
ANÁLISE
Tom Clancy's Splinter Cell 3D
3DS
Por Nuno Nêveda a
A Ubisoft tem sido das editoras com que mais entusiasmo acompanha a 3DS, e apresentou dessa forma vários títulos no lançamento da portátil, dos quais Tom Clancy's Splinter Cell 3D brilhou aos nossos olhos. Este é basicamente um port directo do conceituado Splinter Cell: Chaos Theory. A Ubisoft parece gostar deste título em particular, pois na verdade já tinha surgido uma versão na Nintendo DS em 2005. Ainda assim, nem todos puderam experimentar uma das versões originais, por isso este “novo” título traz a acção furtiva na terceira pessoa para o 3D.
Em traços gerais, o argumento de Splinter Cell 3D segue os padrões da espionagem clássica, atribuindo a Sam Fisher, agente da Third Echelon, a difícil tarefa de salvar o mundo. Numa primeira fase existem duas histórias paralelas que envolvem inteligência militar e tensões na Ásia, com a China, Coreia do Norte e Japão nesta pintura. As missões iniciais giram em torno de uma perseguição aparentemente desconexa para evitar que sensíveis algoritmos de armas caiam nas mãos erradas.
Se à partida Tom Clancy's Splinter Cell 3D é um port, na sua essência é bem menos que isso. Estamos perante uma versão capada dos originais, em que os modos de jogo se resumem a um modo de campanha a solo. Se são veteranos em Chaos Theory vão ter a desilusão da vossa vida, pois não há missões cooperativas, nem sequer modo multijogador competitivo, o que pesa de forma bastante negativa, sabendo das funcionalidades online da 3DS.
Outro aspecto fortemente censurável é a jogabilidade. Os controlos estão longe de ser intuitivos e confortáveis para uma experiência plena. Muitos dos controlos são usados através do ecrã táctil, incluindo troca de armas, selecção de munição, visão nocturna e scan. Sempre que for necessário usar opção de acção – como abrir uma porta – temos que seleccioná-la a partir do ecrã táctil. O Circle Pad é usado mover Sam Fisher e a câmara é controlada pelos “face buttons”. Tudo está mal estruturado e isso nota-se quando, por exemplo, Sam entra em modo de mira. Neste temos de seleccionar, primeiro, a arma com o ecrã táctil e, segundo, enquadrar a mira com os botões, processo que se revela muito lento e impreciso. E daqui partimos para o nosso maior inimigo, que não são os desafios apresentados, nem sequer a I.A., mas a horrível câmara. Esta arrisca-se a ser a pior que já vimos num jogo da 3DS, impondo restrições austeras e requerendo demasiado tempo para fixá-la na posição mais correcta antes de avançarmos no cenário. Muitas vezes não se consegue vislumbrar o inimigo em tempo útil, e sendo este um título marcadamente de “stealth”, o caso revela-se ainda mais dramático.
Esta deficiências técnicas são ainda mais tristes porque a filosofia de Splinter Cell até abrange vários aspectos interesses típicos de um filme de James Bond, como o uso de sombras e ruído ambiente, atirar objectos à cabeça de alguém, andar escondido ou dar o "coup de grâce" no escuro. Uma novidade vinda directamente de Splinter Cell: Conviction é a presença de palavras sobrepostas sobre os ambientes dizendo qual o objectivo seguinte.
Os gráficos são relativamente agradáveis, mas não aproveitam da melhor forma o potencial da 3DS (em parte porque nem o conseguimos apreciar na devida forma, dadas as limitações da câmara). Lamenta-se a escuridão permanente dos cenários a dificultar uma melhor visualização e a obrigar-nos a procurar um local com iluminação adequada. Interessantes são as diversas cenas entre missões que revelam altos valores de produção. Já o efeito 3D é descartável, não inovando de maneira nenhuma a jogabilidade. Provavelmente vão passar a maior parte do tempo com o 3D desligado para poupar bateria. A longevidade também não é um destaque forte, com a campanha a durar menos de 10 horas, e praticamente não existem incentivos para manter o cartucho na consola depois de finalizar a aventura. Mais positivo é o ambiente sonoro que se criou com arranjos de boa qualidade. Esta componente é ainda importante porque interessa controlar o barulho feito por Sam Fisher. Basicamente tudo o que caracterizava o original Chaos Theory em termos sonoros está aqui presente.
Em traços gerais, o argumento de Splinter Cell 3D segue os padrões da espionagem clássica, atribuindo a Sam Fisher, agente da Third Echelon, a difícil tarefa de salvar o mundo. Numa primeira fase existem duas histórias paralelas que envolvem inteligência militar e tensões na Ásia, com a China, Coreia do Norte e Japão nesta pintura. As missões iniciais giram em torno de uma perseguição aparentemente desconexa para evitar que sensíveis algoritmos de armas caiam nas mãos erradas.

Sam Fisher entra no mundo da 3DS.
Se à partida Tom Clancy's Splinter Cell 3D é um port, na sua essência é bem menos que isso. Estamos perante uma versão capada dos originais, em que os modos de jogo se resumem a um modo de campanha a solo. Se são veteranos em Chaos Theory vão ter a desilusão da vossa vida, pois não há missões cooperativas, nem sequer modo multijogador competitivo, o que pesa de forma bastante negativa, sabendo das funcionalidades online da 3DS.
Outro aspecto fortemente censurável é a jogabilidade. Os controlos estão longe de ser intuitivos e confortáveis para uma experiência plena. Muitos dos controlos são usados através do ecrã táctil, incluindo troca de armas, selecção de munição, visão nocturna e scan. Sempre que for necessário usar opção de acção – como abrir uma porta – temos que seleccioná-la a partir do ecrã táctil. O Circle Pad é usado mover Sam Fisher e a câmara é controlada pelos “face buttons”. Tudo está mal estruturado e isso nota-se quando, por exemplo, Sam entra em modo de mira. Neste temos de seleccionar, primeiro, a arma com o ecrã táctil e, segundo, enquadrar a mira com os botões, processo que se revela muito lento e impreciso. E daqui partimos para o nosso maior inimigo, que não são os desafios apresentados, nem sequer a I.A., mas a horrível câmara. Esta arrisca-se a ser a pior que já vimos num jogo da 3DS, impondo restrições austeras e requerendo demasiado tempo para fixá-la na posição mais correcta antes de avançarmos no cenário. Muitas vezes não se consegue vislumbrar o inimigo em tempo útil, e sendo este um título marcadamente de “stealth”, o caso revela-se ainda mais dramático.
Esta deficiências técnicas são ainda mais tristes porque a filosofia de Splinter Cell até abrange vários aspectos interesses típicos de um filme de James Bond, como o uso de sombras e ruído ambiente, atirar objectos à cabeça de alguém, andar escondido ou dar o "coup de grâce" no escuro. Uma novidade vinda directamente de Splinter Cell: Conviction é a presença de palavras sobrepostas sobre os ambientes dizendo qual o objectivo seguinte.

Splinter Cell 3D está longe de agradar aos fãs da conhecida série.
Os gráficos são relativamente agradáveis, mas não aproveitam da melhor forma o potencial da 3DS (em parte porque nem o conseguimos apreciar na devida forma, dadas as limitações da câmara). Lamenta-se a escuridão permanente dos cenários a dificultar uma melhor visualização e a obrigar-nos a procurar um local com iluminação adequada. Interessantes são as diversas cenas entre missões que revelam altos valores de produção. Já o efeito 3D é descartável, não inovando de maneira nenhuma a jogabilidade. Provavelmente vão passar a maior parte do tempo com o 3D desligado para poupar bateria. A longevidade também não é um destaque forte, com a campanha a durar menos de 10 horas, e praticamente não existem incentivos para manter o cartucho na consola depois de finalizar a aventura. Mais positivo é o ambiente sonoro que se criou com arranjos de boa qualidade. Esta componente é ainda importante porque interessa controlar o barulho feito por Sam Fisher. Basicamente tudo o que caracterizava o original Chaos Theory em termos sonoros está aqui presente.
Conclusão
Tom Clancy's Splinter Cell 3D tinha potencial para mostrar que a 3DS pode albergar títulos deste género, mas a Ubisoft falhou redondamente nesse propósito. O sistema de controlos foi pessimamente adaptado, foram excluídos os diferentes modos multijogador e o grafismo é demasiado escuro nalgumas missões. Se querem jogar Splinter Cell: Chaos Theory em toda a sua glória, recomendamos as versões de PC ou Xbox. Na 3DS, só se estiverem desesperados por jogos de acção furtiva.
O melhor
- Bom ambiente sonoro
- Cutscenes interessantes
O pior
- Controlos horríveis
- Ausência de multijogador
- Câmara ineficiente