
ANÁLISE
Zumba Fitness
WII
Por Fábio Pereira a
No ramo do fitness existem mil e uma derivações de modalidades, algumas com diferenças mínimas ajustadas a objectivos específicos. A aeróbica é uma dessas modalidades e certamente que a encontraram em qualquer ginásio da zona. No início dos anos 90 um senhor colombiano, instrutor de aeróbica, improvisou uma aula com base em músicas de salsa e merengue. O sucesso foi tal que depois disso iniciou uma jornada no aperfeiçoamento desta vertente e acabou por criar aquilo que hoje é conhecido como Zumba. Um programa de exercício que mistura dança e coreografias para tornar o esforço, suor e músculos doridos numa actividade divertida. As suas derivações levaram à expansão e chegou aos ouvidos da produtora Pipeworks Software, que assim tratou de trazer a moda aos videojogos. “E que bem que fica na Wii, essa máquina de perder peso”, pensaram eles.

É a festa do mexilhão.
Como qualquer jogo que exija prática de exercício (se é que podem ser considerados jogos na sua essência), também Zumba Fitness traz consigo o devido acessório complementar. Esqueçam tabuleiros para os pés, ou bandas elásticas e detectores de batimentos cardíacos, aqui basta um cinto com um bolso para o Wii Remote. A forma como isto se coloca à cintura é tão básico que nem precisam que o jogo vos explique como se faz e para que vai servir. Aliás, o jogo não explica mesmo, isso seria considerar os jogadores pessoas com sérias dificuldades de aprendizagem. Assim que o ecrã principal surge no ecrã ficamos em dúvida se a televisão não estará em 16:9, de tão esticada que fica a imagem e com barras pretas gigantes a fazer aquela caixa de correio muito famosa em alguns RPG. Uma rápida visita às definições da TV e conclui-se que o jogo é mesmo assim, não dá para alterar a imagem. Continuando.
Os menus são do mais básico que existe. Aproximam-se da qualidade de uma apresentação de PowerPoint. Registado o nosso nome, entramos numa aula de dança na zona dos tutoriais em que seria de esperar que nos ensinassem as nuances da jogabilidade e dos controlos. Mas explicar controlos para quê? Aqui basta amarrar o cinto e partir para a dança. Assim começam logo os exemplos dos primeiros passos básicos de uma dança qualquer entre salsa e reaggaton. Inicialmente ouvíamos boas críticas da instrutora psicadélica, a “parabenzinar” a nossa performance. Conforme acelerava o ritmo e as coisas ganhavam uma rapidez assustadora, era estranho estar ainda a ouvir sinais positivos e a barra de performance a aumentar. Mas isso rapidamente se explica pela nossa cintura. Basta mexer o Wii Remote, seja para que lado for ou quando for, que está sempre tudo a correr muito bem. Ou seja, é fácil perceber que isto mais parece um DVD de aulas de dança do que um software interactivo.

Todos para a esquerda. Agora para a direita. A virar a esquina...
Existe um plano de treino que pode ser ajustado para fazermos sessões diárias, variando entre 20 e 45 minutos de bailarico. As danças são repartidas em fases, por isso devemos obter boa performance numa fase para passamos à seguinte, e depois misturarmos tudo. Os ritmos são variados (salsa, merengue, reggaton, etc.) e os instrutores no ecrã são performers extraordinários, já que se trata da reprodução real dos dançarinos e não de modelos tridimensionais.
Graficamente os instrutores são representados em cores vibrantes que não atrapalham na visualização correcta dos movimentos. Os cenários misturam outras cores para enganar daltónicos e pouca diferença fazem. E numa rápida abordagem à música, que é dos elementos mais importantes do jogo, vão encontrar muita sonoridade perfeita para as festas lá de casa. Ao menos para fazer figuras apalhaçadas isto serve lindamente, enquanto tentam imitar o que vêem no ecrã. E claro que tem modo multijogador para montarem um circo na sala.
Conclusão
Zumba Fitness não vai fazer com que dancem feitos Shakira ou Marco De Camillis, quanto muito ensina-vos a gingar com mais confiança. Se vão transpirar? Para isso vai ser preciso ter uma piscina olímpica cheia de paciência e aguentar a péssima execução em tudo o que poderia fazer disto um jogo, mas se gostarem realmente de dançar, eventualmente vão transpirar, sem qualquer noção de estarem a fazer as coisas bem ou se correm riscos de se lesionarem com tais movimentos. Procurem melhor na prateleira, não deve demorar muito a encontrar melhor proposta que esta. Por mais atraente que seja a capa do jogo.
O melhor
- Música para animar festas
O pior
- Péssimo reconhecimento de movimentos
- Fraquissima apresentação geral
- Poucas indicações
- Fraca interactividade