
ANÁLISE
Create
Por CoolMaster a

Imensos objectos e utilitários para criar mundos diversos.
Create é um bastante directo, não havendo qualquer história envolvida ou personagens para interagir. É apresentado inicialmente um tutorial básico mas suficiente e que coloca logo o jogador nos níveis do jogo.
A estrutura dos níveis é simples. Cada um contém 10 desafios e a possibilidade de criar um mundo ao nosso gosto utilizando as ferramentas do jogo. À querida que avançamos somos galardoados com novos objectos que podem ser usados em alguns desafios ou na criação de mundos. Infelizmente a parte da criação é pouco interessante ou recompensadora, já que não existe um verdadeiro propósito de criar mundos a não ser ganhar pontos. O problema é que são tão poucos que mais vale completar os desafios.
Existem alguns tipos de desafios, uns com o objectivo de fazer chegar um objecto a outro local, outros que juntam pontos e multiplicadores, sendo o jogador galardoado com pontos consoante a sua prestação. Sempre que se concluí um desafio, outro é desbloqueado e assim temos acesso a mais objectos para usar no processo de criação. Infelizmente a base dos desafios é igual para todo o jogo, existindo apenas algumas variações, como usar o menor número de objectos possíveis.
A resolução dos desafios passa por criar mecanismos com as ferramentas, como por exemplo lançar uma bola para bater numa máquina de torradas de forma a acertar a torrada num prato. Todos estes desafios funcionam sob uma perspectiva de física realista e bastante consistente, pelo que muitas vezes o jogador está apenas a fazer ajustes de forma a conseguir progredir. Infelizmente na maior parte dos níveis temos que usar objectos pré-definidos e não aqueles que desbloqueamos, tornando a resolução deles mais directa, porém não menos fácil nos níveis mais avançados.
Cada nível é desbloqueado mediante um número de pontos que o jogador atinja, e assim é possível avançar para outros estágios sem concluir todos os desafios na perfeição de níveis anteriores. No entanto é essencial obter pelo menos 80% dos pontos em cada nível para desbloquear os seguintes. Conseguir tal proeza é simples nos primeiros dois ou três mundos, a partir daí torna-se mais complicado. Isto apenas representa a dificuldade crescente de puzzle em puzzle, seguramente positivo para quem gosta deste género.

A imaginação é o limite para resolver os desafios.
Os controlos por norma funcionam bem, embora seja complicado trabalhar em objectos que foram "colados", já que os seus comportamentos são por vezes imprevisíveis. Deveria haver um sistema mais simples de o fazer, pois mover objectos de forma individual é fácil. Existem também alguns problemas no controlo da câmara que são facilmente ultrapassáveis (e escusados). Tirando estes dois problemas, Create é acessível e permite várias abordagens à resolução dos problemas, o que joga a seu favor.
A nível gráfico é bastante simples, ainda que com imensos objectos e cores disponíveis a enfeitar cada nível. Seja como for, neste tipo de jogos o que se pede é uma mecânica funcional e limpa, pelo que o simplismo visual traz uma uma mais-valia para o foco no raciocínio e no uso dos objectos em concordância com a física.
O mesmo não podemos dizer da componente sonora, com músicas genéricas que chegam a irritar, pelo que é aconselhado a música por completo e usar uma banda sonora que encaixe nas preferências do jogador.
A ausência de qualquer partilha de soluções perante a comunidade Wii é por sinal a grande desilusão, o que a médio prazo faz com que os jogadores tentem resolver os problemas de forma mais rápida e não tão original. Foi uma oportunidade falhada por parte da EA não incluir partilha de soluções através do Nintendo Wi-Fi Connection. Talvez num futura edição do jogo, quem sabe.
Conclusão
Create tem um potencial enorme, mas falha em aspectos básicos que o impedem de ser recomendo perante outras alternativas da própria EA. O facto de ser um jogo a solo é uma meia verdade já que puxa a estarem várias pessoas na sala a darem sugestões de como resolver um puzzle e a longevidade do mesmo é bastante apreciável. Falha na parte da criação, que deveria ser a base do jogo, assim como o título o sugere. No entanto, como jogo de puzzles é aconselhado a quem já tenha alguma das alternativas presentes (ver na imagem da pontuação) e precise de algo que use a gravidade como ponto fulcral. Se gostam realmente de puzzles e têm paciência para estudar os desafios sob um ponto de vista geral e abstracto, este jogo é a vossa cara. Os restantes fazem melhor em ponderar sobre outras alternativas presentes na Wii.
O melhor
- Centenas de objectos e desafios disponíveis
- Puzzles com possibilidade de soluções originais e variados
O pior
- Banda sonora irritante
- Opção de partilhar soluções por Wi-Fi era exigida
- Alguns problemas na jogabilidade e controlo na câmara