
ANÁLISE
Cubit The Hardcore Platformer Robot
Simplicidade exigente.
Por Nuno Nêveda a
As consolas da Nintendo têm servido de viveiro a inúmeros projectos indie. Jogos que arriscam novas fronteiras, capazes de oferecer experiências diferentes e gratificantes. Nem todos são produtos de qualidade superior mas espelham um visão honesta dos seus produtores.Cubit The Hardcore Platformer Robot é um exemplo claro dessa honestidade e o nome traduz bem o que o jogo oferece: um robô, saltos e muitas vidas perdidas.
Cubit The Hardcore Platformer Robot é um jogo de plataformas em que a música desempenha um papel crucial. Com apenas um botão para saltar, tem que se ajudar o robô Cubit a passar de umas plataformas para as outras, evitando obstáculos e inimigos ao longo das diferentes partes do cenário. A estrutura dos níveis está ramificada ao estilo do clássico OutRun. Em determinados momentos, o jogador escolhe o caminho que quer seguir e tenta chegar a cada um dos três finais disponíveis.
O jogo à primeira vista parece claramente inspirado em Bit.Trip Runner, mas a simplicidade aqui é ainda mais incisiva, desde o aspecto visual minimalista até ao controlo com um único botão. Apenas tem de se saltar, saltar e morrer, morrer. Variedade só no tipo de salto, sendo este simples, mais prolongado ou duplo.
Sendo um jogo muito focado na mecânica dos saltos, esse ponto deveria estar totalmente afinado. Infelizmente tal não sucede, tornando-se no principal problema de Cubit The Hardcore Platformer Robot. A linha ténue entre falta de destreza do jogador ou problemas na jogabilidade está constantemente a ser pisada. Os saltos nem sempre respondem ao que o jogador pretende, provocando mortes sucessivas e muita frustração. Este ponto torna-se mais grave com o 3D ligado, pois a fluidez é alterada em certos momentos, complicando ainda mais os saltos. Hardcore não deveria significar frustração.Fazendo parte do conceito de jogo, a música supostamente tem um papel influente, com batidas techno que aumentam de intensidade à medida que se progride no jogo, mas estas são banalíssimas e poderiam estar desligadas que em pouco alterariam a jogabilidade. Muitos vezes o timing dos saltos não coincide com as batidas das músicas, o que se estranha num jogo deste tipo.
No que toca ao conteúdo, Cubit apresenta seis etapas únicas, sendo um pouco curto. Contudo, há mais material que vai para além disso. Depois de completar o jogo uma vez, ganha-se acesso ao modo Hardcore. As etapas neste modo permanecem exactamente iguais, mas têm de ser completadas apenas com uma vida. E este é um desafio imenso devido a todos os problemas da jogabilidade já descritos, a dificuldade acaba por ser a grande aliada do aumento da longevidade. Além do modo Hardcore, há também um sistema de conquistas com vinte e quatro desafios para completar e cinco personagens desbloqueáveis adicionais além do Cubit.
Conclusão
Cubit The Hardcore Platformer Robot deixa um sabor amargo. O conceito simples é muito interessante para pequenas sessões numa portátil, mas acaba traído por alguns problemas na execução dos saltos. A frustração tenderá a crescer com o acumular de vidas perdidas, muitas vezes relacionadas com pequenas falhas na jogabilidade. Este é um jogo de plataformas muitíssimo exigente, mas seria de esperar mais polimento em pontos fundamentais. Apenas os que procuram experiências de dificuldade muito elevada devem dar uma oportunidade ao robô Cubit.
O melhor
- Conceito simples e honesto
- Dificuldade elevada
O pior
- ...que leva a momentos de grande frustração
- Problemas na jogabilidade
- Algumas quebras de fluidez