
ANÁLISE
Cycle 28
Ciclo repetitivo.
Por Nuno Nêveda a
Por vezes a simplicidade é uma virtude. Cycle 28 leva a simplicidade ao extremo, embora com algumas nuances e experimentalismos. Trata-se de um shoot'em up espacial com um estilo que se aproxima muito de Asteroids (1979), mas que tenta desenvolver um enredo misterioso numa estreita relação entre a progressão e as mecânicas de jogo.
Numa história minimalista, claramente dentro do padrão proposto pelo jogo, assume-se a pele da Tenente Olivia Bergen, piloto que se encontra presa num ciclo repetitivo conhecido como Cycle 28, o objectivo passa por quebrar esse erro. Enquanto o jogador morre e reaparece – sim, vão existir muitas mortes – vai ter acesso a textos que contam breves visões do passado e outros segredos que se vão revelando. A intenção passa por criar um sentimento de mistério e descoberta.
Controla-se uma pequena nave espacial que gira num mapa revestido a preto e com um visual retro. Para a movimentar mais eficazmente tem de se dar uso aos propulsores agarrados na parte traseira da dita nave. Os controlos são muito simples de compreender mas demoram tempo a dominar, muito devido à física empregue no veículo. Por outro lado, e sem qualquer tipo de tutorial, o jogo rapidamente mostra que o objectivo passa por atingir uma pontuação cada vez mais alta. Para isso tem de se morrer, repetir, voltar a morrer e ganhar melhorias para aguentar vivo mais uns segundos. Ao bater os seus próprios recordes, desbloqueiam-se novas melhorias, num total de quarenta e cinco configurações possíveis.Cycle 28 gera uma variedade de inimigos relativamente alta que difere em tamanho, velocidade e táctica. Cada ciclo tende a ser mais complexo e a dificuldade média é bastante elevada nesta obra da Pill Pug Interactive. O grande problema é que toda a estrutura se revela demasiado repetitiva, já que cada morte obriga a recomeçar um novo ciclo.
A banda sonora com sons electrónicos retro funciona de forma adequada, incrementando o sentimento de mistério e descoberta. Mesmo sendo relativamente limitada na sua abrangência, é utilizada de forma inteligente. As influências do passado fazem-se também sentir nos visuais. Fundos pretos sem estrelas ou planetas a encher o cenário e as cores servindo apenas para diferenciar inimigos, projécteis e a nave. Tudo minimalista, como não poderia deixar de ser.
Conclusão
em>Cycle 28 é uma experiência retro interessante que junta uma jogabilidade competente a uma história surpreendentemente misteriosa e complexa. Estando longe da excelência, é ainda assim uma opção a ter em conta por quem procura um shoot'em up espacial num estilo clássico.
O melhor
- Jogabilidade comptente
- Estrutura do enredo com boas ideias
O pior
- Torna-se rapidamente repetitivo
- Visuais demasiado minimalistas
Nota: Esta análise foi efectuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Pill Bug Interactive.