Shadows 2: Perfidia

O que a vista não vê, o coração não sente, e o bom deste jogo é que não dá para ver grande coisa. É conhecido que a escuridão é um elemento mais que badalado nos jogos com uma temática de terror, mas quando se tenta percorrer um jogo convém ver algo, convém ver os acontecimentos a decorrer, os inimigos a passar, etc. E isto podia funcionar a favor de Shadows 2: Perfidia no que diz respeito a criar um ambiente tenebroso. Infelizmente o resultado é um manto de escuridão, com uma minúscula lanterna que mais valia nem estar lá. Depois e porque o jogador tem de se focar na luz fraca e esforçar a vista, lá se repara que era melhor não ver nada tão feio, isto porque o jogo também é.

Talvez a escuridão seja propositada para escamotear a fraca qualidade dos gráficos, o verdadeiro terror. Por outro lado, no departamento sonoro, o panorama é um bocadinho melhor, tanto que é recomendado jogar de auscultadores. A jogabilidade é extremamente simplista: escolhe-se uma personagem e vai-se patrulhar o prédio depois de uma festa animada. Está escuro, ouvem-se coisas, vêem-se essas coisas e tem de se fugir em nome da sobrevivência, sempre de olho no nível de sanidade, com efeitos engraçados na jogabilidade como o coração a bater mais rápido.

Nota: Esta análise foi efectuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Ultimate Games.