
ANTEVISÃO
Influências retro em Cyber Shadow
Promete acção implacável.
Por João Dias a
Cyber Shadow não deixa margem para dúvidas quando se olha para ele pela primeira vez: trata-se de um jogo de inspiração retro e com influência de clássicos como Ninja Gaiden, Metroid, Shinobi e Mega Man onde o jogador controla uma personagem robótica (na verdade um ciberninja) que vai percorrer níveis bidimensionais onde é necessário usar aptidões de jogos de acção em plataformas e onde o jogador vai poder melhorar o seu equipamento e arsenal à medida que avança.
Na Gamescom foi possível experimentar uma demo que coloca o jogador no primeiro nível e onde se nota que o ciberninja começa o jogo com um nível bastante reduzido de equipamento, o que faz igualmente lembrar vários jogos de outras gerações onde se começa de forma simples e se obtêm novos acessórios à medida que se avança.
Se as intenções são boas, a verdade é que já existem tantos jogos semelhantes que vão mais longe no que oferecem que Cyber Shadow corre o risco de ser mais um título que tenta recriar uma experiência retro mas sem nada de significativo a oferecer. Os movimentos do protagonista são algo rígidos e pouco fluidos, o que para um jogo de plataformas com bastantes momentos em que é urgente desviarmo-nos de inimigos e de disparos e prestar atenção a buracos e líquidos tóxicos acaba por prejudicar a experiência. Por outro lado, é digno de registo que o ambiente visual porta-se bastante bem e nesse sentido, este quase acaba por ser ser um jogo que é mais fácil de observar que de jogar.Para um jogo que retira influência de Ninja Gaiden não seria nada mau se Cyber Shadow permitisse ao jogador agarrar-se a uma parede e saltar em seguida – talvez seja algo possível de executar mais tarde mas não se encontrava presente no primeiro nível. Se alguns dos “power-ups” são bastante ambiciosos e em alguns momentos o jogador quase que se imagina a jogar um primo (em segundo grau) de Strider, a duração limitada rapidamente mete fim a essas ilusões e sente-se que o jogo impõe um nível de dificuldade que mesmo no primeiro nível é elevado demais. Na mesma linha, armas como os “shuriken” têm uma margem de utilização bastante curta que consome o medidor de SP, um parâmetro que se preenche ao destruir alguns inimigos. Isto obriga a fazer uma gestão demasiado frugal daquela arma, tão comum em jogos que contam com ninjas como protagonistas, o que pode rapidamente tornar-se algo frustrante.
Com uma data de saída ainda por anunciar Cyber Shadow quer fazer algo que se destaque com a influência de jogos 2D de referência mas a impressão com que se fica depois de experimentada a versão disponível na Gamescom é que a direcção seguida não só impõe um nível de dificuldade demasiado exagerado como amarra o jogador a uma jogabilidade limitativa, experiência essa que inevitavelmente nos leva a pensar que há títulos bem melhores na mesma linha de jogos de acção com experiências retro.
Expectativa