
ANÁLISE
Art Academy: SketchPad
Libertem o artista que há em vocês.
Por Fábio Pereira a
Ao olhar para o catálogo da Nintendo notam-se alguns esforços no sentido de proporcionar experiências interactivas para os criativos e amantes do desenho. Desde a simplicidade do legado de Mario Paint até às possibilidade do ecrã táctil da DS que levaram ao ambicioso FlipNote Studio na DSi, há (e houve) várias propostas para que os jogadores se divertissem a dar vida às suas criações. O Miiverse é um reflexo dessa liberdade criativa, agora inserida num contexto de comunidade e que permite partilhar ideias com o mundo através de pequenas obras de arte. Com um generoso ecrã táctil seria de estranhar que a Wii U não tivesse também direito a uma versão do popular Art Academy.
Originalmente, Art Academy foi lançado em duas versões distintas para o DSiWare e posteriormente editado em formato físico com tudo incluído. A sequela para a 3DS foi lançada em formato único, ao contrário do anterior para a DS. Chegada a era da Wii U, a Nintendo voltou ao plano original. Art Academy: SketchPad foi lançado apenas como aperitivo, talvez para apurar a adesão do público e abrir o apetite aos artistas que já tenham alguma experiência em desenho.
O primeiro contacto é bastante acolheder, com menus simples e de fácil acesso, música ambiente calma e totalmente ausente na hora de desenhar. Nota-se, porém, uma ausência de qualquer tipo de introdução ou tutorial, o que pode deixar os utilizadores com menos experiência perdidos e sem saber muito bem por onde começar. Visto de forma simples, o jogo propõe um conjunto de materiais de desenho e folhas de diferentes espessuras. Ao dispor estão lápis de carvão ou de cor, pastéis e borrachas, divididos em três conjuntos. Os mais exigentes podem sentir a falta de materiais como aguarelas, mas tal como as aulas, que por agora se encontram inacessíveis, é possível que no futuro surjam mais opções de desenho. A nível de conteúdo, este Art Academy é bastante limitado e deve ser visto antes como uma extensão daquilo que se pode fazer nas mensagens do Miiverse, com mais opções de desenho. A ausência de tutoriais e sobretudo de ferramentas habituais neste tipo de software vão deixar alguma desilusão junto dos apreciadores do desenho digital. Faltam opções simples, como anular o último traço, o que obriga a apagar tudo ou a desenhar novamente tal como se se estivessem a trabalhar com elementos reais. Por outro lado, é possível colocar uma grelha quadriculada sobre a folha ou aproximar a câmara para trabalhar nos detalhes, o que torna a ausência de outras opções ainda mais incompreensível. É certo que Art Academy foi concebido para retratar uma experiência próxima da realidade, permitindo ao utilizador usar esses conhecimentos fora do jogo, mas sem as aulas iniciais (que à data desta análise se encontravam indisponíveis) e tendo em conta que se trata de um ambiente digital, o próprio toque da estilete no ecrã será sempre diferente do de um lápis sobre uma folha, digamos que alguns sentirão falta dessas opções para tornar mais célere a execução do trabalho.
Outro problema é a impossibilidade de apagar traços feitos com um determinado conjunto de materiais. É impossível apagar traços feitos com um lápis de carvão durante o processo de pintura, por exemplo. Existem várias limitações mas nem tudo está errado com Art Academy: SketchPad. Toda a experiência de desenho é bastante fluída e realista. Os desenhos podem ser guardados para retomar mais tarde e publicados no Miiverse para receber a opinião de outros jogadores.
Conclusão
Art Academy: SketchPad é por enquanto uma experiência algo limitada e desilude quando comparado aos lançamentos anteriores. A execução é boa na hora de transformar ideias em desenhos incríveis e estes podem facilmente ser partilhados com a comunidade do Miiverse, mas infelizmente a falta de mais ferramentas e principalmente de aulas que ajudem a entender a arte de bem desenhar fazem com que este pareça um produto inacabado. Mesmo com o preço convidativo, os iniciados que quiserem aprender devem aguardar por uma versão definitiva. Os verdadeiros artistas podem avançar sem medos para uma excelente reprodução de um real ambiente de trabalho.
O melhor
- Fluidez na utilização das ferramentas
- Preço
O pior
- Conteúdo limitado
- Ausência de aulas ou guias de iniciação
28 de Agosto, 2013, 10:37