
ANÁLISE
Double Cross
Acção movimentada.
Por Ricardo Vieira a
Misturar géneros diferentes num jogo certamente não é tarefa fácil e pode acabar por ser uma má opção. Double Cross, o segundo jogo do estúdio 13Am Games, não entra necessariamente na última categoria mas é claramente um produto menos bom por juntar elementos de tantos géneros diferentes.
O jogador desempenha o papel de Zahra, um agente ao serviço do RIFT, entidade que regula as fronteiras entre todas as dimensões e que mantém a paz e a ordem entre elas. Um ataque recente ao quartel general do RIFT, levado a cabo por um sujeito mascarado, desencadeia uma série de eventos que levam Zahra para um caso de suspeitas, traições, pancadaria e perseguições por mundos estranhos. Sim, trata-se de um jogo em que se lida com universos paralelos e mundos alienígenas. A premissa é bastante interessante, mas o desenvolvimento não foi o melhor e no final fica-se na presença de um jogo com um enredo genérico, vista demasiadas vezes.A apresentação visual do jogo é interessante, apostando na simplicidade de linhas e utilizando modelos estáticos nos diálogos. A banda sonora adequa-se, embora não tenha melodias de destaque. Tecnicamente, Double Cross atinge os mínimos. Existem alguns problemas de optimização e encontram-se algumas paragens durante os momentos mais intensos, bem como atrasos na resposta de Zahra aos botões pressionados. Nada de muito grave, mas um pouco aborrecido.
O calcanhar de aquiles de Double Cross encontra-se nas suas (muitas) formas de jogar. Algumas delas estão bem conseguidas, como as secções de plataformas em que se usa e abusa da chamada “Proton Slinger”, uma mecânica de jogo com algumas variações. Outras nem por isso, como as secções de pancadaria em que se nota claramente a limitação de movimentos e que no final, resume-se a pressionar rapidamente o botão de ataque para encher os inimigos de murros. As partes em que o jogador tem de fazer de detective e tentar juntar as pistas para resolver o caso também não funcionam muito bem, uma vez que se podem ultrapassar apenas por tentativa e erro, sem consequências para o erro.
Conclusão
No final de contas, Double Cross é um jogo com boas ideias mas que não as consegue desenvolver da melhor maneira. Existem bons níveis e bem desenhados mas demasiados momentos aborrecidos e desinteressantes, que acabam por distrair mais do que divertem.
O melhor
- Algumas mecânicas de jogo
- Os níveis de plataformas
- Possibilidade de melhorar o protagonista
O pior
- Combate e outras mecânicas pobres
- Problemas de optimização
- Enredo genérico
Nota: Esta análise foi efectuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Headup Games.