
ANÁLISE
Eat!Fat!Fight!
Por Fábio Pereira a


Um jogo de peso.
Eat!Fat!Fight! é uma espécie de Tamagotchi de lutadores anafados. Primeiro criamos a personagem com base num número limitado de opções. Escolhemos nome, género, cor do cabelo, tom de pele, a cor da mawashi (vulgo cueca de combate) e nacionalidade. Em seguida respondemos a diversas questões que decidem as estatísticas base do lutador. Depois é só seguir um plano de treinos criado por nós, de forma a melhorar os atributos da personagem e arrasar com a competição. O objectivo é percorrer todos os torneios organizados em diferentes cidades japonesas e do mundo.
Para tornar o nosso lutador mais forte temos de treinar todos os dias, através de um número reduzido de minijogos: Chanko, Stomping, Tsuppari, e Sparring. Um deles envolve encher a pança e os outros em treinar a resistência física. Esta fase antecede sempre uma mão cheia de combates, por isso convém prepararem-se bem antes de entrar na arena. A dificuldade está em gerir o treino. Comer muito gera aumento de peso e ganho de energia, mas reduz outros atributos. Tal como treinar o Tsuppari reduz a massa gorda, mas aumenta velocidade e destreza. Podem apenas participar num minijogo por treino, antes de cada combate. A evolução faz-se passo a passo.


Comer, treinar, lutar, comer, treinar, lutar...
À primeira vista o Chanko parece um típico puzzle. De um lado, três ingredientes com cores diferentes, e do outro, uma grande caixa onde caem peças com esses mesmos ingredientes. Quando misturados os três surge uma taça cheia de comida para o nosso lutador. Quanto maior o número de ingredientes, mais peso conseguimos ganhar. No final são calculadas a quantidade de calorias, o peso que ganharam e o volume de barriga. Esta particularidade é cativante, pois ver o nosso lutador a engordar passa a sensação de estarmos a ficar realmente mais fortes. Stomping é um minijogo de equilíbrio. Com o Wiimote na horizontal temos de equilibrar o nosso lutador, inclinando o comando na direcção oposta à inclinação do cenário, e no momento certo carregar para plantar o pé no soalho e aumentar a nossa resistência de impacto. Tsuppari é o nome dado à "chapada sumo". Os jogadores de Street Fighter lembram-se certamente do famoso ataque de E. Honda. Com a mão aberta empurra-se o adversário com vários golpes. Este é um minijogo que requer sentido de ritmo, e muito. Os barris saltam até nós, cada um numerado, e temos de carregar no respectivo botão no momento certo. Preparem-se para levar com os barris todos na cara, porque o tempo é muito apertado! Por último, Sparring é basicamente uma luta de treino, igual às que experimentamos nos torneios.
Como já foi dito, apenas podemos participar num treino antes de entrar no torneio. As fases do torneio estão divididas em três grupos de cinco combates cada um. Para subirem de escalão e ganhar cada competição precisam de um certo número de vitórias, indicadas no início da competição e após o final de cada fase. E é aqui que se desenrolam os combates, em pequenas arenas 3D, com os lutadores também a três dimensões. Por contraste, cenários e público assentam num estilo de desenho 2D, mas com uma qualidade bem agradável. Visualmente, Eat!Fat!Fight! é simples e competente, sem nos brindar com grandes efeitos. O mesmo não se pode dizer de um som medíocre e repetitivo, que insiste em acompanhar-nos, seja nas provas, seja nos menus.


A força descomunal pode trazer resultados interessantes.
Os lutadores iniciam em pose de partida, e uma barra começa a subir e a descer. O lema aqui é “quanto maior estiver, melhor”. Assim que carregarem, o lutador sai disparado contra o adversário e é um momento decisivo para ganhar vantagem de imediato no combate. Para empurrar com chapadas usamos o botão 2, e para agarrar, botão 1. Conforme a direcção em que estivermos a segurar, quando os lutadores estão agarrados, é executado um golpe diferente. De modo a superar o adversário temos de manter a barra cheia e isso envolve metralhar os botões ao máximo para conseguirmos agarrar um adversário com sucesso. Embora existam várias tácticas de ataque e contra-ataque, o facto é que os combates baseiam-se muito em esmagar freneticamente os botões. Com pouca a nenhuma estratégia, aquele que deveria ser o ponto mais forte não apresenta argumentos cativantes.
Conclusão
Eat!Fat!Fight! serve um prato cheio de opções mas com pouco condimento. A curto/médio prazo torna-se repetitivo e as modalidades perdem encanto. A Tecmo engendrou algo simples que se foca num desporto pouco conhecido no ocidente, e que atrai por isso, no entanto falha repetindo em demasia as mesmas tarefas e pela falta de objectivos distintos. A ter só para pequenas sessões de jogo.
O melhor
- Engordar o nosso lutador
- Grafismo simpático
O pior
- Rapidamente se torna repetitivo
- Falta de profundidade nos combates