
ANÁLISE
Super Mario World
Uma aventura na ilha de Yoshi!
Por João Dias a
Super Mario World é um jogo com um peso particularmente importante. Não que isso seja novidade para qualquer jogo da série Super Mario, claro, é mesmo impossível apontar qual dos seus jogos foi o mais importante, mas o quarto jogo da série assumiu uma responsabilidade que até então nunca tinha recaído sobre nenhum outro jogo da mesma linha.
Desenvolvido para ser o jogo de lançamento do Super Nintendo em 1990, Super Mario World tinha de ser a sequela de Super Mario 3 [o que só por si já seria uma tarefa quase impossível, visto que Super Mario 3 ainda hoje é o jogo que mais unidades vendeu a título individual, com 18 milhões vendidos em todo o Mundo] e o verdadeiro jogo de bandeira do Super Nintendo, algo que mostrasse ao público o que era o novo sistema de 16-bits da Nintendo e que encarnasse aquilo que a Nintendo afirmava. A concorrência estava em vantagem – NEC e SEGA lançaram os seus sistemas de 16-bits em 1987 e 1988 – e para a Nintendo era vital dar uma razão incontornável ao público para continuar a seguir a marca de Mario – a alternativa era afundar-se no passado e ter um destino semelhante ao da Atari.Super Mario World acabaria por se tornar uma obra de culto e um dos jogos de maior sucesso de todos os tempos – pelos seus próprios méritos, diga-se. Contrariamente à fórmula clássica de criar sequelas, que consiste em ligeiras melhorias técnicas e algumas [poucas] alterações a um ambiente já conhecido e familiar do público, Super Mario World não é de forma alguma mais do mesmo. Super Mario World vai muito além da sequela de Super Mario 3 e extendê-lo além da simples continuação do êxito dos 8-bits mostrou ser um grande risco tomado por Miyamoto durante o seu desenvolvimento – afinal, se Super Mario 3 vendeu 18 milhões e é um dos jogos mais apreciados pelo público, porque razão se vai alterar uma fórmula consagrada? Talvez porque o génio humano é imprevisível e não fosse Miyamoto o criativo que é, Super Mario World nunca teria sido o jogo que foi – e que ainda é jogado por milhões em todo o Mundo.
A Nintendo tinha dado um autêntico salto no hardware, do NES de 8-bits para o Super Nintendo de 16-bits, Super Mario World iria assumir esse mesmo salto no plano do software, daí que seja considerado como a bandeira dos 16-bits, se há um jogo que representa aquilo que o Super Nintendo pretende ser, esse jogo é Super Mario World.Indo muito além da estrutura algo linear [mas relativa] que conhecemos em Super Mario 3, Super Mario World tornou a exploração em algo muito mais dinâmico. Desta vez, temos um verdadeiro mapa-mundi, que nos permite ver todos os pontos, saber o que vem a seguir e voltar a visitar os níveis já ultrapassados. Muito importante foi também a introdução de níveis com mais do que uma saída e a possibilidade de gravarmos o nosso percurso, vital para aproveitarmos a obra e uma indicação de que no Super Nintendo, a experiência vivida pelo jogador não era algo que acabava com o desligar da consola.
A criatividade da equipa por detrás de Super Mario World abriu caminho a uma nova forma de encarar os níveis que compõem a Dinosaur Island, o espaço onde se localiza Super Mario World – continuamos a ter de chegar ao final sem perder demasiado tempo, mas desta vez temos novas formas de o fazer, novos inimigos pelo caminho, mais difíceis e mais imprevisíveis, bem como percursos que não são aparentes à primeira, nem à segunda vez. A introdução de Yoshi mostrou ser uma acção brilhante – não se tratou apenas de um novo companheiro, um sidekick se preferirem, para Mario, mas uma personagem vital na exploração dos níveis, sem o qual é impossível completar o jogo na sua totalidade, e aqui os jogadores têm que tirar o chapéu a Miyamoto. Entre todas as personagens acrescentadas à série Super Mario desde o primeiro título, Yoshi é a mais importante.A fluidez de Super Mario World é outro aspecto que o torna num título capaz de sobressair dos demais. Não só temos perante nós um jogo criativo e dinâmico, como ainda temos um sistema de controlo virtualmente perfeito – que eu arrisco dizer que funciona melhor do que o de Super Mario 3 devido à excelência do comando do Super Nintendo – e que torna a exploração das suas dezenas de níveis em algo perfeitamente acessível e suficientemente desafiante para todos os jogadores. A incorporação dos movimentos de voo e de rodopio, bem como o controlo de Yoshi, é feita com naturalidade por parte do jogador e uma vez aprendidos, os movimentos de Mario em formato 16-bits são assimilados de forma imediata pelo jogador.
Conclusão
Passados quase dezoito anos sobre o seu lançamento, Super Mario World não se limita a ser um dos jogos mais apreciados da série Super Mario – é um dos jogos mais adorados da história dos jogos de vídeo e, tal como muitos dos seus colegas da geração de 16-bits, um que dificilmente será esquecido. Super Mario World conseguiu assim ir muito além do que se pretendia – é uma sequela digna de Super Mario 3? Sim. É uma bandeira do Super Nintendo e demonstra o que a Nintendo queria fazer com o seu sistema de 16-bits? Sim. É um elemento essencial da série Super Mario? Sim. Finalmente: é a melhor matriz possível para um jogo de plataformas a duas dimensões? Sem dúvida nenhuma.
O melhor
- A vastidão, a diversidade e a riqueza do mundo em que se desenrola o jogo
- Uma experiência interminável, Super Mario World continua a ser um jogo incontornável
29 de Dezembro, 2012, 14:29
Sem duvida alguma um dos melhores jogos alguma vez concebidos e provavelmente o melhor jogo de plataformas de sempre. É um hino aos videojogos que tive o prazer de jogar e completar por mais do que uma vez.
Quem não teve a oportunidade de o jogar que faça o favor de ir à Consola Virtual da Wii e comprar o jogo, vale muito a pena!