
ANÁLISE
Polarium Advance
Por Pedro Meleiro a
Lançado originalmente para a DS em 2005, com produção a cargo da Mitchell Corporation, Polarium foi refeito com novos níveis e modos de jogo adicionais e lançado um ano mais tarde no GBA, que então se encontrava no fim de vida. Lançar versões melhoradas de jogos em consolas antecessoras não é propriamente umas das "jogadas" mais populares na indústria dos videojogos, mas quem aprecia um conceito puzzle simples e viciante certamente não tem razões de queixa, ou não fosse Polarium mais uma prova de que a criatividade não tem preço. Mas estará Polarium Advance à altura do seu antecessor?


Visualmente limpo, simples e funcional.
O conceito em Polarium Advance é o mesmo da versão original DS: tendo por base um tabuleiro com blocos de duas cores possíveis, o objectivo passa por, numa única jogada, seleccionar um conjunto de blocos, invertendo a sua cor actual por forma a originar linhas horizontais de blocos da mesma cor. Formando este tipo de emparelhamento horizontal em todas as linhas de blocos do tabuleiro, estes desaparecem para dar lugar a mais um nível solucionado. Embora confuso de explicar, na prática revela-se até bastante simples e pode tornar-se bem desafiante se acrescentarmos ainda que cada bloco só pode ser percorrido uma única vez e a selecção dos mesmos tem de ser feita entre blocos vizinhos.
Polarium Advance encontra-se dividido em três modos: Stage, que inclui Daily Polarium e Edit, Time Attack e Training.
Daily Polarium é composto por um total de 365 níveis à espera para serem resolvidos, embora inicialmente apenas alguns estão desbloqueados. Os puzzles prometem entreter o jogador por algum tempo até ter tudo concluído, com um grau de dificuldade que vai subindo gradualmente, mas não contem que demore um ano como o título faz crer. Isto porque não é qualquer um que se fica apenas por um nível por dia, tal é a familiar sensação de resolver "só mais um".
É também possível criar e gravar os nossos próprios níveis de forma bastante simples e intuitiva com recurso ao Edit. É uma ferramenta que brinda as mentes mais criativas com algumas horas extra de Polarium, ainda para mais dada a simplicidade no manuseamento da mesma, mas acaba por perder parte do interesse pela inexistência de uma opção que permita enviar e receber níveis de outros jogadores através do cabo de ligação ou do adaptador wireless disponíveis.


Com um modo tutorial, Polarium Advance revela-se muito receptivo ao público casual...
No modo Time Attack, como o próprio nome indica, teremos de completar um conjunto de níveis num tempo limite, nas dificuldades Easy ou Hard. Sem qualquer novidade para além do que seria de prever, vale principalmente pelo desafio em estabelecer novos recordes nas leaderboards disponíveis.
Finalmente, o modo Training não passa de um tutorial bem estruturado a explicar todo o conceito de jogo. Embora exemplar naquilo a que se propõe, acaba por se tornar um pouco obsoleto, já que toda a mecânica de Polariumrapidamente se deduz jogando apenas os primeiros níveis. Um modo de jogo alternativo teria sido uma melhor adição.
Na componente técnica pouco ou nada há a dizer sobre Polarium Advance, já que este acaba por ser apenas funcional e competente, tanto a nível sonoro quanto visual. O que não é necessariamente mau, se considerarmos que algumas produtoras optam por mostrar aos jogadores a sua capacidade em criar temas que nos fazem desligar o som em tempo recorde, ou nos apresentam um grafismo desagradável e pouco funcional, numa tentativa de diferenciação que acaba por sair furada.


...mas nem tudo é assim tão fácil.
O tempo que Polarium Advance vai permanecer na vossa consola dependerá não só do vosso interesse em jogos puzzle, mas principalmente do conceito deste em específico. Isto porque Polarium Advance é apenas e só uma coisa: puzzles com fartura! Não há modos de jogo alternativos, nem variantes curiosas da fórmula, nem grandes novidades a longo prazo, nem muito para desbloquear, e muito menos interacção com outros jogadores. É uma experiência que vale essencialmente pelo que ela representa em cada pessoa e, portanto, o seu replay value acaba por depender disso mesmo. No entanto, é notório que podia ter havido um maior empenho por parte da Mitchell Corporation em reinventar Polarium para tornar este Advance numa experiência mais completa e variada.
Conclusão
Embora não goze da genialidade de alguns conceitos presentes em jogos de puzzles mais actuais, Polarium Advance consegue ser divertido e proporcionar bons momentos que desafiam a vossa capacidade de raciocínio. Pode não agradar a todos, principalmente por carecer de diversidade de modos de jogo, mas pode ser facilmente encontrado a um preço simpático no mercado online, por isso, nada como dar-lhe uma oportunidade caso sejam adeptos do género.
O melhor
- Ainda existem jogos simples e viciantes
- Não é apenas um port da versão DS
- Editor de níveis é uma boa opção...
O pior
- ...mal aproveitada devido à inexistência de conectividade com outros jogadores
- Poucos modos de jogo