
ANÁLISE
Assassin's Creed: The Rebel Collection
Acção naval.
Por Nuno Nêveda a
Com altos e baixos, Assassin’s Creed é uma das séries mais reconhecidas da Ubisoft. As suas recriações mais ou menos fiéis de períodos históricos têm sido pontos de interesse recorrente e a editora gaulesa tem apostado na Nintendo Switch para alguns relançamentos. Depois de uma desapontante conversão de Assassin´s Creed III, a consola da Nintendo recebe uma compilação intitulada The Rebel Collection que inclui dois jogos: o elogiado Black Flag e o menos conhecido Rogue.
Utilizando a tecnologia do Animus, ambos os jogos decorrem no século XVIII e têm o mar e perigosas batalhas navais como ponto de ligação. Assassin’s Creed IV: Black Flag centra-se no mundo dos piratas do início daquele século. O destemido Edward Kenway, um jovem pirata de origem galesa é, nem mais nem menos, o avô de Ratonhnhaké:ton (Connor de Assassin’s Creed III), e é também um dos homens mais perigosos a alguma vez ter navegado pelos quentes e paradisíacos mares das Caraíbas. Já Rogue avança alguns anos e sobe ao Atlântico Norte, na época da Guerra dos Sete Anos. Aqui assume-se a pele de Shay Cormac, novamente um assassino que navega pelos mares. Embora Shay seja dos protagonistas menos carismáticos da série, há nuances de algum interesse no enredo, nomeadamente a relação com os Templários. Para chamar ainda mais a atenção, Lisboa serve de pano de fundo para algumas das cenas mais destrutivas de Rogue.O grande destaque destas obras vai para a exploração marítima e quem dominar estas mecânicas terá horas de pura diversão pela frente. O jogador comanda o navio Jackdaw em Black Flag e o navio Morrigan em Rogue em busca de dinheiro, tesouros e na demanda pelos diferentes objectivos. A recriação do mar é rigorosíssima e realista, nomeadamente no que diz respeito à ondulação. A qualquer altura pode surgir uma tempestade onde a dimensão das ondas quase vira o barco. Furacões, ondas gigantes ou águas calmas são omnipresentes. A maior diferença entre os dois jogos, além da jogabilidade ligeiramente mais apurada de Rogue, reside nas características geográficas dos locais. Se a navegação pelo mar das Caraíbas mostra ilhas paradisíacas, Roque entra nas águas gélidas do Atlântico Norte, com os consequentes "icebergs" que adicionam outro tipo de desafios.
Black Flag e Rogue dividem-se em duas partes: em terra e em alto-mar. Em terra seguem os títulos pré-Origins. As mesmas animações, algumas delas a exibir o peso dos anos, os mesmos saltos, a mesma vocação para trepar edifícios e obstáculos, os mesmos combates. Para o bem e para o mal, os mesmos automatismos de sempre. Também há uma repetição excessiva de missões em que se perseguem e ouvem conversas de outras personagens, sobretudo em Black Flag. Há ainda muitas missões secundárias para completar. No geral, Rogue está um pouco mais refinado, adicionando algumas mecânicas novas, mas são ambos muito semelhantes na sua estrutura.A entrada na Nintendo despe Black Flag da componente multijogador mas vem acompanhada de todos os conteúdos adicionais para os modos de campanha, contando com a inclusão de Assassin’s Creed Freedom Cry, que podia ser comprado como o "Season Pass" de Black Flag ou por si só. Trata-se de uma bela adição a um pacote já bastante atractivo. Foram ainda adicionadas funcionalidades como a utilização do ecrã táctil quando jogado de forma portátil, a mira a partir do controlo de movimentos dos Joy-Con e até o HD Rumble. Tecnicamente o trabalho de conversão é superior ao efectuado em Assassin’s Creed III e muita da acção é exibida de forma estável a 30 fps. Notam-se algumas quebras quando jogado no ecrã da Switch, mais visíveis em Rogue e provavelmente relacionadas com o jogo ser mais exigente do ponto de vista visual. O som estando longe da perfeição, não parece sofrer dos problemas de compressão da anterior entrada da série.
Conclusão
Histórias cativantes, exploração marítima a rodos, referências a Portugal e muito outro conteúdo são predicados da qualidade dos títulos que compõem a compilação Assassin's Creed: The Rebel Collection. Uma bela opção para novatos ou para os mais experientes que queiram jogar em qualquer lugar.
O melhor
- Dois jogos de elevada qualidade
- Muito conteúdo para explorar
- Referências a Portugal
- Batalhas navais continuam viciantes
O pior
- Algumas quebras de fluidez, sobretudo em Rogue
- Animações acusam o peso dos anos
- Animações acusam o peso dos anos
Nota: Esta análise foi efectuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Ubisoft.
18 de Dezembro, 2019, 14:21
Um dos meus preferidos da série.