
ANÁLISE
Domiverse
Brawler galáctico.
Por Ulisses Domingues a
Num universo distante de toda a algazarra intergaláctica apresenta-se um planeta, por vezes muito amistoso e outras muito competitivo, recheado de formas de vida até ao pipo. Uma delas decide aceitar a responsabilidade de analisar o que pode ser aclamado como o primo muito distante da série Super Smash Bros. Um verdadeiro diamante em bruto do espaço mas sem a possibilidade de ser lapidado, Domiverse revela ser justamente mais barato que o título supracitado, e por consequente transforma-se numa peça mais difícil de elaborar por tão simplista que é.
O cerne da questão está na sua curiosa metodologia de combate: todos os concorrentes desta arena do “vale tudo” desfalecem num só ataque. Quando apresentada com esta fatalidade pela primeira vez, a estratégia do jogador é obrigada a dar uma pirueta de cento e oitenta graus. Todos os passos a dar têm de ser cuidadosamente calculados, não vá um deslize ser aproveitado pelo adversário. Este regozija-se da complexidade simplista da sua habilidade especial, em conjunto com o seu ataque padrão, e atira a alma do adversário diretamente para o cemitério (figurado) dos videojogos. Claro está que nenhum modo de jogo é confrontado com regras de morte súbita.Claramente feito a pensar na dimensão multijogador como prioridade, a vertente a solo deixa algo a desejar. Existem duas opções para todos aqueles que não desejam partilhar o sofá com amigos: um convencional “Arcade Mode” que leva um dos oito combatentes (iniciais) a uma viagem espacial repleta de lutas interessantes; e um intitulado “Challenge Mode”, mais inovador e interessante, que consiste numa enchente de “puzzles” adaptados às especificidades técnicas de cada ser intergaláctico. Aliás, este é o ponto mais positivo de Domiverse: cada combate, seja ele contra o jogo ou contra amigos, revela o cuidado minucioso dado a cada um dos participantes. Apesar da jogabilidade ser muito fácil de aprender, cada gladiador tem uma lista de prós e contras que só encaixa com tempo e prática.
No entanto é triste admitir que até o melhor de Domiverse não está isento de falhas. Uma banda sonora que não impressiona, cenários pouco memoráveis, e até a badalada componente multijogador não tem possibilidades online. Estar restrito ao sofá é limitador, e esta omissão é curiosa tendo em conta a natureza competitiva do jogo. Como se não bastasse, e devido à sua mecânica única, algumas batalhas podem ser vistas como injustas e onde o fator sorte desempenha um grande papel. Pelo menos é possível desbloquear mais lutadores, assim como bandas desenhadas que desenvolvem o enredo.
Conclusão
Para quem deseja um jogo com uma forte componente multijogador e um aspeto retro, mais barato, e semelhante aos jogos da série Super Smash Bros., Domiverse tem ar de ser uma boa aposta. No entanto, não deixa de ser algo que vai ser instalado e provavelmente esquecido na Switch, aberto só muito de vez em quando porque o amigo na festa ficou com curiosidade.
O melhor
- Atenção ao pormenor das personagenso
- Banda-desenhada desbloqueável
- "Challenge Mode" divertido
O pior
- Arcade Mode" demasiado simplista
- Sem capacidades online
- Enredo pouco explorado
Nota: Esta análise foi efectuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Haunted Tie.