
ANÁLISE
Suspension Railroad Simulator
Em risco de queda.
Por António Branquinho a
A Joindot trouxe à eShop da Wii U o seu Suspension Railroad Simulator, um "jogo" que coloca o jogador no papel de um maquinista de um comboio de suspensão (um híbrido entre um comboio, um monocarril e um teleférico).
Para todos os que já se estão a imaginar a conduzir um comboio com uma vista aérea idílica e onde podem desfrutrar da beleza do cenário enquanto se divertem a realizar a missão de se tornarem excelentes maquinistas, é melhor esquecer, não é certamente em Suspension Railroad Simulator que isso vai acontecer.
Todo o grafismo deste "jogo" aparenta ter saído da década de 1990 e a direcção artística é do mais desinspirada possível. Ainda assim, e e apesar do motor gráfico ter o aspecto de ser compatível com um antigo Pentium 200MMX, consegue a proeza de sofrer de quebras de framerate, de enormes pop-ins (a relva do chão apenas surge quando se está a cerca de um metro de distância) e de ter ecrãs de loading de uma enorme duração. O som é quase inexistente, mas isto algo a que se deve estar grato, já que o pouco que se ouve é de tão pouca qualidade que seria impossível esperar que um aumento da quantidade de efeitos sonoros pudesse trazer qualquer tipo de aumento de qualidade.Após o choque inicial com a apresentação, chega então o choque com o “jogo” propriamente dito. Começa-se numa estação de comboios onde se pode aceder a duas portas: numa sai-se do "jogo", na outra começa-se a jogar depois de se ser teletransportado para dentro de um comboio numa estação. É também possível alterar algumas definições, mas quem não tiver lido as instruções antes de jogar nunca vai perceber que manter a tampa da cafeteira aberta corresponde ao modo normal (com paragens nas estações) e que fechar a cafeteira corresponde ao modo sem eventos no qual se pode acelerar sem parar em lado algum.
Dentro do comboio há um enorme painel de comandos onde metade dos botões não funciona e a outra metade tem funções meramente acessórias e desnecessárias, como por exemplo ligar os limpa pára-brisas. Há ainda uma combinação de botões e alavancas que se utilizam e que servem para pôr o comboio a trabalhar, abrir e fechar as portas e acelerar/travar o comboio.Este "jogo" não tem qualquer tipo de objectivo além de conduzir o comboio de estação em estação, deixando entrar e sair os passageiros sem qualquer tipo de gratificação ou progressão. Se se passar um sinal vermelho (ou seja, não parar numa estação), o comboio desliga-se sozinho e o jogador tem de voltar a ligá-lo e seguir viagem como se nada fosse. Por vezes ocorre o momento mais emocionante do "jogo"… uma das portas do comboio não fecha automaticamente e como aparentemente nestes comboios não há revisores para verificar os fechos das portas, cabe ao maquinista realizar tudo sozinho. Carrega-se então num botão que faz o maquinista sair magicamente da cabine, caminha-se até à porta e carrega-se noutro botão, que é o do fecho manual da porta.
Também se salienta que todos os controlos são maus, quer se opte por utilizar o estilete (por vezes não reconhece correctamente o local onde se está a tocar), quer seja utilizando os botões do GamePad, o que parece ser uma alternativa de recurso colocada à última da hora, já que o mesmo botão tão depressa tem uma função como depois tem outra.
Conclusão
É normal que os jogos de simulação costumem ter menos momentos de prazer e entretenimento para quem não é aficionado da experiência que o jogo tenta reproduzir. Normalmente estes jogos contornam essa situação através da concretização de objectivos que devem ser cumpridos. Mas em Suspension Railroad Simulator isto não acontece e é muito pouco provável que exista alguém que consiga retirar dele um pingo de divertimento. Este é um “jogo” que merece bem as aspas que a palavra levou ao longo da análise, já que é algo a ser evitado a todo o custo.
O melhor
- Não existem
O pior
- Muito aborrecido
- Má programação
- Mau conceito
- Mau grafismo
- Maus controlos
27 de Abril, 2015, 21:16