
ANÁLISE
Donkey Kong
Aqui nasceram dois ícones.
Por Tiago Marafona a
Observar uma das primeiras obras de Shigeru Miyamoto é de facto bastante gratificante. Recuamos até 1981, com o jovem designer e programador a ter como missão recuperar a situação da Nintendo após o fracasso do lançamento de Radar Scope Arcade no mercado norte-americano. Numa tentava de revitalizar a máquina de arcada, Miyamoto cria Donkey Kong, um jogo simples que viria a transformar para sempre a história da empresa e do mundo dos videojogos.
Donkey Kong, na sua estreia como vilão, e JumpMan, actualmente conhecido como Mario, mostraram-se pela primeira vez ao mundo. Sendo um sucesso praticamente imediato no mercado norte-americano e japonês, anos depois a Nintendo lança uma versão deste jogo na sua primeira consola doméstica. Foi um título memorável para quem teve a oportunidade de o jogar na NES, mas será que passa o teste do tempo? É isso que vamos comprovar na consola virtual para a Nintendo 3DS.
O objectivo de Donkey Kong é muito simples. A missão passa por levar JumpMan a ultrapassar várias plataformas para chegar ao topo e resgatar Pauline, uma senhora que se encontra presa pelo terrível macaco conhecido como Donkey Kong. Chegar até ao topo será uma espinhosa tarefa, isto porque Donkey Kong está constantemente a atirar barris e outros objectos. Como se não chegasse, existem ainda bolas de fogo que perseguem o jogador. Para evitar estes confrontos, podem-se utilizar as escadas distribuídas pelas plataformas, ou simplesmente saltar por cima. Nota-se como o género de plataformas evoluiu. No geral, Donkey Kong apresenta uma jogabilidade boa, mas por vezes existem conflitos no que diz respeito aos saltos, resultando muitas vezes numa vida a menos, praticamente sem explicação, devido a um salto mal calculado. Pela frente estão apenas três níveis, que se vão repetindo e subindo gradualmente de dificuldade. Apesar de se tornar repetitivo rapidamente, o objectivo também passa por apanhar o máximo de pontos possíveis, agarrando objectos que se encontram dispersos pelos níveis ou simplesmente galgando por cima dos barris lançados pelo macaco.
Graficamente, Donkey Kongé um jogo bem apresentado, apesar de não ter aproveitado as capacidades da NES ao máximo. Os pormenores dos cenários são simples, as cores são pouco variadas mas afinal de contas, trata-se de um jogo com mais de trinta anos que ainda hoje não magoa os olhos, apesar do seu aspecto básico. A componente sonora é também bastante limitada, mas das poucas melodias presentes, todas elas são boas.
Conclusão
Para quem quiser recuar aos primórdios do género de plataformas, Donkey Kong é o título ideal. Não apresenta uma grande diversidade de níveis, mas vale pela árdua tarefa de apanhar o maior número de pontos. Tal como qualquer outro jogo da sua época, é um título que exige bastante da habilidade do jogador e que rapidamente atinge níveis de dificuldade bastante elevados. Infelizmente, envelheceu mal na jogabilidade, mas foi aqui que nasceram Super Mario e Donkey Kong.
O melhor
- Músicas e sons bem reproduzidos
- Ideal para sessões de jogo curtas
O pior
- Jogabilidade perdeu-se no tempo
- Poucos níveis disponíveis