
ANÁLISE
In Other Waters
Misterioso oceano.
Por André Pereira a
In Other Waters é um jogo estranho cujo ambiente visual e jogabilidade poderão afastar jogadores menos experientes mas um olhar curioso pode ser surpreendido com uma autêntica pérola. O jogo tem as suas qualidades, mas há que admitir que não diverte durante muito tempo. É um jogo que é melhor ser estudado do que jogado.
Indo mais a fundo, o jogador encarna uma IA num fato de mergulho usado pela bióloga Ellery Vas. O enredo começa com Ellery à procura de uma amiga que desapareceu e avança consoante a interacção com a bióloga. Se algumas opções de diálogo não fogem do simples 'sim' e 'não', sem grande impacto no desenvolvimento da história, ajudam a moldar a personalidade da IA controlada pelo jogador. Há um grande foco no diálogo que dá a conhecer as personagens e as suas opiniões sobre o que se vai descobrindo ao longo desta aventura de texto. Mesmo que nada seja original, talvez a forma como é transmitida seja o suficiente para manter os olhos no ecrã.Para além da aventura narrativa, a jogabilidade passa por analisar o cenário. Com um sonar encontram-se vários elementos no mapa e abre-se caminho. Cada ponto de interesse pode ser analisado, gerando pequenas conversas com a IA e o ambiente visual não passa disto. Qualquer imersão não virá do que se vê e explora mas das descrições e diálogos do mundo. E o mundo tem muito para descobrir: fauna e flora, amostras para estudar e enriquecer a experiência, mas felizmente ou infelizmente, esta mecânica pode ser ignorada se o jogador apenas quiser avançar pelo jogo. No entanto, quem considerar esta parte aborrecida apesar de praticamente vital para o jogo não está aqui a fazer nada.
Apesar de simples, o ambiente visual de In Other Waters funciona bastante bem ao recriar a interface da IA que o jogador encarna, recorrendo a cores relaxantes e atmosféricas. Por essa razão, a experiência portátil ganha vantagem em relação ao ecrã de televisão por permitir usar o ecrã táctil e melhorando a imersão, mas o grande destaque vai para a banda sonora com temas igualmente calmos, puxando do melhor que evoca um cenário aquático.
Conclusão
Seguindo a campanha, é possível chegar ao fim em dez horas mas para completar tudo, analisar tudo e ver tudo o que o jogo tem para mostrar, pode-se muito bem passar dezenas de horas no fundo do mar. O jogo também conta com uma mensagem bonita e importante nos dias de hoje: a de preservar as nossas águas, rios, e mares, e é bom que haja jogos com uma componente pedagógica.
O melhor
- Ambiente visual
- Banda sonora relaxante
O pior
- Pode tornar-se repetitivo
Nota: Esta análise foi efectuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Evolve PR.