
ARTIGO
Antevisões Wii U 2016
Um olhar sobre alguns (poucos) futuros jogos Wii U.
Por FNintendo a
A convite da Nintendo Portugal, o FNintendo teve acesso às demonstrações de alguns jogos que estiveram presentes na E3 2016 e que serão lançados nos próximos meses para a Wii U.
Ficámos a conhecer melhor títulos como os projectos indie Axiom Verge e Severed e o imensamente aguardado The Legend of Zelda: Breath of the Wild.
Axiom Verge
Apesar da Nintendo não tocar na série Metroid em 2D há mais de uma década, dentro do estilo indie têm surgido nos últimos anos várias ofertas de grande qualidade.
Axiom Verge é praticamente um Metroid 2D no seu mais puro estado. O jogador começa totalmente despido de habilidades mas rapidamente encontra uma arma capaz de disparar. A partir deste ponto vai explorando um mundo onde vários caminhos se encontram bloqueados, à procura de habilidades que o permitem progredir e aceder a novas áreas.
Apesar de uma componente sonora e gráfica algo estranha, Axiom Verge apresenta uma jogabilidade bastante apurada e muito interessante. Axiom Verge já se encontra disponível noutras plataformas e tendo em conta o jogo completo lá presente e comparando com o que foi experimentado na Wii U, é um título obrigatório para todos os fãs de Metroid quando for lançado antes do final de 2016.
Severed
Os fãs dos videojogos por vezes sonham com a fusão de dois jogos de forma a tirar partido das melhores qualidades de cada um deles, mas nenhum terá pensado numa junção entre Fruit Ninja e um jogo de masmorras, a combinação estranha que se encontra em Severed.
Essencialmente trata-se de um RPG de masmorras cujas batalhas são em tempo real e onde os ataques são feitos com movimentos deslizantes de forma a simular um corte. Se em termos de masmorras pouco se pode avaliar sobre a sua complexidade e interacção, já o combate é bastante simples com apenas uma mecânica de riposta a conferir mais profundidade, optando por se focar nos vários encontros com os inimigos. Mesmo que as batalhas iniciais sejam pouco trabalhadas, o boss que foi possível enfrentar demonstra o potencial que o jogo pode ter. Não podiam era faltar os elementos RPG, contando com um sistema de melhoramento das habilidades baseado em itens apanhados dos monstros derrotados. Estes só podem ser apanhados se os monstros forem desmembrados, o que só é possível activando um modo especial que requer que o jogador esteja nessa batalha sem sofrer danos e a fazer uma sequência seguida de ataques.
A apresentação é a esperada de um jogo indie, com um grafismo 2D de cores sólidas que assenta numa direcção artística estranha mas que encaixa perfeitamente na temática desejada.
Se Severed conseguir alavancar o potencial que as batalhas têm para o resto do jogo e a isto aliar um bom desenho de masmorras e uma narrativa intrigante, tem todas as condições para se tornar em mais um grande título nas eShops da Wii U e 3DS.
The Legend of Zelda: Breath of the Wild
O principal objectivo de Eiji Aonuma com este jogo é redefinir a fórmula da série. O mesmo foi dito por Reggie Fils-Aime, um formato inteiramente novo para um jogo Zelda. E isto é exatamente aquilo que Zelda mais precisava, pois embora a última entrada na série tenha sido bem recebida pela crítica, muitos fãs dedicados ficaram desiludidos. Está assim na altura de relançar Zelda com um golpe de mestre – e este pode muito bem ser o jogo capaz de o fazer.
Mas uma coisa é certa, isto continua a ser um jogo Zelda. Joga-se com Link, num mundo enorme com inúmeros segredos e tesouros para encontrar. O combate continua fiel às mecânicas que foram evoluindo desde Ocarina of Time, com muitos dos mesmos conceitos e habilidades. Alguns dos itens clássicos da série voltaram, como as bombas e o paraglider (equivalente à Deku Leaf, no Wind Waker). O mundo em si contém também vários elementos que são verdadeiras referências a outros títulos, como a direcção artística inspirada em Skyward Sword e uma certa terminologia muito familiar. O jogo é muito diferente, especialmente em comparação aos outros Zelda em 3D mas continua a sentir-se familiar e a encaixar na série que nem uma luva.
Até se pode chamar a Breath of the Wild um sucessor espiritual do primeiro Zelda para a NES, pois usa o mesmo conceito base – aqui está o mundo, agora vai. Parece mesmo uma versão moderna do jogo de 1986, mesmo espírito mas corpo diferente e mais desenvolvido. A exploração neste jogo é imersiva ao ponto que a pequena porção do mapa que estava disponível nas demos conseguia transmitir a impressão de ser enorme e rica. Era possível perder-se nos locais e ficar horas e horas à procura de coisas para fazer, tesouros para encontrar e novos caminhos para descobrir. A falta de música enquanto se anda no mundo foi uma excelente decisão, dando muito mais ênfase à interacção com o som ambiente à volta de Link. Baseando-se apenas numa pequena porção explorada na versão de apresentação do jogo, é inegável que o mundo em Breath of the Wild é riquíssimo em vida.
Talvez a mudança mais notável seja o elemento de sobrevivência. Não é tão drástico como noutros jogos deste género, onde é preciso sempre ter cuidado com o bem-estar da personagem para sobreviver mas consegue-se notar muita influência. É preciso encontrar comida para recuperar vida, são necessários recursos e materiais para outros propósitos. Pode-se também cozinhar, usando várias combinações de comida e recursos improvisadas pelo jogador para obter resultados diferentes. É mesmo essencial apanhar armas para o jogador se defender, pois embora o mundo seja belo, também tem os seus inúmeros perigos.
O combate é como uma evolução do que foi introduzido em Ocarina of Time. Traz de volta alguns conceitos de Skyward Sword, como a barra de energia, durabilidade e o “shield parry”. Há também novas adições, como um analógico dedicado ao controlo da câmara, um botão para saltar manualmente e a possibilidade de passar de forma oculta, que conferem logo uma outra dinâmica. Embora não pareça nada de novo à primeira, a verdade é que o maior número de opções e acções contribuem para que o combate se sinta mais envolvente. Os inimigos estão desenhados de acordo com isto, pois há várias maneiras de lidar com eles, tanto individualmente como em grupos. O jogo recompensa a inteligência e improviso do jogador, o único problema sendo a inteligência artificial dos inimigos, que continua muito fraca.
Este sim, é o jogo Zelda com que todos têm sonhado. Tem o potencial para reinventar a série, tal como Ocarina of Time fez em 1998. Ainda tem muito espaço para melhorar até ao dia de lançamento, como a performance inconsistente e a inteligência artificial fraca mas verdade seja dita que mesmo com isto tudo, o jogo em si já é fenomenal. Trouxe de volta aquela sensação de pura aventura do original que se foi perdendo com a transição para 3D. The Legend of Zelda: Breath of the Wild é o maior trunfo da Nintendo em jogos e do pouco que se viu e jogou tem todo o aspecto de ser um grande jogo.