
ANÁLISE
Wario Land: Super Mario Land 3
Por Manuel Morais a
Wario, uma das personagens com maior protagonismo nos jogos da Nintendo com uma forte vertente multijogador, surgiu posteriormente às personagens que costuma acompanhar. Depois da sua primeira aparição como némesis emSuper Mario Land 2, em 1994 a Nintendo decidiu dar à personagem o direito de protagonizar o próximo jogo, Wario Land: Super Mario Land 3, que acabou por se tornar um dos melhores jogos para o Game Boy.
O objectivo é completamente diferente do que estávamos habituados até então. Em vez de termos de salvar uma princesa ou um mundo, apenas queremos alcançar o final do jogo com a maior quantidade de dinheiro possível, para que Wario possa construir um castelo.
Apesar de Wario Land ser uma sequela de um Mario, os seus controlos e forma de funcionamento são bastante diferentes, sendo menos baseados em velocidade e mais em habilidade. Apesar disso, ao contrário dos Wario Landrecentes em que a morte é impossível, ainda está presente a mecânica base de Mario. Começa-se o nível com a personagem num estado em que pode apanhar qualquer "power-up". Se numa destas situações Wario for atingido, diminui de tamanho, o que complica bastante a situação já que se perde a capacidade de atacar de lado, o que torna alguns inimigos impossíveis de derrotar e alguns caminhos inacessíveis. Nesta situação, Wario morre quando atingido uma segunda vez, ou volta a crescer ao apanhar um novo "power-up".

No início é difícil manter a vida.
A falta de habituação aos controlos, que são diferentes daquilo a que estamos habituados, faz o jogo parecer bastante difícil ao início. Uma vez mais acostumados, deixamos de ser tão facilmente derrotados em situações parvas, ainda que a dificuldade seja bastante razoável, exigindo normalmente duas ou três tentativas em secções onde ficamos encalhados. A progressão, tal como no seu antecessor, é feita através de um mapa-mundo, e alguns dos níveis incluem saídas secretas que ramificam o nosso caminho. Porém, o mapa acaba por ser linear, sendo todas as ramificações apenas caminhos sem saída que nos levam a níveis extra (ao contrário de jogos como Super Mario World, onde podíamos chegar de variadas formas ao final).
Para ajudar à colecção de fundos, existem 15 tesouros espalhados pelos 40 níveis que o jogo possui. Estes tesouros estão escondidos em salas secretas dentro de cada nível (algumas delas bastante difíceis de encontrar) e que só podem ser abertas mediante uma chave que se encontra noutros pontos do mesmo nível. Cada um destes tesouros vale um montante elevado no final do jogo, contribuindo bastante para o valor total. Apesar disso, enquanto não nos habituarmos aos controlos, o tesouro é difícil de manter, uma vez que cada vez que sofremos "game over" perdemos um dos tesouros que já obtivemos. Se não tivermos nenhum tesouro, o total de moedas arrecadado é reduzido para metade.
Quando terminamos um nível, temos ainda dois minijogos para gerir o dinheiro. Num deles, gastamos moedas para participar, ganhando vidas pela nossa prestação, no outro temos 50% de hipóteses de duplicar o dinheiro obtido nesse nível e 50% de hipóteses de o reduzir a metade, sendo que o podemos repetir as vezes que quisermos.

O grafismo é bastante competente para o Gameboy.
A longevidade é também bastante razoável. Se apenas tivermos em mente a obtenção de todos os tesouros, é possível alcançar o final em menos de 10 horas. No entanto para obter o melhor final possível é necessária uma grande quantidade de moedas além dos tesouros, podendo assim ultrapassar facilmente esse valor.
No que toca à parte técnica, Wario Land continua a ser um dos grandes títulos do Game Boy. Os gráficos são bastante detalhados (tendo em conta as limitações) e a banda sonra é memorável, apesar de a maioria das composições ser baseada no mesmo tema.
Conclusão
Wario Land: Super Mario Land 3 é sem dúvida alguma um dos melhores jogos do Game Boy. Pode não ter o mesmo impacto actualmente mas no seu tempo teve um grande significado e ainda continua perfeitamente jogável. Pelos 4€ a que se encontra na eShop, não se devem arrepender.
O melhor
- Bastante original
- Nem fácil, nem difícil
- Boa longevidade
- Grafismo e musica agradáveis
O pior
- Variações na dificuldade
- Mapa linear