
ANÁLISE
SteamWorld Quest: Hand of Gilgamech
Batalhas de cartas.
Por Rodrigo Bulhões a
Num mundo de histórias, um grupo de heróis movidos a vapor ergue-se das sombras. SteamWorld Quest: Hand of Gilgamech é um jogo no mundo de SteamWorld e parte de um género pouco comum: um RPG com um sistema de cartas. O enredo começa de forma relativamente simples, duas amigas aventureiras andam à procura de um cogumelo mítico e após a sua demanda estar completa, voltam para a sua terra que está a ser atacada por um exército. Após estes acontecimentos e com o espírito aventureiro de Armilly, ela convence Copernica e Galleo a partirem numa grande aventura para descobrir a razão por trás de tudo isto. Se há coisa que a série SteamWorld faz muito bem é desenvolver personagens, todas elas exibindo personalidades distintas e carismáticas, e isso é especialmente notável na figura de Armilly.
SteamWorld Quest é um jogo relativamente simples mas com uma jogabilidade extremamente viciante. Os inimigos encontram-se um pouco por todo o lado e é possível atacar um deles para começar o combate em vantagem. Em cada turno o jogador pode escolher até três cartas do baralho, sendo que podem ou não ser da mesma personagem, dependendo do que o jogador deseja a mesma personagem pode agir mais que uma vez por turno. Se estas três cartas forem da mesma personagem formam uma espécie de corrente que adiciona uma quarta carta à mistura e que difere conforme a arma equipada na personagem.A título de exemplo: começa o turno e o jogador tem de escolher as cartas. Se escolher três cartas para a Armilly nesse turno apenas esta personagem se move e realiza três acções e como foi só ela a fazê-las, pode realizar uma quarta acção. Também é possível usar-se itens como poções e outros para trazer uma personagem de volta à vida, sendo que isto ocupa um dos três possíveis espaços de acção. Cada personagem tem oito cartas e estas são sempre baralhadas antes de ser tiradas. Além disso, por cada carta usada recebe-se uma roda dentada. Estas são então usadas para a utilização de cartas mais poderosas. Se a carta em questão já requer um certo número ou até mesmo zero rodas (existem umas cartas com o número zero), esta não confere uma roda ao jogador após a sua utilização.
Após o fim de cada combate o jogador recebe dinheiro, itens que podem ser usados para criar novas cartas, e pontos de experiência para subir de nível. A partir do momento em que os pontos de experiência atingem um certo nível, os pontos adicionais reduzem-se significativamente, demorando assim muito mais a conseguir uma subida de nível. Isto é notável especialmente em lutas de "bosses" em que por vezes parece que a dificuldade dá um salto. Ainda assim e com a estratégia correta, é possível acabar qualquer combate. Na loja é também possível comprar cartas, itens e outros objectos. Em termos de banda sonora, algumas das composições ficam rapidamente na cabeça e em geral trata-se de uma obra agradável de ouvir que acompanha bem os momentos do jogo.
Conclusão
SteamWorld Quest é um jogo RPG divertido e embora simples, é igualmente estranhamente profundo. As personagens são divertidas e fáceis de se gostar, a jogabilidade é muito viciante e divertida e em geral, é uma aventura que qualquer fã de RPG deve experimentar.
O melhor
- Personagens bem desenvolvidas e divertidas
- Jogabilidade muito boa e viciante
- Ambientes e personagens e bonitos e cheios de pormenor
O pior
- Dificuldade sobe sem aviso, especialmente em "bosses"
- Limites de ganhos de pontos de experiência
Nota: Esta análise foi efectuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Thunderful Publishing.