
ANÁLISE
Avenger Bird
Resgate de pássaros.
Por João Duarte a
Avenger Bird é um jogo complicado de analisar, especialmente para quem conheça o género de plataformas, porque não há mesmo nada para dizer. Avenger Bird é um dos jogos indie mais banais e desinspirados que se possa imaginar, sem qualquer tipo de qualidade redentora. É aborrecido e muitas vezes frustrante, do início ao fim.
Para quem já jogou vários jogos de plataformas, Avenger Bird não traz qualquer tipo de surpresas em termos de jogabilidade. O objectivo é percorrer os níveis e apanhar o maior número de anéis possível, que são usados para o jogador abrir as carcelas que dividem as quatro ilhas do jogo. É do mais típico que se pode imaginar, mas até num conceito tão simples falha: para chegar ao último nível é obrigatório completar todos os níveis precedentes. Normalmente neste tipo de jogos é oferecida a hipótese de saltar uns quantos níveis para progredir, mas a quantidade de anéis necessária para ter acesso ao fim do jogo é exactamente a quantidade de anéis que se encontra em todo o jogo. Embora o jogo pareça dar hipóteses durante a maioria da campanha, o resultado podia muito bem ser uma estrutura totalmente linear em cada nível.Em todos os níveis também se pode encontrar uma jóia dentro de um baú, estas jóias também são obrigatórias para se ter acesso ao último nível e assim a exploração é absolutamente necessária para avançar. O que nos leva a falar dos níveis: são péssimos. A grande maioria tem um nível de desafio demasiado baixo para ser interessante ou divertido de se jogar e muitas das vezes, o jogador perde por mera distração que surge naturalmente com o aborrecimento inevitável. Também é um jogo de extremos no sentido em que os níveis tanto são demasiado curtos como demasiado longos. Num dos níveis o jogador tem apenas vinte ou trinta anéis para apanhar e noutro pode apanhar bem mais de cem. Estes últimos são especialmente maus porque Avenger Bird adora prolongar artificialmente a longevidade com estes níveis, fazendo caminhos propositadamente lentos.
Mas para ter uma boa noção de como é doloroso jogar Avenger Bird é preciso falar de como controlar a personagem é uma experiência horrível. O pássaro flutua demasiado para dar uma sensação correta ao jogador e é incrivelmente lento, o que faz os níveis mais longos ainda mais frustrantes. E tudo o que o jogador pode fazer é saltar e planar e cada uma destas acções tem um limite. Em teoria não é necessariamente uma má ideia mas os limites esgotam-se estupidamente depressa, o que torna saltar entre certas plataformas bem mais irritante do que deveria ser.Em termos de apresentação, o jogo está no seu melhor (medíocre). Visualmente parece tentar replicar o estilo de jogos que corriam em DOS, representado pelas disquetes de dados guardados no ecrã. É um estilo pouco comum nos dias de hoje que merece ser explorado mas Avenger Bird não o consegue executar muito bem. A música e efeitos sonoros são bastante maus, só existem cinco músicas de fundo no jogo inteiro e o efeito sonoro da personagem quando morre é particularmente hilariante.
Conclusão
Avenger Bird é um jogo que deve ser evitado a todos o custo. O preço baixo pode ser apelativo para quem que procure um jogo curto e simples mas a verdade é que o jogador recebe exatamente aquilo que paga: quase nada de valor.
O melhor
- Barato…
O pior
- …mas com um valor tão baixo como o preço
- Controlos demasiado flutuantes
- Jogabilidade frustrante
- Níveis péssimos
- Apresentação medíocre
Nota: Esta análise foi efectuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Ultimate Games.