
“Preconceito”. Essa característica humana feia que eu faço o possível por não deixar entrar pelo meu ser, tanto o eu, crítico da tanga de videojogos como o eu pessoa. Portanto, foi com alguma curiosidade que meti Wii Music na minha consola. Seria mesmo tão mau como todo o mundo faz querer? Iria fazer figuras tão rídiculas como as vistas na Conferência da E3 da Nintendo? Miyamoto estava acabado? E qual seria a chave do euro-milhões desta semana?
Wii Music não é um jogo. Ao contrário do KORG DS-10, Wii Music também não é um instrumento. Sim, tem algo comum com as demais jogos de ritmo no mercado, visto ser necessário (mas não obrigatório) “tocar” no momento certo para fazer música em vez de lixo sonoro, mas em vez de pontuações, somos nós próprios a dar classificação à nossa performance (por isso , sejam honestos, Miyamoto/Deus está a ver-vos!). Considero sim Wii Music (mais) uma experiência da parte da Nintendo, um briquedo,definitivamente dirigida a um público que não sou eu mas que mesmo assim consegue surpreender.
Somos rapidamente introduzidos às quatro formas padrão de tocar todos os mais de sessenta instrumentos totais que em parte, à boa maneira Nintendo, terão de ser desbloqueados. Como devem saber, tudo é controlado à base de simular os movimentos com o wiimote e nunchuk que teriamos de fazer para tocar uma guitarra, piano, bateria ou um instrumento de sopro, tendo como especial ainda um modo de tocar a bateria com a Balance Board do Wii Fit. “Tocar”entre aspas, as notas estão predefinidas nas cinquenta músicas disponíveis, com grandes clássicos como “Twinkle, Twinkle Little Star”... erm, pois, enfim, como vos digo o “público alvo” não sou eu, embora ainda se salve pela inclusão de vários temas clássicos da Nintendo e por serem músicas que todo o mundo conhece, algo fque foi feito obviamente de propósito.
Existe bastante variedade, sendo possível trocarem os diversos instrumentos nas seis partes possíveis de uma música ao vosso gosto, podendo mesmo tocar cada uma delas individualmente para depois as juntarem e verem o resultado final. Falando nele, após cada actuação, somos obrigados a gravar um videoclip da mesma para guardar para posteridade ou partilhar pelo Nintendo Wi-Fi com os nossos amigos.Mais uma vez o aspecto social do produto é espelho da filosofia corrente de design da Nintendo, ou seja, quantas mais pessoas em volta da Wii, melhor. Admito, é mesmo divertido juntar uns amigos e fazer umas figuras tolas à frente da TV enquanto tentamos fazer algo melódico do tema do Super Mario com um fato de cão (sim, é um instrumento) na melodia principal. É verdade, já faziamos algo do género com Guitar Hero e Rock Band, mas pelo menos neste caso, não necessitamos de espaço físico para armazenar um exército de instrumentos de plástico.
Contem ainda com alguns minijogos para complementar tudo, como o divertido modo em que usamos o wiimote como se fosse uma batuta para controlar o ritmo de uma orquestra sinfónica composta de Miis.
Conclusão
Para concluir esta estranha análise, findo dizendo mais uma vez que Wii Music não é para mim, mas comprei-o na mesma. Miyamoto não falha uma, acreditem, em menos de um minuto de ter o jogo na Wii, já tinha a minha mãe completamente maravilhada atrás de mim a ver o meu Mii bater nas teclas do piano ou a tocar violino. Aliás, se uma única criança / adulto brincar no Wii Music e a partir daí querer aprender um instrumento real, trata-se de uma vitória plena e da realização da visão de Miyamoto. Aconselho pois a ponderarem muito bem na sua compra, podem ter de o fazer não para vocês mas por causa das pessoas que vos rodeiam. Admito, esperava algo muito pior devido a toda a negatividade em volta do título, mas acabei por reconhecer que é preciso deixar a Nintendo voar para onde quiser, que pode ser que se estampe com força e se lembre que o que eu quero é um F-Zero / Starfox / Piltowings / *inserir nome aqui de jogo da velha guarda do vosso agrado*. E agora não me chateiem, que vou ali tocar com os parvos do Tutes (Miis que tocam automaticamente ao vosso ritmo) o tema do F-Zero, é bastante relaxante... depois ver se descubro a chave do euro-milhões desta semana.
O melhor
- Variedade de instrumentos
- Divertido em multijogador
- Interessantes possibilidades de remix
O pior
- Não é um jogo
- Um pouco "tonto"
- Falta o modo de criação musical