
ANÁLISE
RUSH
Cubos e muitas cores.
Por Fábio Pereira a
Two Tribes é um nome que já não passa despercebido. Já trabalharam para editoras de maior dimensão, mas são as suas produções originais que os jogadores conhecem melhor, nomeadamente a de um pequeno pássaro amarelo. A sua presença nas consolas da Nintendo não se alterou com a chegada da Wii U e os seus jogos de lançamento foram disponibilizados a preços especiais. Depois de EDGE chegou a vez de RUSH mostrar que os puzzles com cubos são excelentes maneiras de passar o tempo.
RUSH é totalmente jogado no ecrã do Wii U GamePad e o estilete basta para controlar toda a acção. Ao jogador é apresentado um mapa flutuante totalmente em 3D. No campo encontram-se o ponto de partida e a meta para cada caminho percorrido pelos vários cubos. A tarefa a cumprir é colocar no percurso setas direccionais para guiar os cubos, sem que estes choquem uns com os outros ou caiam desamparados no abismo. O caminho para o sucesso está em perceber onde colocar as setas correctas para que toda a "linha de montagem" corra sem problemas. Um esquema que está muito bem explicado no tutorial.
Os mapas e padrões seguidos pelos cubos formam sequências cativantes e mesmo que nos primeiros níveis a resolução seja simples, a vontade de observar os cubos a mover-se é maior do que se poderia julgar. Quase como se chegasse ao ponto em que se observa o mecanismo a funcionar às mil maravilhas e tudo graças ao jogador, uma sensação genuína de missão cumprida. Claro que este sentimento é mais comum nos primeiros níveis porque com uma dificuldade mais avançada e nos níveis de bónus as coisas podem ser realmente complicadas. Por vezes, a solução perde-se na imensidão de opções que se vêem no mapa, e de seguida o jogador apercebe-se que no caminho algo corre mal e lá se regressa aos ajustes. Os fãs de Portal vão reconhecer uma certa voz a introduzir alguns dos puzzles mais complicados.Em certos jogos de puzzle, a tentativa e erro é sempre uma opção viável, mas em RUSHas coisas não se resolvem com peças dispostas ao azar, é necessário planear bem o percurso e cada erro é uma tentativa bem elaborada para chegar ao resultado final. Não é um jogo fácil de concluir e a dificuldade pode mesmo afastar a paciência de alguns. Há algumas pistas à disposição que indicam, por exemplo, o local onde as peças devem ser colocadas mas que não indicam quais as peças em concreto a colocar. Visto que o jogo não contabiliza o tempo ou qualquer pontuação, o único motivo para solucionar os puzzles é desbloquear mais níveis. Mesmo com uma quantidade generosa de níveis apresentados, não é propriamente uma experiência de longa duração, mas encaixa bem se for apreciado aos poucos.
Conclusão
Quer no seu conceito, grafismo ou sonoridade, RUSH é um jogo relativamente minimalista. Apesar de ser uma escolha recomendada aos fãs dos puzzle games no seu estado mais puro, a dificuldade e simplicidade podem não chegar para motivar os curiosos. O preço de lançamento torna-o uma opção de primeira linha, mas o jogo aponta para um público-alvo específico, sendo assim uma compra a ponderar. O conceito é interessante, a execução apresenta um desafio fantástico e a experiência, mesmo que relativamente curta, deixa o cérebro satisfeito por ainda ser capaz de resolver puzzles complicados que vão além das habilidades comuns de jogadores.
O melhor
- Puzzles bem construídos
- Preço de lançamento
O pior
- Longevidade reduzida
- Dificuldade pode afastar alguns
29 de Dezembro, 2013, 01:39