
ANÁLISE
Klonoa
Percorrer Phantomile.
Por Nuno Nêveda a
Fala-se que a Nintendo Wii tem cada vez mais ports e remakes adaptados ao Wii Remote mas quando a Namco Bandai anunciou que estava a produzir o remake de Klonoa: Door to Phantomile, fui dos primeiros a aplaudir. Não é todos os dias que podemos “deitar as mãos” a um jogo de culto de meio da década de 90. Há 12 anos, quando os videojogos entravam no glorioso mundo do grafismo 3D, surgiu um jogo colorido e com a personagem principal com aspecto carinhoso que juntava a acção típica de jogos 2d, com o ambiente da nova era que estava a nascer. E usando o potencial da PlayStation foi criado um misto de jogabilidade tradicional dos jogos de plataformas das 16 bits e as novas capacidades de renderizar cenários e personagens.
Este jogo foi muito apreciado na altura por diversos jogadores mas infelizmente ignorado por grande parte do público, tendo ficado na sombra dos grandes nomes da altura – Sonic, Mario e Crash Bandicoot. Por isso este remake é uma oportunidade para muitos jogadores poderem experimentar as qualidades de Klonoa mas será que este jogo de culto passou com distinção ao teste do tempo? Posso dizer que sim e bendita a hora que a Namco Bandai se lembrou de recuperar Klonoa.
À primeira vista o ar colorido pode insinuar que estamos perante um jogo infantil e poderá afastar aqueles que se dizem “hardcore” gamers mas no fundo Klonoa sempre foi um jogo devidamente apreciado pelos apaixonados pela era dourada dos jogos de plataformas.Basicamente Klonoa é um pequeno e jovem herói que atravessa um mundo chamado de Phantomile, uma terra fundada nos sonhos dos seus habitantes, e que agora foi sitiada por mal desconhecido. A viagem de Klonoa decorre através de múltiplos mundos com o objectivo de salvar os seus amigos e a sua terra natal. Ao longo da sua aventura, Klonoa é ajudado pelo seu amigo Hewpoe - um espírito benevolente que reside no anel de Klonoa. Este anel dispara a Wind Bullet que é um poder que dá a capacidade de agarrar e manipular os seus inimigos no ar, ganhando vantagem em alcançar determinadas plataformas. Este remake não foge da fórmula do original e volta a misturar acção dos típicos jogos de plataformas 2D e os ambientes 3D. Mas desta vez as personagens estão construídas totalmente em modelos tridimensionais e nota-se um excelente trabalho na optimização e evolução do grafismo. No seu todo, Klonoa é um dos jogos com um visual mais vibrante e colorido que passou pela minha Nintendo Wii. E junta-se a isso a fluidez da acção que se mantém nos 60fps, o que é sempre de se louvar.
Se o visual merece uma nota de destaque, em relação à jogabilidade a coisa também corre pelo melhor. Existe um vasto leque de opções de controlo, que se adaptam a qualquer jogador. Por exemplo, é possível usar a combinação Wii Remote+Nunchuk. Neste caso com um movimento do Wii Remote, Klonoa pode arremessar os inimigos capturados para destruir obstáculos no seu caminho, bem como outros adversários. Klonoa também pode usar os inimigos como trampolim para chegar a locais inacessíveis ou para saltar fossos largos. O Nunchuk para além de controlar os movimentos da personagem, serve para que Klonoa use o remoinho de vento para atrasar os adversários. A jogabilidade acaba por ser intuitiva e fiel ao original. Para facilitar a tarefa e aproximar ainda mais da experiência do original, é possível escolher outros esquemas de controlo, como usar o Wii Remote na horizontal, o comando Clássico e ainda o comando da Game Cube. Basicamente temos opções para todos os gostos.No campo sonoro a adição de vozes em inglês foi mal conseguida, parecendo deslocada da qualidade geral do jogo. Mas felizmente existe a opção de mudar para a vocalização Phantomile do jogo original. As músicas continuam interessantes como sempre e os efeitos sonoros são os adequados. O ponto fraco de jogo e que se lamenta é a sua longevidade demasiado curta, pois os cerca de 15 níveis acabam entre quatro a cinco horas de jogo. São horas bem passadas e divertidas mas sabem a pouco. E salvo raras excepções, é um jogo relativamente acessível. Contudo foram adicionados modos desbloqueáveis para aumentar a vontade de repetir Klonoa. Assim quando se acaba a aventura, é desbloqueado um modo de espelho que permite jogar numa nova perspectiva. Também são desbloqueados alguns time trials. Desse modo é um pouco amenizada a fraca longevidade.
Conclusão
Em jeito de conclusão, saliento que os fãs de Klonoa e do género de plataformas vão gostar deste jogo e dessa forma devem comprar Klonoa pois é um óptimo regresso de um clássico de plataformas. É um jogo de plataformas puro e simples que nos lembra o melhor da era dourada do género e que reforça a ideia que os videojogos servem sobretudo para divertir. A nota final sofre com a longevidade, mas o grafismo do melhor que existe na Nintendo Wii, jogabilidade que tão bem se adapta à mistura da acção 2D com ambientes 3D, tornam Klonoa num título obrigatório para quem realmente gosta de jogar. Um regresso marcado pelo sucesso e que não devem deixar escapar.
O melhor
- Grafismo melhorado
- Regresso de um clássico
- Boa mistura de 2D com 3D
O pior
- Longevidade reduzida