
ANÁLISE
Asterix & Obelix XXL 3: The Crystal Menhir
Dupla gaulesa está de volta.
Por Diogo Caeiro a
Cumprida mais de uma década desde a última passagem da série Asterix & Obelix XXL pelas consolas domésticas, a Microids e o Osome Studio finalmente agraciam os jogadores com mais um capítulo da dupla gaulesa mais temida por Roma, The Crystal Menhir, que surge no seguimento do "remaster" do seu antecessor, XXL 2: Mission: Las Vegum.
De forma semelhante a jogos anteriores, a aventura inicia-se com Panoramix, druida criador da poção mágica, a informar os heróis que alguns estilhaços do cristal mágico Menhir encontram-se espalhados pelo mundo, cabendo a Astérix e Obélix recuperá-los e descobrir porque razão foram roubados. Comparativamente aos antecessores, o enredo é provavelmente o elemento menos criativo, seguindo um modelo repetitivo e previsível. Felizmente os diálogos continuam muito divertidos e as prestações vocais são excelentes, dando uma vida aos protagonistas que até a própria banda desenhada sentiria dificuldades em replicar.A jogabilidade mantém-se igualmente pouco alterada, combinando um jogo de luta a 3D com "puzzles" simples entre as fases de pancadaria. Inicialmente é um ciclo divertido, no qual se alterna entre Astérix e Obélix de forma fluida para combater hordas de romanos e avançar ao longo dos cenários. Eventualmente torna-se repetitivo com a fraca evolução do combate e as minúsculas diferenças de mecânicas entre as duas personagens: enquanto Obélix consegue destruir certos obstáculos, Astérix tem a habilidade de tomar a poção mágica e por alguns segundos ficar extremamente rápido.
Cada cenário está seccionado da mesma forma, com várias localizações por eles distribuídas repletas de romanos para atacar até que se descubra uma saída ou que algum objecto seja apanhado, algo que vai ser repetido até a exaustão. Apesar de estarem aqui presentes vários tipos de inimigos, estes não trazem o suficiente em termos de ser necessário adoptar algum tipo de estratégia para os vencer, tornando cada confronto bastante semelhante. É uma fórmula pouco desafiante por natureza, que se torna pouco atraente depois do jogador constatar a falta de investimento aqui presente. Existem ainda várias melhorias que se obtêm em troca de capacetes romanos mas mais uma vez, todas elas acabam por ser redundantes face à repetitividade do combate. A componente cooperativa local é uma boa adição e certamente torna todos estes pontos negativos mais toleráveis, mas a falta de uma vertente online (tal como aconteceu no "remaster" de Mission Las Vegum) é incompreensível nos dias que correm.A parte audiovisual de Crystal Menhir acaba por ser o melhor elemento, empregando visuais "cartoonescos" muito atraentes, com um aspecto único para cada uma das muitas áreas do jogo, onde se incluem florestas, desertos ou tundras, há aqui um pouco de tudo para ser explorado. As animações das personagens estão também bem concebidas, capturando a essência da banda desenhada de forma perfeita, juntamente com as já referidas sublimes prestações vocais. A banda sonora não se encontra num patamar idêntico de excelência, mas cumpre aquilo a que se propõe. Não existem também quedas na fluidez de jogo notáveis, quer na televisão quer no ecrã da Switch.
Conclusão
Para os fãs da banda desenhada e de jogos de uma época mais distante, Asterix & Obelix XXL 3: The Crystal Menhir é capaz de proporcionar algumas horas de divertimento, principalmente acompanhado de um segundo jogador. Caso contrário, as razões para o visitar são inexistentes.
O melhor
- Apresenta o espírito da banda desenhada
- Prestações vocais
- Visuais apelativos
O pior
- Estrutura repetitiva
- Enredo insípido
- Jogabilidade demasiado simples
Nota: Esta análise foi efectuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Microids.