
ANÁLISE
Yuso
Criaturas explosivas.
Por Nuno Nêveda a
De forma surpreendente e até se pode dizer, incógnita, a Nintendo Switch recebeu mais um jogo com carimbo português. Depois de um bom Quest of Dungeons, agora é a vez de um jogo de puzzles, Yuso de seu nome. O facto de ser um produto nacional aguça o interesse mas a verdade é que isso é apenas acessório no que concerne à qualidade de um jogo e à capacidade de atrair potenciais compradores. Ainda para mais, Yuso insere-se num género com demasiadas propostas na híbrida da Nintendo. Mesmo assim é um produto que se revela suficientemente consistente para agradar aos fãs do género.
O jogo contém um pequeno enquadramento em forma de história que tem tanto de peculiar como de desnecessário. O jogador assume o papel de um médico espacial que parte em viagem pelo sistema solar. Saltando de planeta em planeta, tem de se salvar os seus habitantes eliminando a ameaça que são os Yuso. Embora com aspecto fofinho, os ditos cujos têm mau feitio e vão tentar complicar a missão do jogador. No fundo, é só um pretexto para explorar os mais de oitenta níveis e resolver os quebra-cabeças.À primeira vista, trata-se de um jogo marcado pela simplicidade das mecânicas. Basta tocar nos Yuso, os tais bichos fofinhos mas malignos, de forma a estes explodirem. Contudo, nem tudo é tão simples como parece. As explosões só ocorrem quando se encontram ao lado de outro Yuso com a mesma cor. Ao explodirem, destroem também todos os que são da mesma cor à sua volta, ou alteram a cor dos Yuso que tinham uma tonalidade diferente. Por outro lado, se algum Yuso estiver sonolento (ficando em forma de quadrado), apenas será possível acordá-lo. Neste caso serão precisas duas explosões para o eliminar. Se inicialmente tudo parece óbvio e tremendamente acessível, rapidamente o jogador se apercebe que os níveis vão-se tornando cada vez mais desafiantes e os mais avançados são mesmo muito difíceis. Felizmente o jogo tem um sistema de progressão aberto, sendo possível regressar a níveis difíceis quando for necessário e passar aquele que está a dar mais dores de cabeça.
Tecnicamente o jogo está muito distante de aproveitar o potencial oferecido pela Nintendo Switch, nem tem ambição para tal. Desde logo nota-se a partilha de uma filosofia vinda dos dispositivos móveis, explicada pelo lançamento em simultâneo na Nintendo Switch, Steam, iOS e Android. Conta com um visual limpo e eficaz, com música apropriada para o efeito, ainda que longe da excelência. Yuso permite ainda o uso do ecrã táctil em modo portátil, funcionando como a opção ideal para este tipo de jogabilidade. Talvez o maior problema esteja no conteúdo reduzido. Tudo se resume aos níveis da história e pouco há para fazer além disso, mesmo tendo em conta a dificuldade. Não será de esperar muito mais que um par de horas para o terminar.
Conclusão
A estreia da portuguesa Vertical Reach na Nintendo Switch é feita com um jogo surpreendentemente interessante e divertido. É parco em conteúdo e não pretende revolucionar o género mas é uma opção de qualidade para quem procura um título simples e ideal para sessões de jogo curtas e breves.
O melhor
- Divertido e desafiante
- Visual limpo e eficaz
O pior
- Curto e com pouco conteúdo
Nota: Esta análise foi efectuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Vertical Reach.