
ANÁLISE
Crazy Construction
Torre até à Lua.
Por António Branquinho a
Quem tiver como sonho de infância construir um arranhas-céus vai encontrar em Crazy Construction da G-Style a resposta às suas preces, resposta essa disponível na e-Shop da 3DS. O jogador desempenha o papel de capataz da Haruno Construction Company e tem de construir arranha-céus dignos de figurar na livro dos recordes do Guinness. O processo implica algo mais complexo que acartar com baldes de massa e aqui é fundamental empilhar o maior número dos mais variados objectos possíveis em cima de uma plataforma que se encontra no ecrã inferior da 3DS. Assim que se atingir o topo do ecrã, o edifício estará construído.
Esta tarefa é bem mais complicada do que aquilo que aparenta, já que os objectos disponíveis podem ser de todas as formas e feitios possíveis, desde carros, a pianos, passando por bolas de futebol e pirâmides egípcias. Encontra-se um pouco de tudo e para todos os gostos. Quem tentar atingir o topo o mais rapidamente possível vai receber uma pontuação baixa. Ao acumular o máximo de objectos possíveis atinge-se uma melhor pontuação. Esta pontuação é relevante, já que permite reduzir a barra de “nuisance” (que aumenta de cada vez que se deixa cair um objecto para fora da plataforma). A pontuação desta barra mantém-se durante cada grupo de cinco níveis (que devem ser terminados para construir um edifício por completo), quanto mais elevada estiver, mais difícil será a plataforma onde se devem colocar os objectos. Quando se atinge o máximo da barra de “nuisance”, perde-se o jogo e tem que se recomeçar a construção do edifício a partir do início.
Ao todo existem dez edifícios para construir, no nível final de cada edifício tem que se defrontar um boss de uma empresa rival que tenciona destruir a empresa do jogador. Esses bosses accionam poderes variados, como impedir a rotação dos objectos em queda ou aumentar vertiginosamente a velocidade de queda dos objectos. Para além disto, com o avançar do jogo encontram-se mais algumas dificuldades na colocação das peças, como correntes de vento (que desviam as peças), nuvens e pássaros (que fazem a peça cair em queda livre sem controlo, podendo causar uma derrocada na pilha do jogador) ou mesmo buracos negros (que transformam as peças que neles caem numa peça diferente de forma aleatória).
O jogo controla-se da forma como seria de esperar. Pode-se rodar as peças em ambas as direcções usando os botões da 3DS e controlar a sua direcção e velocidade de queda com o analógico ou o D-pad. O D-pad permite uma maior precisão na colocação horizontal das peças, mas o circle pad permite deslocações diagonais e o controlo exacto da velocidade de queda da peça, o que vai levar muitos jogadores a alternar entre os dois. Em ambos os casos, o controlo do jogo é perfeito e responde da forma que se espera. Toda a física das peças que se amontoam está pensada ao pormenor, apesar das suas formas várias e estranhas. Um espaço ínfimo entre as peças pode sempre ser preenchido desde que haja uma peça que se consiga lá encaixar.Em termos sonoros o jogo encontra-se bastante apelativo e muito bem pensado, a banda sonora é digna de ser ouvida e o andamento das músicas aumenta conforme aumenta a barra de “nuisance”. Já no nível gráfico, o jogo apresenta um aspecto de filme de animação em estilo tradicional, que lhe assenta como uma luva.
Onde o jogo peca é mesmo no enredo. Não, o problema nem sequer é o de se estar a construir prédios com barcos e guitarras como material de construção, o problema é estar a construir prédios “em nome da justiça” porque a outra empresa de construção é má, só porque sim (e perto do final do jogo fazem algo realmente malévolo).
Em termos de longevidade, e ao contrário do que o jogo aparenta, ela existe. Este é o tipo de jogo que se joga em intervalos curtos de cada vez, não mais que uma hora, visto que pode tornar-se repetitivo… mas passado pouco tempo já se sente vontade de pegar nele de novo, muito à semelhança do que ocorria no jogo que claramente lhe serviu de inspiração, Tetris.
Conclusão
Em suma, quem procura um jogo de puzzles capaz de entreter, goste de Tetris e de jogos que utilizem alguma física (neste caso gravidade), Crazy Construction será uma opção a ter em conta. Por outro lado, para os jogadores cujo conceito de jogos portáteis não passe por jogos sem level-up e que odeiem Tetris, talvez devam esperar pelo próximo jogo que construa arranha-céus para satisfazer esse sonho de infância.
O melhor
- Banda sonora
- Jogo com formato ideal para uma portátil
O pior
- Pode tornar-se repetitivo
- História completamente descabida