
ANÁLISE
Advance Wars
Estratégia bélica.
Por António Branquinho a
No mês de Setembro de 2001, o mundo mudou para sempre… Sim, foi nesta altura o lançamento americano de Advance Wars, produzido pela Intelligent Systems. É verdade que um dia após o lançamento, os Estados Unidos da América tremeram, evento que provocou atrasos ao lançamento na Europa (quatro meses) e no Japão (alguns anos) desta verdadeira pérola do Game Boy Advance.
Advance Wars é um jogo de estratégia em grelha, muito baseado em Fire Emblem, com algumas diferenças que à primeira vista aparentam ser subtis mas que na realidade o tornam em algo completamente distinto. Neste jogo desempenha-se o papel de uma força armada intitulada Orange Star, que se encontra envolvida numa guerra com outras três potências armadas. Cada exército possui vários tipos de unidades, desde soldados, a tanques, passando por barcos, submarinos, aviões e helicópteros. Cada qual com algo que a torna eficaz contra um tipo de unidade e débil contra outro tipo. A principal diferença entre este jogo e Fire Emblem é mesmo o facto de não existir qualquer tipo de relação entre o jogador e estas unidades. As unidades são completamente desprezáveis e para terminar um mapa terão que existir mortes, situação que não é problemática pois é sempre possível produzir novas unidades em fábricas, aeroportos ou docas. O jogador apenas estabelece uma relação, e mesmo assim débil, com os chefes de cada exército através de pequenas conversas introdutórias às batalhas do modo campanha.De resto a movimentação executa-se tal e qual como em Fire Emblem, cada personagem pode avançar para um certo número de quadrados e atacar para outros. Quem ataca tem sempre vantagem e a unidade atacante vai sempre causar danos muito superiores aos que lhe são infligidos pela unidade que defende. É assim que unidades teoricamente mais fracas podem derrotar outras teoricamente mais fortes. O terreno é também uma parte fulcral da estratégia a ser considerada. Zonas com árvores ou edifícios possibilitam uma melhor defesa, enquanto que zonas montanhosas ampliam o poder de ataque a quem se encontra no alto e reduzem-no a quem se encontra no seu sopé. Para além disso, o número de quadrados que cada unidade pode avançar também depende em parte do terreno.
Veículos com rodas avançam muito mais em estradas que em zonas descampadas e apenas unidades a pé conseguem subir as zonas montanhosas. Para além disto, cada um dos CO’s tem também um poder especial que pode invocar ao fim de um determinado tempo. Estes poderes vão desde causar mais danos aos inimigos, reparar parcialmente todas as unidades, ou aumentar a distância percorrida por um determinado tipo de unidades. Cada missão pode ser ganha de uma de duas formas: derrotando todos os inimigos no ecrã, ou apoderando-se do quartel inimigo. Na campanha há também um mapa cuja vitória depende de o jogador conseguir manter-se vivo durante um número pré-definido de rondas. O modo campanha apresenta dezanove mapas que demoraram cerca de dezassete horas a terminar em condições normais, sendo que o último mapa ocupará umas duas horas desse tempo. Felizmente na Wii U essa não é uma situação problemática. Onde o jogo peca é no seu enredo. A história sabe a pouco, nada é explicitado convenientemente e termina-se o jogo a saber quase tão pouco como aquilo que se sabia inicialmente. O que é óptimo para desenvolver sequelas, mas a verdade é que se o enredo não existisse o jogo seria praticamente idêntico.
Não se pense que o jogo termina por aqui… não, existem cerca de cem mapas onde se pode jogar, sozinho ou contra um amigo. E como se isso fosse pouco, ao terminar o modo de campanha ganha-se acesso a uma campanha com um maior nível de dificuldade, e para além disso ainda tem um editor de níveis completo e que permite dar uma longevidade ilimitada a este jogo.
Conclusão
Apesar da idade, Advance Wars poderia perfeitamente ser lançado nos dias de hoje, apenas com um ligeiro toque aqui e ali (actualização de grafismo e multiplayer online) e ninguém diria que este jogo já conta com mais de uma década de idade. É um jogo indispensável para todos os fãs de jogos de estratégia e sobreviveu perfeitamente ao teste do tempo. Quem não for fã de estratégia talvez deva considerar uma alternativa já que, apesar de ser um jogo cuja jogabilidade é fácil de compreender, não apresenta um enredo que prenda o jogador ao ecrã e vive apenas pelos seus excelentes mapas que desafiam permanentemente o pensamento estratégico do jogador.
O melhor
- Estratégia no seu melhor
- Longevidade
O pior
- Onde está a sequela de nova geração?