresentação de um ambiente gráfico de alta definição. Não é muito relevante, mas torna o jogo mais bonito. Outra nova adição é o chamado “Puppet Mode”, que permite ao jogador manipular os outros jogadores escolhendo os movimentos da coreografia através do Wii U GamePad.
Sabe-se que a versão final deverá contar com mais de 40 músicas. Sendo um título multiplaforma, as pequenas inovações da Wii U podem fazer desta a versão mais apetecida. No geral, Just Dance 4 parece trilhar o mesmo caminho dos anteriores.
New Super Mario Bros. U
A Nintendo espera que New Super Mario Bros. U ajude a Wii U a ter um elevado sucesso logo nos seus primeiros meses. Provavelmente venderá milhões de unidades, mas será que tem as novidades que se esperam de uma nova geração? Pela demo que se experimentou, a resposta é algo dubia. O jogo é divertido, traz ideias interessantes, mas no geral parece um pouco mais do mesmo. Isso até pode ser bom, ou não estivéssemos a falar do sucessor de um dos melhores jogos de plataformas 2D da Wii.
Existiam três cenários à disposição dentro do estilo habitual na série, novos power-ups e, uma vez mais, o multijogador a coroar-se rei com um elemento novo, o Gamepad. O ambiente caótico desta componente irá provocar novamente imensas gargalhadas. Podem jogar até quatro jogadores utilizando o Wiimote, dotado da mesma jogabilidade do antecessor, mas o verdadeiro factor novidade é a utilização do Gamepad para a quinta pessoa. Com este controlador na mão, o quinto elemento pode espalhar diversas plataformas pelo cenário e assim facilitar ou prejudicar bastante a vida dos outros jogador. Com uma acção frenética, podem imaginar o quão difícil é prestar atenção a todos, mas a dois esta cooperação revela-se decisiva para ultrapassar o jogo mais facilmente. Em modo solitário, a personagem pode também ficar a cargo do Gamepad, e nesse caso podemos ignorar o que decorre na TV.
Visualmente, fica excelente em alta definição e com cenários mais detalhados, mantendo a fasquia acima da média também no trabalho sonoro. Por tudo isto e mais, New Super Mario Bros. será certamente muito competente e capaz de proporcionar inúmeras horas de desafio. Não parece um projecto para romper fronteiras de ambição, mas será do agrado dos fãs.
Ninja Gaiden 3: Razor's Edge
A aclamada série Ninja Gaiden regressa a uma consola da Nintendo e será através de Ninja Gaiden 3 – Razor's Edge.
As versões lançadas na PS3 e XBox 360 foram pessimamente recebidas, com problemas óbvios de concepção, mas a Team Ninja tem prometido reformular o jogo.
Para já, Razor's Edge conta com os tão desejados desmembramentos e assim podemos contar com violência extrema. A IA do inimigo também parece ter melhorado e temos mais armas à nossa disposição.
O tempo de jogo não permitiu vislumbrar que tipo de melhorias o GamePad pode trazer a Ninja Gaiden 3. Limita-se a fornecer uma selecção mais directa de armas, alguns ataques especiais e uma lista de movimentos. Também pareceu pouco prático para a acção mais frenética exigida no jogo.
Veremos se a versão final da Wii U consegue corrigir os erros que prejudicaram a versão original. Por enquanto, muitas dúvidas continuam no ar.
Nintendo Land
A Nintendo não tem poupado esforços na promoção de Nintendo Land e espera que este faça pela Wii U o que Wii Sports fez pela Wii.
Este é um jogo que decorre num parque temático virtual com doze atracções inspiradas por marcas emblemáticas da Nintendo, como The Legend of Zelda e Donkey Kong. A proposta parece ideal para grupos, mas aparenta estar longe da acessibilidade de Wii Sports.
Pudemos experimentar quatro minijogos, mais concretamente Luigi’s Ghost Mansion, The Legend of Zelda Battle Quest, Takamaru’s Ninja Castle e Donkey Kong’s Crash. Todos têm um grafismo bastante simples e tentam usar as potencialidades do Wii U GamePad de forma diferente.
Para grupos, o Luigi’s Ghost Mansion é o mais divertido. Faz um uso interessante da jogabilidade assimétrica. Quatro jogadores com Wii Remotes são caça-fantasmas que estão armados com aspiradores e uma lanterna. Terão de procurar o fantasma (o jogador com o GamePad) e atacá-lo até este ficar com a vida a zero, mas terão de prestar atenção à bateria da lanterna e não podem ser atacados pelo espectro. O Wii Remote vibra à medida que os jogadores se aproximam do fantasma, mas a assombração não se consegue vislumbrar até se apontar a lanterna directamente na sua direcção.
O jogador com o GamePad tem uma panorâmica diferente do jogo e tem de fugir dos caça-fantasmas e atacá-los pelas costas para os matar. Se conseguir matar todos os caça-fantasmas ganha o jogo. É muito divertido e inspirado no jogo da “apanhada”, mas levanta algumas dúvidas sobre a sua acessibiliade.
Nas experiências para um jogador, destaca-se para já Donkey Kong’s Crash. Tem um conceito extremamente simples e retro, mas capaz de nos agarrar por algum tempo. Neste jogo, o objectivo é comandar um veículo seguindo a lei da gravidade e ao longo de um circuito de plataformas. O controlo é feito com o sensor de movimentos do GamePad e convém seguir a acção através do seu ecrã. O que está presente na televisão indica apenas a dimensão global da pista. A dificuldade está nas plataformas existentes no circuito e nas elevações e mecanismos que terão de ser controlados para abrir passagem ao veículo e é importante controlar a velocidade, senão o veículo desfaz-se em mil pedaços. Simples, exigente e a melhor proposta que se jogou em Nintendo Land.
Os outros dois minijogos foram uma pequena decepção. The Legend of Zelda Battle Quest obriga a que dois ou mais Miis comandados pelos jogadores cooperem entre si ao longo de vários níveis. O jogador que assume o comando a partir do GamePad pode disparar flechas. Os restantes Miis vestidos de Link usam a espada e o escudo para derrubar os outros adversários. A acção é “on rails”. Um minijogo pouco inspirado, onde o ponto de interesse reside na cooperação.
Takamaru's Ninja Castle vai buscar uma série da Nintendo desconhecida para os jogadores ocidentais, mas cujo objectivo é combater hordas de ninjas. Aqui pegamos no GamePad na vertical e temos de atirar "shurikens" para derrotar os inimigos. O segredo é fazer pontaria de modo a atingir a velocidade correcta para obtermos uma pontuação elevada.
Existe algum potencial, mas longe de ter o impacto de Wii Sports. A versão final de Nintendo Land terá mais minijogos e esperemos que venha incluída com a consola no seu lançamento. Aí certamente que servirá como o software ideal para mostrar as capacidades do comando da Wii U aos amigos.
Pikmin 3
Provavelmente o título da Wii U que se encontra em desenvolvimento há mais tempo, Pikmin 3 promete ser um jogo de grande qualidade. Para quem jogou os títulos anteriores da série, o primeiro contacto é muito natural. Controlamos uma personagem à semelhança de Olimar, que utilizamos para dar ordens aos nossos Pikmin. Nesta demo, as ditas criaturas encontravam-se dispersas por vários pontos do mapa, e a partir do momento que as chamamos, podemos pedir-lhes auxílio, assumindo assim uma componente de estratégia onde temos de dar várias ordens em simultâneo de forma a utilizar o nosso tempo e exército da melhor forma possível.
Tivemos acesso a dois segmentos do jogo: um pequeno nível onde tínhamos de conseguir levar o maior número possível de frutas e de inimigos derrotados com o auxílio dos Pikmin, para a nossa nave antes do anoitecer, e um boss, uma criatura grande em forma de lagarta. Em qualquer um dos segmentos, apenas estavam presentes os Pikmin encarnados, já conhecidos, que servem para atacar inimigos, e os novos Pikmin de pedra, que servem para partir objectos, como vidro, ou a casca que reveste o boss.
Pikmin 3 pode ser jogado exclusivamente no GamePad, mas este não é o esquema que Miyamoto quer destacar. Em vez disso, este título é jogado de melhor forma com o Wiimote e o Nunchuck, de forma a podermos apontar para o ecrã e dar ordens facilmente, e com o GamePad à nossa frente, onde podemos ver o mapa. É uma ideia estranha, mas é mais um exemplo das formas criativas que o comando pode assumir.
Project P-100
Tendo em conta os trabalhos anteriores da Platinum Games, foi com grande estranheza que Project P-100 foi recebido pela comunidade, com muitas dúvidas acerca da qualidade do jogo. Apesar de pedir emprestadas algumas das raízes de Pikmin, este título é bastante interessante, e diferente do que possam pensar.
O nosso foco está no controlo de um grupo de super-heróis que se encontra numa cidade constantemente atacada por forças alienígenas que estão a invadir a Terra, que nós temos obviamente de defender. Acontece que as personagens do nosso grupo não atacam individualmente. Ao contrário do que acontece em Pikmin, o nosso grupo encontra-se sempre junto e para atacar, as personagens juntam-se todas num único objecto, que evocamos ao desenhar um símbolo no GamePad. Por exemplo, se desenharmos uma tira vertical, os nossos heróis juntam-se e formam uma espada gigante, se desenharmos um L invertido transformam-se numa pistola. Já se desenharmos um círculo, por exemplo, transformam-se numa mão, que além de atacar, também é utilizada para interagir de outras formas com o cenário.
Este título é bastante mais frenético do que possa parecer. Mal começamos o jogo, recebemos uma quantidade de informação tão grande que é um pouco difícil perceber o que estamos a fazer e manter-mo-nos vivos ao mesmo tempo, mas à medida que nos habituamos começa a fazer sentido.
A demonstração acabou com um boss complicado, no qual já tínhamos de dominar bastante bem as diferentes formas que o grupo podia assumir, uma vez que os seus diversos pontos fracos tinham de ser atingidos com formas diferentes e isto tem de ser feito enquanto nos desviamos dos seus ataques. Escusado será dizer que fui derrotado ao fim de pouco tempo. Presumindo que isto era um segmento próximo do início do jogo, podemos esperar daqui algo bastante desafiante.
Rayman Legends
Rayman Origins foi um dos melhores jogos de plataformas em 2D dos últimos tempos, para não dizer anos. Delirante, vibrante e colorido são apenas três itens da sua lista de virtudes. Desta forma, foi com alegria que recebemos o anúncio de Rayman Legends para a Wii U.
Este novo título bebe o que de melhor teve Origins, mas aumenta a aposta nos modos cooperativos para até cinco jogadores em simultâneo. A demo a que acedemos permitiu-nos jogar com mais um jogador, em que um utiliza o Gamepad e outro o Wiimote. Quem tem o Gamepad usa o ecrã táctil para controlar Murphy numa perspectiva abrangente e de franca interacção com o cenário, tentanto ajudar Rayman, que é controlado pelo outro jogador. É possível cortar cordas, abrir caminhos e até atordoar inimigos, tudo com os olhos colados ao ecrã do comando, sem necessidade de se olhar para a TV. A acção desliza suave e muito eficiente, ganhando pontos de interesse pelo uso de um esquema rítmico para maximizar os resultados.
O nível está muito bem estruturado, com um desenho irrepreensível, e atingindo o clímax no seu fim, em que a música e o ritmo tomam conta do recado. Nesta fase, Rayman escapa por uma secção rapidamente e durante certas notas da música deve saltar ou abrandar para conseguir interligar correctamente os saltos. Quem usa o GamePad tem de se preocupar em libertar coleccionáveis que se transformam em pontos indispensáveis para ganhar medalhas. Simplesmente épico (algo que ganha maior força ao vivo, acreditem) e que mostra o rumo que a Ubisoft pretende dar a Rayman Legends.
Graficamente não foge muito do que se viu nas versões HD de Rayman Origins, mas as ideias que surgem na demo fazem deste um dos títulos que mais expectativas levanta para a janela de lançamento da Wii U.
Tank! Tank! Tank!
Se dos jogos apresentados até ao momento pedissem para indicar o que parece ter menores probabilidades de sucesso, então o escolhido seria claramente ser Tank! Tank! Tank!. Este título teve a sua origem nas arcadas no ano de 2009, altura em que foi lançado no Japão e América. A Namco Bandai decidiu pegar no título e lançar também na Wii U.
A permissa é bastante simplista, sendo obviamente um título de arcade. No início do jogo é tirada uma fotografia a cada jogador com a câmara do comando. Esta imagem é utilizada para posteriormente inidicar o tanque de cada personagem. Com dois modos disponíveis para experimentar, qualquer um deles com os mesmos controlos, tomamos as rédeas do tanque, ou com o analógico, ou com o d-pad ou ainda com sensor de movimentos, e disparamos com qualquer um dos restantes botões. Dos quatro jogadores, um joga com o Wii U Gamepad, mostrando a sua imagem no ecrã do comando, e os restantes três partilham o ecrã da televisão, jogando com o wiimote na horizontal.
O primeiro modo era o Co-op, em que temos que derrotar, em equipa, monstros gigantes que atacam a cidade. O segundo modo era o Versus, optando por por combates de um contra os outros. O problema com este título é que se expande em simplismo. Todo o cenário é destrutível, e a partir do momento em que encontramos um oponente não há muito a fazer além de disparar para ver quem é o primeiro a morrer. Mesmo a nível de armas não há grande escolha – temos o canhão do tanque, na maior parte das vezes, algumas outras armas que surjam no terreno, sendo que a partir do momento em que as apanhamos não podemos voltar para a opção de canhão normal enquanto não gastarmos as munições.
Não é que Tank! Tank! Tank! não seja divertido (pelo menos por um curto período), pois no meio de toda a confusão é de facto simples de jogar. Apenas existem dúvidas se esta falta de profundidade fará dele um competente vencedor que mereça o preço de título de retalho que vão pedir por ele.
Trine 2: Director's CutTrine 2 foi o único dos títulos experimentados que será disponibilizado através da eShop, o que não representa de forma alguma um título simplista. Muito pelo contrário, apresenta ideias bastante interessantes.
Em Trine 2 controlamos simultâneamente três personagens, de entre as quais podemos alternar livremente. Temos um feiticeiro capaz de mover objectos telepaticamente e criar caixas, um guerreiro para destruir obstáculos e uma arqueira que dispara flechas e possui um gancho para baloiçar e alcançar sítios altos. Há que conjugar cada uma destas habilidades para superar os desafios que nos são impostos e que misturam plataformas, acção e puzzles.
Numa situação inicial, os controlos de Trine pareceram bastante confusos, mas até acabam por ser funcionais. Uma vez que a imagem mostrada no Wii U Gamepad e na televisão é exactamente a mesma, podemos escolher o método de controlo: ou fazemos tudo através de botões normais (sendo que, neste caso, movemos o cursor com o analógico direito), ou podemos trocar as habilidades seleccionadas e utilizar algumas delas através do ecrã táctil.
Este título necessita então de algum cuidado e ponderação sobre as acções tomar, já que não é difícil levar uma personagem à morte quando nos precipitamos. Fica apenas a nota de que, ao contrário de todos os restantes, este jogo tem um aspecto visual menos polido na vida real do que nas imagens que foram publicadas na altura da E3, contudo não deixando de ser bonito, principalmente se considerarmos que será lançado a um preço reduzido.
Wii U Panorama View
Wii U Panorama View não é um jogo no verdadeiro sentido do termo. É sobretudo uma aplicação que demonstra algum do potencial do Wii U GamePad.
Na demo, estavam presentes alguns vídeos que mostravam o sambódromo do Rio de Janeiro em pleno desfile de carnaval ou o voo de algumas aves. Panorama View permite-nos pegar no GamePad e seguir os vídeos sob os mais diversos pontos de vista. Ao mover o GamePad para cima, para baixo, para a esquerda ou para a direita, é possível vislumbrar todos os detalhes, tal como se estivéssemos no meio da acção.
Controlamos a perspectiva do espectador, sentindo-nos como se tivéssemos sido transportados directamente para o centro do vídeo. Com a ajuda do Wii Remote, podemos mudar os diferentes ângulos da câmara na nossa televisão. Algo de interessante é que a Wii U grava os percursos dos jogadores e torna-se assim possível comparar os pontos de vista de cada um que usou o GamePad. Podemos ainda fazer zoom.
O Panorama View é bastante básico enquanto aplicação mas mostra muito do que o GamePad pode oferecer. Seria um óptimo exemplo de software para vir incluído na consola no dia de lançamento. Caso contrário, pode ser ignorado, pois não parece ter conteúdo suficiente para ser vendido em formato físico.
ZombiU
O jogo mais negro dos já revelados para a Wii U é também um dos que mostra melhores ideias. ZombiU usa o GamePad como poucos, sem entrar no campo do forçado.
Foi possível jogar um pouco da campanha e um modo multijogador. A campanha tem muito de “survival horror” misturado com um “first person shooter”. Somos um sobrevivente que tem como principal objectivo aguentar-se o máximo de tempo possível sem ser morto por uma horda de mortos-vivos. À primeira vista, parece algo decalcado de Left4Dead, mas a acção é muito mais pausada e tem um ambiente bem mais pesado.
Uma ideia interessante apresentada em ZombiU consiste em assumirmos a pele de outro sobrevivente ao morrermos. O conceito de jogo já é interessante por si só, mas ganha uma nova dimensão com o uso do GamePad. Trata-se de uma utilização inteligente, o comando apresenta um mapa (parece ser, para já, a funcionalidade mais usada nos jogos), permite seleccionar uma arma e controlar a energia da personagem. Mas para além disso, serve ainda como scanner para descobrir munições e outros objectos importantes no cenário. Terá ainda de ser usado noutras situações especificas. No geral é intuitivo e nada intrusivo.
Pela negativa, destaca-se a framerate sofrível, provavelmente por se tratar de uma versão beta.
Mais divertido ainda promete ser o modo multijogador. Tivemos a oportunidade de experimentar um modo inspirado no jogo de apanhar a bandeira. Aqui não há ecrã dividido, o jogador que use o GamePad é o King of Zombies e tem de jogar ao bom estilo de um RTS, colocando unidades de mortos-vivos para apanhar as bandeiras e o sobrevivente. Este sobrevivente é controlado pelo outro jogador (que na demo usa o Pro Controller) e tem de sobreviver à vaga de mortos-vivos lançados pelo adversário e apanhar as bandeiras. Muito interessante e esperamos mais ideias como esta no multijogador.
ZombiU já merece atenção suficiente para ser um dos jogos obrigatórios no lançamento da Wii U.