
ANÁLISE
AeternoBlade II
Acção problemática.
Por Sérgio Mota a
A série AeternoBlade regressa a uma consola Nintendo depois de ter deixado bons indícios na sua última encarnação que elevaram as expectativas em relação à sequela. AeternoBlade II apresenta uma jogabilidade baseada na fórmula "Metrovania" e onde também se encontram sequências cinemáticas e diálogos vocalizados. O enredo segue directamente o jogo anterior e faz muito pouco para integrar os recém-chegados. Felizmente e apesar do esforço de apresentação, não é a história que comanda o jogo - a narração pobre e as quebras visuais que dificultam a imersão iam trazer problemas que poderiam prejudicar (ainda mais) a experiência se a história fosse mais preponderante.
A acção e o combate são os verdadeiros protagonistas do jogo e infelizmente estão muito pouco trabalhados. A quantidade de ataques disponíveis para cada personagem é assinalável mas a sua execução está longe de ser intuitiva. Além disso, notam-se quebras de fluidez e de algumas sequências com repercussão directa na acção, o que reduz o combate a um simples premir de teclas de forma aleatória. Os tempos de carregamento são intermináveis, o que torna ainda mais frustrante ter de repetir um combate. Os inimigos são exigentes, com destaque para os "bosses" finais, onde o combate tem de assumir uma vertente estratégica interessante, sendo o jogador obrigado a reconhecer os padrões de ataque e a temporizar a acção da melhor forma.
Visualmente o jogo apresenta bons apontamentos mas a direcção artística é demasiado inconsistente, apresentando modelos reminiscentes de propostas de qualidade duvidosa de gerações passadas, que alternam com alguns bons exemplos visíveis sobretudo em locais do jogo sob o efeito de elementos aquáticos.
Conclusão
AeternoBlade II chega à Nintendo Switch cheio de boas ideias mas com uma execução pobre. É uma experiência interessante, demasiado prejudicada por limitações técnicas que tornam a jogabilidade frustrante e repetitiva. Apesar do seu sistema de combate e dos elementos RPG que lhe dão algum brilho, o jogo devia ter sido mais trabalhado e é difícil de recomendar no seu estado actual.
O melhor
- Sistema de combate completo
- Elementos RPG
O pior
- Tecnicamente problemático
- Tempos de carregamento longos
- Direcção artística mediocre
- Combate demasiado frustrante
Nota: Esta análise foi efectuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Pqube.