
ANTEVISÃO
The Legend of Zelda: Breath of the Wild
Primeiras impressões.
Por João Duarte a
Este é um grande momento para a Nintendo. Um momento que pode mudar a maneira como os jogadores vêem os seus jogos e o hardware. Depois da Wii U não ter tido o sucesso comercial que a Nintendo esperou, as suas maiores armas vão chegar em 2017: a NX, que tem um enorme potencial e pode mudar a maneira como se pensa sobre consolas de videojogos, e o novo jogo de uma das maiores séries da Nintendo - The Legend of Zelda: Breath of the Wild.
O principal objectivo de Eiji Aonuma com este jogo é redefinir a fórmula da série. O mesmo foi dito por Reggie Fils-Aime, um formato inteiramente novo para um jogo Zelda. E isto é exatamente aquilo que Zelda mais precisava, pois embora a última entrada na série tenha sido bem recebida pela crítica, muitos fãs dedicados ficaram desiludidos. Está assim na altura de relançar Zelda com um golpe de mestre – e este pode muito bem ser o jogo capaz de o fazer.
Mas uma coisa é certa, isto continua a ser um jogo Zelda. Joga-se com Link, num mundo enorme com inúmeros segredos e tesouros para encontrar. O combate continua fiel às mecânicas que foram evoluindo desde Ocarina of Time, com muitos dos mesmos conceitos e habilidades. Alguns dos itens clássicos da série voltaram, como as bombas e o paraglider (equivalente à Deku Leaf, no Wind Waker). O mundo em si contém também vários elementos que são verdadeiras referências a outros títulos, como a direcção artística inspirada em Skyward Sword e uma certa terminologia muito familiar. O jogo é muito diferente, especialmente em comparação aos outros Zelda em 3D mas continua a sentir-se familiar e a encaixar na série que nem uma luva.Até se pode chamar a Breath of the Wild um sucessor espiritual do primeiro Zelda para a NES, pois usa o mesmo conceito base – aqui está o mundo, agora vai. Parece mesmo uma versão moderna do jogo de 1986, mesmo espírito mas corpo diferente e mais desenvolvido. A exploração neste jogo é imersiva ao ponto que a pequena porção do mapa que estava disponível nas demos conseguia transmitir a impressão de ser enorme e rica. Era possível perder-se nos locais e ficar horas e horas à procura de coisas para fazer, tesouros para encontrar e novos caminhos para descobrir. A falta de música enquanto se anda no mundo foi uma excelente decisão, dando muito mais ênfase à interacção com o som ambiente à volta de Link. Baseando-se apenas numa pequena porção explorada na versão de apresentação do jogo, é inegável que o mundo em Breath of the Wild é riquíssimo em vida.
Talvez a mudança mais notável seja o elemento de sobrevivência. Não é tão drástico como noutros jogos deste género, onde é preciso sempre ter cuidado com o bem-estar da personagem para sobreviver mas consegue-se notar muita influência. É preciso encontrar comida para recuperar vida, são necessários recursos e materiais para outros propósitos. Pode-se também cozinhar, usando várias combinações de comida e recursos improvisadas pelo jogador para obter resultados diferentes. É mesmo essencial apanhar armas para o jogador se defender, pois embora o mundo seja belo, também tem os seus inúmeros perigos.O combate é como uma evolução do que foi introduzido em Ocarina of Time. Traz de volta alguns conceitos de Skyward Sword, como a barra de energia, durabilidade e o “shield parry”. Há também novas adições, como um analógico dedicado ao controlo da câmara, um botão para saltar manualmente e a possibilidade de passar de forma oculta, que conferem logo uma outra dinâmica. Embora não pareça nada de novo à primeira, a verdade é que o maior número de opções e acções contribuem para que o combate se sinta mais envolvente. Os inimigos estão desenhados de acordo com isto, pois há várias maneiras de lidar com eles, tanto individualmente como em grupos. O jogo recompensa a inteligência e improviso do jogador, o único problema sendo a inteligência artificial dos inimigos, que continua muito fraca.
Este sim, é o jogo Zelda com que todos têm sonhado. Tem o potencial para reinventar a série, tal como Ocarina of Time fez em 1998. Ainda tem muito espaço para melhorar até ao dia de lançamento, como a performance inconsistente e a inteligência artificial fraca mas verdade seja dita que mesmo com isto tudo, o jogo em si já é fenomenal. Trouxe de volta aquela sensação de pura aventura do original que se foi perdendo com a transição para 3D. The Legend of Zelda: Breath of the Wild é o maior trunfo da Nintendo em jogos e do pouco que se viu e jogou tem todo o aspecto de ser um grande jogo.