
ANÁLISE
Tiny Metal: Full Metal Rumble
Estratégia de guerra.
Por Nuno Nêveda a
Tiny Metal é um jogo de estratégia por turnos inspirado em clássicos como Advance Wars que chegou à Nintendo Switch no final de 2017 e deixou um certo amargo de boca pela sua incapacidade em acompanhar as expectativas, acabando por cair rapidamente no esquecimento. Menos de dois anos depois e a sua sequela, Tiny Metal: Full Metal Rumble, entra no campo de batalha da consola da Nintendo com a promessa de corrigir alguns dos problemas que ensombraram o título original.
O enredo segue as pisadas de Tiny Metal e assim o jogador volta a encontrar o comandante Wolfram na busca pelo seu irmão desaparecido. No entanto um novo inimigo paira no ar. O enredo é uma componente com alguns momentos de interesse mas que peca por um início lento, onde surgem demasiadas personagens sem grande carisma. Este início pausado deve-se sobretudo à forma como a campanha está estruturada, com uma fatia generosa das primeiras missões dedicadas a tutoriais. Aborrecidas mas importantes para compreender as mecânicas ao dispor.A jogabilidade de Full Metal Rumble mantém as referências do antecessor. Um mapa organizado em grelhas, soldados com uma panóplia de movimentos, captura de edifícios e instalações militares, tudo isto com combates por turnos. As unidades de infantaria agora podem ser transportadas em veículos ao longo do cenário. Essa novidade, juntamente com o rearmamento e reabastecimento das unidades, é uma adição que aumenta a profundidade das opções. A própria IA inimiga sofreu uma evolução visível, mesmo não atingindo o patamar da perfeição. A densidade e profundidade de abordagens surpreendem e convém ter em atenção os diferentes níveis de dificuldade à escolha – inicialmente três e um desbloqueado ao completar a campanha no modo difícil - pois a exigência é relativamente alta. Sem qualquer tipo de "checkpoint" ou opção de gravar a meio da missão, escolher cada passo e saber quando flanquear ou até empurrar o inimigo para o seu território são passos que devem ser dados com o máximo rigor.
Outra novidade está na introdução de poderes especiais do comando. Estes são activados com uma determinada quantidade de energia ganha numa ronda e uma vez utilizados, permitem melhorar as características dos soldados como a defesa, ataque ou rapidez em controlar edifícios. Felizmente também há uma câmara totalmente controlável para permitir vislumbrar a acção com amplitude. Contudo em planos mais afastados perdem-se alguns pormenores importantes e isto nota-se mais ao jogar na televisão. Com visuais 3D, um carisma próprio, um bom uso de cores e tecnicamente muito estável, mesmo no ecrã da Switch. O lamento maior vai para os extensos tempos de carregamento.Como ponto agradável, Full Metal Rumble vem acompanhado de um excelente preço de lançamento, muito competitivo quando comparado com a obra inaugural e até abaixo do seu concorrente directo, Wargroove. Isto é ainda mais meritório tendo em conta que se trata de uma continuação de corpo inteiro. Acrescente-se ainda a quantidade de conteúdo. Além da campanha, há um modo de nome "Skirmish" e uma componente multijogador online, embora esta última esteja pouco povoada. Infelizmente não existem opções para múltiplos jogadores locais.
Conclusão
Tiny Metal: Full Metal Rumble representa uma evolução de qualidade que corrige algumas das falhas do antecessor. Mesmo com alguns defeitos, como o seu início lento e tempos de carregamento excessivos, transmite o espírito da série Advance Wars com a máxima dignidade. Merece o apreço dos fãs de jogos de estratégia por turnos, oferecendo momentos densos e desafiantes.
O melhor
- Profundidade de opções estratégicas
- Recheado de conteúdo
- Tecnicamente muito competente...
O pior
- ...com tempos de carregamento irritantes
- Campanha com início lento e demasiados tutoriais
Nota: Esta análise foi efectuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Area 34.
3 de Agosto, 2019, 08:27