
ANÁLISE
Bit. Trip Presents Runner 2: Future Legend of Rhythm Alien
Corredor de obstáculos.
Por Nuno Nêveda a
Depois do genial mas menosprezado Bit. Trip Runner, um jogo da saga Bit. Trip que juntava de forma brilhante ritmo e jogabilidade, o estúdio independente Gaijin Games volta à carga com Bit. Trip Presents Runner 2: Future Legend of Rhythm Alien.
Como é apanágio da série, este Runner 2 está disponível apenas em formato digital. Sendo uma sequela directa, é visualmente mais exuberante, mas o apelo maior volta a estar na elegância da junção entre a música e um jogo de plataformas. Os mundos foram criados em três dimensões mas a perspectiva da acção é a duas dimensões, para manter uma estética retro.
A simplicidade marca pontos na estrutura do jogo. O objectivo em cada nível não foge do conhecido em Bit. Trip Runner. Teremos de guiar CommanderVideo do início ao fim, sem que este embata num obstáculo ou caia, mas o que pode parecer uma tarefa acessível rapidamente se torna numa missão hercúlea.CommanderVideo corre a um ritmo acelerado por um nível em scrolling horizontal. Ao longo desse caminho, surgem vários obstáculos e é preciso evitar que a personagem esbarre ou caia em precipícios. Se de início a maior preocupação se resume a saltar por cima de obstáculos, rapidamente aparecem novos elementos, aumentando de maneira exponencial a atenção com que se encara a corrida. Seja a evitar projécteis ou a activar plataformas, há uma diversidade assinalável de elementos. Cada choque obriga a voltar ao início do nível, mas em pontos intermédios há um checkpoint, que torna os níveis mais simples de percorrer.
Como chegar ao fim não é suficiente, interessa amealhar a maior pontuação possível. Ao evitar obstáculos e conseguir chegar a todos os tesouros, a recompensa será dada após a meta. Tudo coleccionado e é possível utilizar um canhão para disparar CommanderVideo na direcção de um alvo para oferecer uma pontuação extra.
Embora tenha ideias muito refrescantes e uma saudável pitada de loucura, Runner 2 pouco mais oferece que uma maior exuberância visual para quem experimentou o primeiro Bit. Trip Runner. A monotonia pode-se instalar junto destes jogadores, uma vez que a mecânica sofreu poucas alterações.O multijogador competitivo está ausente de Runner 2, mas a tabela de classificações é de um interesse muito relevante. A possibilidade de comparar pontuações com amigos ou até com jogadores de todo o mundo funciona como incentivo para repetir níveis e melhorar prestações. A Gaijin Games, ciente da dificuldade expressa em Bit. Trip Runner, decidiu equilibrar esse ponto para atrair mais jogadores. A dificuldade vai aumentando de forma exponencial à medida que se avança nos diferentes mundos. Paralelamente, o jogo permite modificar o nível de dificuldade através de quatro definições (do mais acessível ao mais difícil).
A longevidade é aceitável para este género de jogo e pode ser prolonganda na tentativa de melhorar as pontuações. Runner 2 possui cinco mundos divididos por dezena e meia de níveis. Entre percursos secretos e níveis clássicos, são mais de 120 níveis para percorrer. No final de cada mundo, há um “Boss” a derrotar. Para completar esta panóplia de níveis teremos de gastar pouco mais de meia dúzia de horas.Um dos destaques vai para a harmonia quase perfeita entre a imagem, o som e as acções. Cada movimento define o ritmo da melodia. Visualmente, é muito mais colorido do que o título original e o detalhe gráfico é interessante sem, no entanto, deslumbrar. O desenho dos níveis é de altíssimo nível e é de louvar o trabalho vocal de Charles Martinet (que dá voz a Super Mario). Foge do registo que habitualmente mostrou aos fãs Nintendo, mas a sua participação como narrador é deliciosa. Ficámos ansiosos por escutar mais trabalhos fora dos já comuns jogos do universo Super Mario.
Runner 2 como jogo Wii U aproveita pouco do potencial do GamePad. Limita-se a usar a função off-TV Play. Verdade seja dita que isso já é um bónus interessante, mas esperava-se um maior uso das capacidades do comando.
Conclusão
Em poucos meses a eShop da Wii U já ofereceu belas peças jogáveis. Runner 2 entra para esse lote de eleição, sendo um casamento feliz entre sincronismo de acções em plataformas com elementos musicais. Não inova, mas mantém a fórmula de sucesso de Bit. Trip Runner. É viciante, frenético e desafiador como poucos. Um título recomendado.
O melhor
- Junção entre ritmo e jogabilidade
- Excelente desenho de níveis
- Frenético como poucos
O pior
- Pode ser algo repetitivo