
ANÁLISE
Back in 1995
Regresso ao passado.
Por André Pereira a
Há homenagens e há insultos. Back in 1995 cai na segunda categoria. Não faltam no espaço "indie" jogos que vão buscar inspiração aos ambientes audiovisuais das gerações de 8 e 16-bit, mas à era dos 32-bit? Não se vê muito por aí: há o Vaccine, também na Switch, mas pondo conversões de parte, este será o segundo.
Back in 1995 não se fica só pela reminiscências e inspirações visuais da era 32-bit como ainda foi buscar os controlos e mecânicas dos jogos de terror da altura – ou pelo menos tentou, porque naquele tempo os jogos não eram assim tão maus. Bem, eram, mas eram maus pela ingenuidade e limitações do seu tempo, não porque queriam imitar o que se fazia, com erros cometidos de forma atabalhoada e passando uma péssima mensagem do que se jogava por volta de 1995.Parte da magia dos jogos de terror de então vinha dessas mesmas limitações e de como os estúdios davam a volta: nevoeiro para esconder os tempos de carregamento, animações ao abrir a porta para criar suspense, os inventários pequenos, etc. Mas se havia obstáculos, havia bastante imaginação. Principalmente quando se fala no enredo e personagens. Há uma boa razão pela qual o Resident Evil original perdura e continua a receber "remakes" actuais, com mais um a sair em breve; ou porque há imensa gente a pedir o mesmo tratamento para Silent Hill. Porque eram bons.
Mas este Back in 1995 da Throw the Warped Code Out é pobre, é mau e parece um jogo feito por alguém que viu uns vídeos na internet e gostou da estética, em vez de os ter jogado por si e compreendido a experiência. O charme não está lá. O que está é um jogo curto que só tem isso de positivo. A jogabilidade é lenta e enervante. A personagem mexe-se devagar, devagarinho e vira-se ainda mais lentamente. O bom é que os inimigos são igualmente lentos, têm umas animações tristes e quando ambos atacam em simultâneo, ficam para ali a flutuar naquela estética pseudo-retro com filtro CRT (que até tem algumas opções de ajuste). Não se pode esperar nada de extraordinário do som, convém acrescentar.
Conclusão
Quem o quiser jogar por alguma razão (ou promessa a algum santo), não esquecer que o jogo é curto, com alguns "puzzles" extremamente simplistas que já se viram nesses jogos da década de 1990. Ainda assim, é caro para o que vale.
O melhor
- O título, porque 1995 foi um bom ano
O pior
- Ambiente audiovisual
- Jogabilidade
- Tentativa de enredo
Nota: Esta análise foi efectuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Ratalaika Games.