
ANÁLISE
Steel Diver: Sub Wars
O caso dos submarinos premium.
Por João Silva a
Parece difícil de acreditar mas a Nintendo 3DS já foi lançada há três anos. Entre a leva inicial de jogos, não foram poucos os que se destacaram pela positiva...mas Steel Diver ficou de fora deste grupo. Um jogo de submarinos 2D, visualmente pouco entusiasmante e que ficou remetido a um estatuto de mediocridade, apesar de ter feito algumas coisas bem. Talvez por este facto a Nintendo tenha decidido voltar a dar uma oportunidade aos submarinos da VITEI na sua estreia dentro dos Free To Play na Nintendo 3DS, ou talvez seja uma nova tentativa de tornar a série em algo maior. O que é certo é que Sub Wars é uma mudança radical numa direcção mais sensata que o título anterior.
Steel Diver: Sub Wars, ao contrário do seu antecessor, opta única e exclusivamente pela visão em primeira pessoa num plano tridimensional, semelhante ao que é utilizado no minijogo apresentado no fim de cada missão do Steel Diver original, mas em Sub Wars o jogador tem total controlo sobre os movimentos do submarino. Este pode ser manuseado com o Circle Pad (podendo ser ainda complementado com o Circle Pad Pro) ou através dos controlos tradicionais apresentados pelo título original, ou seja, exclusivamente através do ecrã táctil. A primeira impressão desta nova perspectiva pode dar a sensação de constrangimento uma vez que apenas se vê aquilo que se encontra à frente. No entanto, o periscópio entra rapidamente em cena, o que possibilita olhar em volta do submarino enquanto este prossegue o seu percurso normal, ou até mesmo dar ordens para lançar torpedos. Por falar em torpedos, estes são o meio principal de causar danos nos inimigos e felizmente, continuam com um sentido de peso, velocidade e impacto muito satisfatório, o que em conjunto com o movimento lento dos submarinos, cria uma camada de estratégia que obriga o jogador a pensar constantemente no movimento seguinte.
No pólo oposto em termos de complexidade está o aparato gráfico, optando por um aspecto minimalista reminiscente do original onde se navega por oceanos, na sua maioria completamente vazios e sem vida, tornando este jogo numa experiência visualmente insípida, ainda que tendo em conta a temática do jogo se possa afirmar que a escolha de desenhar os cenários de tal forma terá sido propositada. Vale a pena destacar o detalhe de cada um dos dezoito submarinos que se podem obter e personalizar (outros cinco podem ser adquiridos individualmente por €0,99 cada) e um pequeno efeito visual que ocorre quando o submarino emerge/submerge em que se vê água a escorrer pelo ecrã, pode parecer um pequeno detalhe mas contribui para o efeito global de dar a sensação de estar dentro de um submarino. Outro factor importante é a utilização do som. As missões começam com um pequeno tema musical mas após os segundos iniciais, apenas se escuta o oceano, as embarcações e a tripulação. Em situações de visibilidade mais limitada é também possível fazer uso do sonar, que ao enviar um sinal sonoro determina de forma exacta a localização do inimigo (isto torna-se mais evidente através do uso de auscultadores). A maior lacuna do Steel Diver original era a longevidade curta. É certo que apresentava uma boa diversidade de modos mas nenhum deles era capaz de divertir durante sessões mais longas, por falta de conteúdo ou porque simplesmente se tornavam repetitivos bastante depressa. Sub Wars não é capaz de colmatar esta falha no modo de um jogador e apenas apresenta sete curtas missões com três níveis de dificuldade cada, mas o modo multijogador online é suficientemente viciante para agarrar os jogadores durante algum tempo. É possível reunir oito jogadores divididos em duas equipas de quatro elementos cada em batalhas navais onde os vencedores recebem pontos de experiência para subir de nível e posteriormente desbloquear novos submarinos. É possível também comunicar com outros jogadores antes e durante as partidas através de código morse, uma forma de comunicação bastante peculiar para um videojogo mas que assenta perfeitamente e que apesar de não ser muito prática, é divertida. Ainda assim faltam-lhe mais alguns modos e opções, como a possibilidade de jogar com amigos para elevar o multijogador a outro estatuto.
Existem ainda padrões de pintura para os submarinos e elementos de tripulação que podem ser recrutados no modo de um jogador para melhorar os atributos do submarino mas a forma como estes são adquiridos é pouco pratica. No ecrã da tripulação é indicado onde normalmente estes se encontram localizados mas surgem de forma aleatória, o que implica um nível de repetição um pouco absurdo para quem tenha a intenção de recrutar todos os 32 tripulantes.
Conclusão
Steel Diver: Sub Wars é uma boa entrega por parte da Nintendo no mundo dos Free To Play, qualquer um pode (e deve) descarregar a versão gratuita, nem que seja para lançar uns torpedos online e enviar umas mensagens em código morse. Aqueles que decidirem pagar pela versão premium para ter acesso ao resto do conteúdo terão acesso a uma experiência mais personalizável e profunda que os restantes. O modo de um jogador podia ser mais longo e o multijogador não está livre de problemas mas ainda assim, quer como Free-To-Play ou como Premium Sub Wars, é mais uma adição sólida ao catálogo eShop da Nintendo 3DS.
O melhor
- Grande sentido de imersão
- Personalização de submarinos e tripulação
- Multijogador Online
O pior
- Estrutura do modo solo
- Escassez opções no modo multijogador
8 de Abril, 2014, 12:47