
ANÁLISE
La-Mulana
A última pérola do WiiWare.
Por Pedro Ramos a
La-Mulana enfrentou várias adversidades. Foi primeiro anunciado em 2008 como uma versão remasterizada do jogo original para PC: renovação do visual, banda sonora interpretada por uma orquestra e um nível de dificuldade mais baixo. No entanto, o jogo tardava em ser lançado. Em 2011 saiu no Japão e a esperança regressou. Entretanto, a Nicalis (editora de Cave Story) decidiu editar La-Mulana na América do Norte e na Europa, mas o lançamento foi cancelado em Maio de 2012: mais uma pérola que não sairia da sua terra natal. Mas os milagres acontecem e a prova disso é que no mês seguinte a EnjoyUp Games decidiu editar o jogo. A 20 de Setembro de 2012, foi finalmente lançado.
La-Mulana é um jogo de aventura e de exploração e uma homenagem aos jogos do MSX, um computador que teve muito sucesso no Japão na década de 1980. O protagonista é Lemeza, um arqueólogo bastante parecido com Indiana Jones, cujo objectivo é explorar as ruínas de La-Mulana. Embora só haja um final possível, os caminhos até lá são inúmeros, sendo necessário apanhar “power-ups” específicos tal como em Super Metroid. Lemeza tem à sua disposição um computador portátil que permite gerir itens, instalar software (para decifrar as tábuas, por exemplo) e receber e-mails do sábio da aldeia, que é um verdadeiro “geek”. Neste aspecto, a interacção podia ser mais prática.La-Mulana é um jogo exigente que não é para todos, requerendo muita paciência e não hesitando em castigar o jogador a qualquer momento. Por exemplo, o modo Hard é activado para o resto da nossa aventura apenas ao ler uma tábua no Mausoleum of the Giants. No entanto, o jogo incentiva o jogador a não desistir, tal como os jogos de outrora, onde se aprende com os erros. A descoberta de um novo caminho ou segredo traz sempre um enorme sentimento de gratificação. No início do jogo, é necessário adquirir os itens indispensáveis para a exploração dos templos, o que leva um pouco de tempo.
Os puzzles são outro aspecto importante de La-Mulana, cuja resolução dá acesso a um item especial ou a tesouros. As várias tábuas espalhadas pelas zonas do templo contêm pistas para a sua resolução, mas às vezes são demasiado enigmáticas. A exploração de todos os cantos e armadilhas da zona revela-se uma boa solução, pelo que não serão poucas as vezes em que se descobre a solução depois de muitas tentativas e mortes. Contudo, é de tentar evitar ao máximo consultar guias, pois vale realmente a pena sermos nós mesmos a descobrir as soluções.Para ajudar (um pouco) na demanda, é aconselhável ver o vídeo da Nigoro sobre os primeiros passos a dar em La-Mulana através deste link. Recomenda-se igualmente a leitura do manual (disponível no WiiWare e no site da Nigoro). Este é um jogo que requer uma leitura prévia do manual, pelo que não se deve contar com tutoriais nem “Super Guides” como se tem visto em alguns jogos recentes da Nintendo. Ao contrário da versão original, é permitido gravar o progresso em três ficheiros de jogo diferentes, o que será extremamente útil. Mas o registo nos “warp points” deveria ser imediato, não requerendo a leitura prévia da tábua.
Conclusão
La-Mulana é o Dark Souls da Wii, outro jogo que fez sucesso pelas mesmas razões: a sua dificuldade e charme. Apesar dos momentos de frustração, é motivante. La-Mulana é com certeza a última pérola do serviço WiiWare e por isso, deve ser bem aproveitado.
O melhor
- Muita exploração e vários caminhos para chegar ao final
- Um jogo que nos incentiva a não desistir
- Charme nostálgico
- Banda sonora orquestral
O pior
- Dificuldade poderá afastar um certo número de pessoas
- Pistas poderiam ser um pouco mais claras
- Modos Hell Temple e Time Attack não incluídos
10 de Fevereiro, 2013, 14:17
Este é um dos casos para se dizer, antes tarde do que nunca!
Ainda não o comprei, mas de certeza que o irei fazer. É como dizes na análise, o jogo tem um charme nostálgico que quase nos obriga a compra-lo. ALém disso, tudo no jogo, pelo que vi pelo trailer, parece muito bom.