
ANÁLISE
Gotcha Racing
Corridas ao estilo dos anos 90.
Por Ruben Abreu a
Gotcha Racing é um jogo de corridas com uma perspectiva de cima para baixo e que utiliza os dois ecrãs da 3DS em simultâneo, apresentando um conceito interessante que recria o vício da compra das cápsulas com brindes, muito populares no Japão.
Desenvolvido pela Arc System Works, responsável por Guilty Gear e Blazblue, em Gotcha Racing o jogador constrói os seus carros com base nos materiais que saem nas cápsulas. Estes dividem-se em quatro categorias: o carro, o motor, um jogo de pneus e os acessórios extra, que são facultativos. Os brindes que saem nas cápsulas têm um papel central, pois são determinantes para o sucesso dentro das pistas. Estes podem ser adquiridos através do dinheiro do jogo ou com as moedas de jogo da 3DS. O material que sai nas cápsulas é completamente aleatório, pelo que poderá ser necessário algum tempo até ter os materiais para construir o carro ideal. Quando as cápsulas são compradas com as moedas da 3DS (dez por cada cápsula), têm maior probabilidade de conter um material raro. Como irão sair peças repetidas ou inferiores às que o jogador já tem, existe sempre a possibilidade de as vender ou então combinar duas peças para criar uma melhor. Contudo, este processo acarreta sempre o risco de ambas as peças serem destruídas.
Quanto à jogabilidade dentro das pistas, esta é simples mas divertida. O Circle Pad controla o veículo, o A ou o R aceleram e o B ou L servem para travar e fazer as derrapagens. O objectivo do jogo passa por superar seis classes que contêm várias corridas e um grande prémio que serve como desafio final de cada classe. Uma tarefa que vai levar cerca de oito horas até se vencer o grande prémio da classe A. Apesar do seu aspecto e jogabilidade simples, a construção e personalização dos carros tem uma componente estratégica visto que, por exemplo, em certas pistas com muitas curvas um carro com menos velocidade será mais útil do que um carro demasiado veloz.O som e as músicas são repetitivas e não será de admirar se os jogadores sentirem vontade de reduzir o volume de som quando o jogo atingir a sua primeira ou segunda hora. Os gráficos são simples e coloridos, sem qualquer efeito 3D. Gotcha Racing parece não ter sido desenvolvido a pensar em algumas das capacidades da 3DS, visto que não existe qualquer controlo através do toque no ecrã inferior da consola. Já o tempo com que as pistas demoram a ser concluídas, entre um e três minutos, e a sua mecânica que envolve a compra das cápsulas através dos créditos ganhos nas corridas tornam-no ideal para ser jogado numa consola portátil.
Para além do modo principal, é oferecido um modo “time-attack” e uma funcionalidade com o “street pass” que permite correr contra os fantasmas de jogadores que passem (fisicamente) por perto. Com 12 pistas e sem modo online, Gotcha Racing consegue ter uma boa longevidade, sobretudo pela necessidade constante de ganhar créditos para comprar cápsulas e conseguir avançar melhorando os carros. É uma tarefa quase impossível vencer a IA quando esta tem carros mais avançados, pelo que é necessária a repetição de corridas mais acessíveis para obter créditos e comprar mais cápsulas que podem conter peças raras e boas.
Conclusão
Gotcha Racing tem uma jogabilidade interessante e que agradará sobretudo aos fãs do género. A necessidade de repetir constantemente as corridas já vencidas e de ter sorte no que sai nas cápsulas impede-o de ser recomendável para quem procura um jogo de corridas mais acessível ou com mais dependência na habilidade do jogador do que no equipamento.
O melhor
- Fluidez e controlo dos veículos
- Longo e viciante ao entrar na mecânica do jogo
- Pode ser jogado em sessões curtas
O pior
- Progressão lenta, difícil e muito dependente do factor sorte
- Ausência de um verdadeiro modo multijogador
- Som