
ANÁLISE
Pantsu Hunter: Back to the 90s
Amor e nostalgia.
Por Diogo Caeiro a
Como o nome sugere, Pantsu Hunter: Back to the 90s tenta emular a estrutura e progressão de um típico "point n'click" dos anos 90 com algum refinamento visual e um carisma que apesar de tudo, não é assim tão comum encontrar nos seus congéneres actuais.
Pantsu Hunter coloca o jogador no papel de um jovem que oferece a sua ajuda a quatro raparigas na resolução dos seus problemas. Tudo isto é um pretexto do protagonista, que na verdade pretende apenas ter livre acesso às suas casas para que possa roubar-lhes as cuecas, algo que de acordo com o rapaz o levará a conhecer melhor a personalidade de cada uma das jovens e o ajudará a conquistar o coração de cada uma delas. É uma premissa de facto ridícula mas igualmente divertida, que acaba no fundo por ser negativamente influenciada pela fraca jogabilidade aqui presente.Muitos dos "puzzles" que envolvem a aquisição de um novo par de cuecas são pouco lógicos na sua execução, colocando o jogador num processo de tentativa e erro que se torna cada vez mais frustrante à medida que as respostas correctas parecem ser cada vez menos óbvias. Não existem indicações ou dicas para absolutamente nada e em muitas ocasiões o jogador acaba por contemplar o que raio tem de fazer quando a solução é extremamente simples, mas sem qualquer princípio lógico por base. Junte-se a isto a quantidade ínfima de finais que cada personagem tem, sendo a sua esmagadora maioria um final classificado de “mau” por o jogador ter feito alguma coisa que afinal não devia ter feito sabe-se lá porquê, tornado-os todos nada mais que redundantes. Existe também um “verdadeiro” final para cada uma das quatro jovens mas mais uma vez, o jogo não dá indicação nenhuma do que é necessário para o obter ou se já foi atingido e não houve qualquer sinal disso.
A melhor parte do jogo é mesmo quando este desiste de ser uma aventura "point n'click" e adopta uma estrutura semelhante ao de uma "visual novel" durante o seu capítulo final, onde se fala com cada uma das raparigas e se atinge um final romântico para uma delas consoante a afinidade cultivada durante esses diálogos. É um segmento curto mas divertido, que leva principalmente a questionar porque razão o jogo não foi todo ele construído nestes moldes em vez da pobre versão recheada de "puzzles" aborrecidos aqui presente.Visualmente o jogo é uma delícia, sendo muito bem sucedido na transmissão de sentimentos de simplicidade e nostalgia vindos de uma época de que muitos já certamente não se recordam e que alguns nem tiveram a oportunidade de vivenciar. A selecção musical segue também esse estilo, constituída por músicas que condizem perfeitamente com a época que o jogo pretende retratar.
A aventura de Kenji consegue ser bastante divertida se o jogador investir nas peripécias em que o protagonista se mete na sua demanda bizarra por pares de cuecas das jovens mas o jogo nunca abraça este facto com firmeza, deixando assim o jogador com uma mistura de comédia e jogabilidade desajeitada e desinteressante na maioria da sua duração.
Conclusão
Pelo preço certo, Pantsu Hunter: Back to the 90s é uma proposta com um charme e apresentação pouco comuns para o seu género. Em contraste, a sua jogabilidade intromete-se demasiado nos pontos que executa bem.
O melhor
- Apresentação nostálgica
- Premissa bizarra e divertida
O pior
- "Puzzles" aborrecidos
- Estrutura pobre
- Jogabilidade desinteressante
Nota: Esta análise foi efectuada com base em versão física final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Sometimes You.