
ANÁLISE
Toki Tori
Valeu a pena chocar este ovo?
Por João Tavares a
A maioria dos fãs de Toki Tori já teve oportunidade de controlar o querido pintainho na versão WiiWare lançada em 2008. Faltava a obrigatória presença do primeiro jogo da série lançado num sistema Nintendo, mais concretamente no Game Boy Color. Mantendo-se no campo das portáteis, Toki Tori volta anos mais tarde a surgir numa geração bem mais à frente da original, na Virtual Console da 3DS.
A história de fundo mostra-nos os ovos do jogo a serem roubados por alguém que procura um ovo com faculdades mágicas. Para seu azar, deixou um dos ovos para trás, e logo o mais importante. Depois deste ovo chocar, nasce Toki Tori, o pintainho que acaba por ter todos os poderes mágicos debaixo das suas pequenas asas.
É com recurso a estes poderes mágicos que iremos ultrapassar os 40 níveis ao longo de quatro áreas diferentes. Cada nível é composto por uma série de desafios que vão exigir a correcta utilização dos poderes de Toki Tori. O objectivo, esse, é sempre o mesmo: apanhar todos os ovos de cada nível. Mas a tarefa está longe de ser assim tão simples, já que os poderes são limitados e lutamos contra o cronómetro. A magia permite que Toki Tori construa pontes e se teleporte, existindo ainda armas que servirão para nos desenvencilharmos dos inimigos que habitam em alguns capítulos.
A dificuldade inicial apresenta-se pouco desafiante, o que permite que os menos experientes não sejam imediatamente atirados aos lobos. Sempre que uma nova magia é introduzida na mecânica de jogo, temos acesso a um nível especial onde podemos aprender o seu funcionamento. A curva de aprendizagem está bem suavizada, mostrando-se amiga dos novatos nestas andanças.
O jogo não ocupará muitas horas do vosso tempo, mas será o suficiente para tirar aquele bichinho dos fãs de quebra-cabeças. Contudo, tratando-se de um título para Game Boy Color, está confinado às características da consola. Os controlos, por exemplo, são muito limitados e temos de navegar por todos os poderes ciclicamente, pressionando constantemente o botão "Select". Não é de todo intuitivo, mas era o que tínhamos na altura.
No campo sonoro, não há muita diversidade e vai de acordo com aquilo que normalmente se encontra num jogo desta era. Uma banda sonora de muitos "bits" que não envelheceu muito bem e que poderá entediar os menos calmos e abertos a este tipo de experiência. Graficamente é apelativo, mas longe de ser exemplar. É colorido e apresenta alguma diversidade de texturas quando mudamos de mundo, embora, mais uma vez, seja de uma época difícil de digerir, especialmente para aqueles que não cresceram com ela.
Se tiveram oportunidade de jogar o remake de Toki Tori no WiiWare, não há grandes razões para um novo investimento. Por outro lado, se são verdadeiros puristas, então esta relíquia retro poderá satisfazer a vossa ânsia por um quebra-cabeças com um charme vincado. Mas ao fim e ao cabo, este Toki Tori dentro de uma 3DS não deixa de ser uma omelete à beira de um suculento bife. Come-se, mas há algo melhor bem perto.
O melhor
- Colorido e charmoso
O pior
- Controlos limitados
- Desinteressante a curto prazo