
ANÁLISE
Kung Fu Rabbit
Coelhos de combate.
Por Tiago Marafona a
A geração actual está a ser marcada pela grande oferta de títulos indie a chegar às plataformas digitais. Embora a maioria destes jogos ainda não consiga competir com títulos vindos de produtoras de maior dimensão, os pequenos estúdios têm provado que nem sempre é necessário realizar investimentos avultados para oferecer algo único e viciante ao mercado dos videojogos.
Um dos mais recentes títulos a atingir a eShop da Nintendo 3DS é Kung Fu Rabbit. Trata-se de um simples jogo de plataformas desenvolvido pela Neko Entertainment que já se encontra disponível em praticamente tudo que seja plataforma digital. Kung Fu Rabbit apresenta-se numa narrativa através de uma banda desenhada e revela uma personagem principal especialista em artes marciais. A sua missão é recuperar os seus discípulos que foram raptados por uma entidade maligna de origem desconhecida. Para os recuperar, é necessário levar a personagem principal até ao ponto onde cada um deles se encontra aprisionado.
Embora este título apresenta um ambiente gráfico verdadeiramente rico, exibe variadíssimas cores e um estilo totalmente inspirado na cultura asiática. Porém, o jogo recorre bastante à arte japonesa e faz imensas referências a samurais, o que leva a pensar que o título “Kung Fu Rabbit ” não é o nome mais indicado. Kung Fu Rabbit é mecanicamente inspirado em Super Meat Boy e em League of Evil. O seu objectivo passa por chegar até ao final de cada nível de forma ilesa, resgatando os discípulos-coelhos aprisionados dentro de um pequeno globo. Distribuídas pelos cenários encontram-se ainda três cenouras e uma quarta de tom dourado, que embora não conte para a estatística de conclusão de cada nível, detém um valor maior. As cenouras são usadas para comprar utensílios no Dojo.
Conforme a progressão do jogo, a dificuldade vai aumentando de forma gradual e exigindo mais habilidade ao jogador, como o demonstram as plataformas temporariamente transparentes e outras que desaparecem com um simples toque e os inimigos ao longo do cenário. Para além disso, existem também alguns elementos que tornam o percurso mais difícil, como uma espécie de gosma negra que obriga o jogador a recomeçar o nível. Posto isto, é necessário utilizar as habilidades do coelho. De início a personagem começa com algumas habilidades simples, como saltos, deslizes pelas paredes e ataques básicos contra os inimigos. Em Kung Fu Rabbitnão existem barras de saúde ou vidas, mas existe a possibilidade de comprar itens no Dojo e algumas habilidades que vão auxiliar a ultrapassar cada cenário. Para além disso, o jogador pode também adquirir novos fatos e personalizar a personagem ao seu gosto.
Fora de níveis, Kung Fu Rabbit exibe textos em português brasileiro com variadíssimas dicas durante os curtos tempos de carregamento. A componente sonora não se destaca. As melodias, que seguem temas asiáticos, são curtas e pouco cativantes. Disponíveis estão três mundos e um extra designado de Caverna de bónus que vai sendo preenchido conforme a progressão no jogo. Cada mundo contém vinte níveis mas a variedade de cenários é parca, deixando rapidamente a sensação de repetição.
Conclusão
Kung Fu Rabbit não passa de um simples jogo de plataformas que não sobressai em qualquer componente. Poderá ser uma boa alternativa para quem procura um jogo deste género para curtas sessões de jogo, mas com tanta oferta no mercado e apesar de inspirado em títulos como Super Meat Boy e League of Evil, estes acabam por o ofuscar completemente em termos de competitividade e originalidade.
O melhor
- Muita oferta de níveis
- Apresentação dos cenários
O pior
- ...embora sejam poucos
- Banda sonora aborrecida e repetitiva
- Uma experiência que não cativa
10 de Março, 2014, 12:36