
ANÁLISE
Rhythm Thief & the Emperor’s Treasure
3DS
Por Henrique Pereira a
Criar um título completamente original e com um conceito capaz de apelar é cada vez mais difícil. Por isso, não é surpresa nenhuma ver imensas novas propriedades na 3DS a importar conceitos muito populares da DS. Rhythm Thief & the Emperor’s Treasure da Sega é um desses títulos, misturando a intriga e ambiente de Professor Layton com os minijogos de ritmo extrovertidos que parecem saídos de Rhythm Paradise e Elite Beat Agents. Ao contrário das cópias habitualmente mais fracas e medíocres, Rhythm Thief apresenta inúmeras parecenças com os jogos de que deriva mas, no seu todo, distingue-se como produto único e de qualidade.
Rhythm Thief conta a história de Raphael, um jovem parisiense que vive sozinho depois da morte da mãe e de o pai o ter deixado há três anos sem qualquer explicação. O seu objectivo é voltar a encontrar o pai através de uma única pista, uma moeda com um símbolo estranho, contando com a ajuda do seu alter-ego chamado Phantom R. A história vale-se de elementos e referências históricas, revelações, personagens carismáticas, bons diálogos e excelentes animações cinemáticas, ao bom estilo japonês. Apesar dos habituais clichés, o ambiente e o contexto histórico tornam a narrativa bastante agradável e uma das razões para avançar no jogo. A única falha é, por vezes, uma pior integração de certos jogos de ritmo em partes da narrativa.

Phantom R prepara-se para entrar em acção.
Na parte jogável propriamente dita, exploramos Paris e seus locais mais famosos, como o Louvre, Torre Eiffel ou os Campos Elísios, entre outras atracções da cidade das luzes mostradas, tal como em Professor Layton, a partir de ecrãs estáticos. Em cada tela existem pessoas e vários objectos para interagir, utilizando o toque no ecrã táctil. O jogo volta a tirar uma página de Professor Layton, existindo medalhas e outros colecionáveis para encontrar nos vários cenários ao tocar em sítios específicos. Aqui podemos encontrar e gravar sons de certas coisas que podem usados para avançar em certas partes da história, CDs com os vários temas do jogo e conjuntos de cinco notas que, quando tocadas, desbloqueiam parte de uma composição musical que dá acesso a um capítulo extra. Como vêm, este jogo dá-vos música a toda a hora. Ainda na parte de exploração, existem puzzles rítmicos que exigem boa audição e ritmo para saber o que fazer correctamente. Importante referir a qualidade da recriação de Paris e dos seus habitantes, mantendo os nomes dos locais em francês nativo e criando uma população que usa por vezes vários termos, sotaques e expressões francesas, dando a impressão que estamos mesmo em França... apesar da língua inglesa escolhida.
A outra parte da jogabilidade resume-se a meia centena de jogos de ritmo que pontuam a nossa exploração gaulesa e o avanço da narrativa, normalmente em momentos chave e mais movimentados. Estes encontram-se obviamente integrados no argumento. Os controlos e forma de jogar são diferentes em grande parte deles, podendo usar os botões, ecrã táctil e mesmo o giroscópio, mas todos requerem certas acções ao ritmo da música, havendo a ajuda das famosas circunferências que se aproximam e de pistas auditivas. Elogia-se a Sega pela quantidade de tipos de jogos ritmo diferentes e divertidos que conseguiram desenvolver e pela originalidade na transformação de certos momentos da narrativa em jogos de ritmo. Enquanto uns são obviamente melhores e mais originais do que outros, todos apresentam qualidade. Felizmente, os que se repetem mais vezes são geralmente os melhores.

Mirror's Edge, o musical!
No entanto, existem alguns pontos mais fracos. A primeira crítica é para o uso do giroscópio como método de controlo que, apesar de funcional, é difícil de avaliar se movemos a 3DS o suficiente ou a tempo. O segundo problema e mais grave deles é o sistema de pontuação. Esta é feita através da Groove Bar, a qual se esvazia ou aumenta consoante falhamos ou acertamos numa nota respectivamente. Caso ela fique totalmente vazia, temos de repetir o jogo, mas se o terminarmos, recebemos uma pontuação de A a E que depende do preenchimento da barra. O problema é que basta falhar uma nota para a barra esvaziar numa quantidade elevada e a quantidade que enche por cada nota é baixa, fazendo com que mesmo tendo um registo quase perfeito, uma nota falhada no fim baixe a nossa pontuação de A para C ou D, tornando algumas provas extremamente frustrantes. Por fim, temos desafios que requerem uma coordenação motora e audiovisual muito elevada, tornando-se confusos e difíceis para conseguir obter boas pontuações.
Com uma oferta de 10 horas na campanha principal, Rhythm Thief não é um muito extenso. No entanto, tem numerosos extras para desbloquear, como capítulos extra que relatam pequenas histórias relacionadas com jogo, alguns jogos de ritmo que nunca terminam, as várias músicas e animações para verem em qualquer altura e um modo multijogador que, infelizmente, não nos foi possível testar. Claro que o grande aliciante para continuar a jogar é tentar obter as melhores pontuações, o que nos leva a consumi-lo por mais umas horas, especialmente se contarmos com o modo Hard.

Rhythm Thief é sempre um jogo cheio de luz e ritmo, até nas situações mais estranhas.
Em termos audiovisuais, a Sega não poupou esforços e criou um título com excelentes valores de produção. O grafismo e arte são sempre agradáveis e coloridos, as personagens bem animadas e as sequências em anime bem trabalhadas. O 3D é também perceptível, com a única falha nos modelos de personagens em 3D, que parecem estar numa baixa resolução.
A sonoplastia é sem dúvida o melhor aspecto do jogo, dotada de uma banda sonora extremamente variada, bem composta e que fica no ouvido, indo de música clássica como "Air" de Bach até sambas, e por todos os outros géneros pelo meio. Os efeitos sonoros apresentam excelente qualidade, integrando-se na jogabilidade, quer como pistas auditivas, quer como mecânica para encontrar e gravar sons. As vozes também não ficam atrás, adaptando-se às personagens com sotaques que se enquadram no ambiente parisiense. Só não se percebe porque os diálogos nem sempre são iguais às legendas.
Rhythm Thief conta a história de Raphael, um jovem parisiense que vive sozinho depois da morte da mãe e de o pai o ter deixado há três anos sem qualquer explicação. O seu objectivo é voltar a encontrar o pai através de uma única pista, uma moeda com um símbolo estranho, contando com a ajuda do seu alter-ego chamado Phantom R. A história vale-se de elementos e referências históricas, revelações, personagens carismáticas, bons diálogos e excelentes animações cinemáticas, ao bom estilo japonês. Apesar dos habituais clichés, o ambiente e o contexto histórico tornam a narrativa bastante agradável e uma das razões para avançar no jogo. A única falha é, por vezes, uma pior integração de certos jogos de ritmo em partes da narrativa.

Phantom R prepara-se para entrar em acção.
Na parte jogável propriamente dita, exploramos Paris e seus locais mais famosos, como o Louvre, Torre Eiffel ou os Campos Elísios, entre outras atracções da cidade das luzes mostradas, tal como em Professor Layton, a partir de ecrãs estáticos. Em cada tela existem pessoas e vários objectos para interagir, utilizando o toque no ecrã táctil. O jogo volta a tirar uma página de Professor Layton, existindo medalhas e outros colecionáveis para encontrar nos vários cenários ao tocar em sítios específicos. Aqui podemos encontrar e gravar sons de certas coisas que podem usados para avançar em certas partes da história, CDs com os vários temas do jogo e conjuntos de cinco notas que, quando tocadas, desbloqueiam parte de uma composição musical que dá acesso a um capítulo extra. Como vêm, este jogo dá-vos música a toda a hora. Ainda na parte de exploração, existem puzzles rítmicos que exigem boa audição e ritmo para saber o que fazer correctamente. Importante referir a qualidade da recriação de Paris e dos seus habitantes, mantendo os nomes dos locais em francês nativo e criando uma população que usa por vezes vários termos, sotaques e expressões francesas, dando a impressão que estamos mesmo em França... apesar da língua inglesa escolhida.
A outra parte da jogabilidade resume-se a meia centena de jogos de ritmo que pontuam a nossa exploração gaulesa e o avanço da narrativa, normalmente em momentos chave e mais movimentados. Estes encontram-se obviamente integrados no argumento. Os controlos e forma de jogar são diferentes em grande parte deles, podendo usar os botões, ecrã táctil e mesmo o giroscópio, mas todos requerem certas acções ao ritmo da música, havendo a ajuda das famosas circunferências que se aproximam e de pistas auditivas. Elogia-se a Sega pela quantidade de tipos de jogos ritmo diferentes e divertidos que conseguiram desenvolver e pela originalidade na transformação de certos momentos da narrativa em jogos de ritmo. Enquanto uns são obviamente melhores e mais originais do que outros, todos apresentam qualidade. Felizmente, os que se repetem mais vezes são geralmente os melhores.

Mirror's Edge, o musical!
No entanto, existem alguns pontos mais fracos. A primeira crítica é para o uso do giroscópio como método de controlo que, apesar de funcional, é difícil de avaliar se movemos a 3DS o suficiente ou a tempo. O segundo problema e mais grave deles é o sistema de pontuação. Esta é feita através da Groove Bar, a qual se esvazia ou aumenta consoante falhamos ou acertamos numa nota respectivamente. Caso ela fique totalmente vazia, temos de repetir o jogo, mas se o terminarmos, recebemos uma pontuação de A a E que depende do preenchimento da barra. O problema é que basta falhar uma nota para a barra esvaziar numa quantidade elevada e a quantidade que enche por cada nota é baixa, fazendo com que mesmo tendo um registo quase perfeito, uma nota falhada no fim baixe a nossa pontuação de A para C ou D, tornando algumas provas extremamente frustrantes. Por fim, temos desafios que requerem uma coordenação motora e audiovisual muito elevada, tornando-se confusos e difíceis para conseguir obter boas pontuações.
Com uma oferta de 10 horas na campanha principal, Rhythm Thief não é um muito extenso. No entanto, tem numerosos extras para desbloquear, como capítulos extra que relatam pequenas histórias relacionadas com jogo, alguns jogos de ritmo que nunca terminam, as várias músicas e animações para verem em qualquer altura e um modo multijogador que, infelizmente, não nos foi possível testar. Claro que o grande aliciante para continuar a jogar é tentar obter as melhores pontuações, o que nos leva a consumi-lo por mais umas horas, especialmente se contarmos com o modo Hard.

Rhythm Thief é sempre um jogo cheio de luz e ritmo, até nas situações mais estranhas.
Em termos audiovisuais, a Sega não poupou esforços e criou um título com excelentes valores de produção. O grafismo e arte são sempre agradáveis e coloridos, as personagens bem animadas e as sequências em anime bem trabalhadas. O 3D é também perceptível, com a única falha nos modelos de personagens em 3D, que parecem estar numa baixa resolução.
A sonoplastia é sem dúvida o melhor aspecto do jogo, dotada de uma banda sonora extremamente variada, bem composta e que fica no ouvido, indo de música clássica como "Air" de Bach até sambas, e por todos os outros géneros pelo meio. Os efeitos sonoros apresentam excelente qualidade, integrando-se na jogabilidade, quer como pistas auditivas, quer como mecânica para encontrar e gravar sons. As vozes também não ficam atrás, adaptando-se às personagens com sotaques que se enquadram no ambiente parisiense. Só não se percebe porque os diálogos nem sempre são iguais às legendas.
Conclusão
Rhythm Thief & the Emperor’s Tresure é uma excelente primeira entrega de uma série que tem tudo para merecer uma sequela. Também é o primeiro jogo de ritmo de qualidade na 3DS e que conta uma história interessante, ambiente agradável e excelentes valores de produção por trás. Se forem fãs de jogos de ritmo e apreciam uma história e ambiente saídos de Professor Layton, com um pequeno travo parisiense, Rhythm Thief é a vossa cara. Não deixem que este título seja a última e única dança de Phantom R.
O melhor
- História e ambiente interessantes
- Excelentes valores de produção
- Jogos de ritmo originais e divertidos
- Banda sonora fantástica
O pior
- Sistema de pontuação mal feito
- Pouco conteúdo para quem não tentar melhorar as pontuações
14 de Janeiro, 2014, 15:24
Joguei o demo e adorei. Está já comprado e a caminho.