
ANÁLISE
Angry Bunnies
Coelhos demolidores.
Por Manuel Morais a
É comum copiar ideias de sucesso ou seguir fórmulas de títulos que se destacam e por vezes os resultados são bons, como é o caso de Angry Birds, que aproveita ideias de Crush the Castle. Já Angry Bunnies, uma cópia descarada de Angry Birds, é algo cujo lançamento nem deveria ter sido permitido numa consola com os lançamentos controlados como a 3DS.
Por esta razão, para quem já conhece Angry Birds, este jogo dispensa apresentações. Em cada nível, passado num plano 2D, atira-se uma série de coelhos contra uma estrutura construída por madeira, vidro, pedra e outros materiais, com o objectivo de atingir pequenas raposas (note-se, redondas como os porcos do jogo da Rovio). Cada nível pode ser também um pequeno puzzle de física, uma vez que tem de se pensar como matar todas as raposas utilizando um número reduzido de coelhos. Cada nível apresenta um conjunto fixo de coelhos com vários efeitos diferentes. Como não podia deixar de ser, muitos são copiados, mas há algumas novidades não muito funcionais, como um que depois de pousado no chão faz uns movimentos como se estivesse a ter um ataque epiléptico destruindo tudo o que estiver à sua volta. Cada nível tem ainda três cenouras que podem ser apanhadas e a classificação obtida no final depende apenas disso.
E não passa muito disto. Não existe qualquer enredo ou opção extra, sendo o jogo apenas composto pelos 150 níveis, que até dão uma longevidade bastante longa, dada a dificuldade presente. O problema é que isto acontece pelas razões erradas, visto que tudo funciona mal, sempre com a sensação que nada está devidamente tratado. É bastante frequente chegar a um nível e perceber aquilo que tem de se fazer, mas perde-se dezenas e dezenas de vezes até conseguir atingir o objectivo. Óbvio que é preciso alguma habilidade e o Angry Birds também depende disso, mas a arbitrariedade introduzida pelo mau funcionamento do jogo aqui é imensamente maior. Não quer dizer que não existam alguns níveis com ideias interessantes, mas claramente isto não é suficiente.Outro sítio onde existem problemas a apontar é em toda a componente técnica. Além de o jogo correr apenas a 30 fps, quando tem um aspecto gráfico mais que suficientemente simples para ter os 60 como objectivo, notam-se falhas bastante estranhas. Quando se atira um coelho, a câmara não é minimamente fluida, dando vários saltos bruscos para o seguir. Em seguida, quando o coelho aterra, não se pode atirar o próximo logo a seguir, porque a criatura fica presa durante uns momentos no chão a fazer gemidos repetitivos (durante um espaço de tempo que pode chegar aos dez segundos) até o jogo compreender que realmente ele já está no chão. Isto não acontece raramente, acontece praticamente em todos os lançamentos.
Para finalizar, toda a componente artística também fica aquém do que poderia ser feito. Por estranha decisão. o grafismo 2D foi trocado por um 3D bastante deslavado e com ar muito simples, que faz o jogo parecer uma demonstração e não um produto final. Além disso, as madeiras, pedras e vidros que constituem as estruturas e os ícones da interface são praticamente copiados, se não iguais, aos de Angry Birds. A banda sonora é apenas constituída por uma música de menu que nos primeiros quinze segundos parece um CD riscado e por um som de fundo bastante forte que muda de capítulo para capítulo e que se nota no momento em que faz o loop. Na maioria dos casos é indiferente, mas no primeiro capítulo é um som de vento forte que simplesmente não deveria estar ali.
Conclusão
Angry Bunnies é uma cópia descarada e completamente vergonhosa de Angry Birds, e só por isso já não deveria ser avaliada de forma positiva. Para tornar o panorama pior, todo o jogo está mal tratado e apenas apresenta alguns (poucos) níveis interessantes. Apesar de mais caro, é preferível comprar o original na 3DS ou descarregá-lo gratuitamente num smartphone. Nada justifica os €7 que se pedem por este jogo.
O melhor
- Alguns níveis fazem um esforço mínimo em ser interessantes
O pior
- Jogabilidade frustrante na generalidade
- Câmara pouco funcional
- Cópia completamente descarada de Angry Birds
- Componente artística fraca
7 de Maio, 2014, 13:25